Название: Meu Furacão É Você
Автор: Victory Storm
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Жанр: Книги для детей: прочее
isbn: 9788835424543
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— Você deve denunciá-lo às autoridades, emitir uma medida liminar e colocá-lo atrás das grades. — A jovem se entusiasmou, repetindo em detalhas as palavras que tinha ouvido na TV na noite anterior.
— Nem pense em assistir Law & Order comigo na próxima vez — adivinhou sua mãe, antes de se aproximar do menino. — Você deve ser Lucas, não é? Meu nome é Elizabeth Madis e sou a mãe de Kira.
Lucas assentiu timidamente diante daquela mulher sorridente, cujos olhos verdes eram doces e corajosos. Kira estava certa: ela tinha os mesmos olhos da mãe, mas elas não se pareciam em mais nada. O cabelo liso e bem preto de Kira contrastava com o cabelo cor de caramelo e ondulado de sua mãe.
— Kira diz que seu pai bate em você. Isso é verdade? — perguntou ela de maneira gentil.
— Sim, é verdade. Sua bochecha está toda vermelha — interrompeu Kira, recebendo um olhar de desaprovação da mãe.
— Acontece — sussurrou Lucas inquieto. Ele nem conseguia pensar no que seu pai diria se ele ficasse sabendo sobre essa conversa.
— Entendo. Onde ele está agora?
— Em casa. Ele estava zangado.
— E sua mãe?
Lucas levou vários instantes antes de responder. — Ela não está mais aqui.
— Sinto muito, querido — confortou a mulher de imediato, acariciando seu rosto. — Você consegue se lembrar do endereço da sua casa? Se você quiser, nós o levaremos até lá. Meu carro está estacionado do lado de fora do portão.
Lucas sorriu agradecido. Alguém veio resgatá-lo.
Ele olhou para aquela mulher mais uma vez: ela parecia um anjo para ele.
— Sua mochila deve estar muito pesada, Lucas. Dê para mim, assim irei colocá-la no banco de trás — ofereceu a mulher.
O menino se virou e Elisabeth fez a mochila deslizar pelos seus ombros, mas ao fazê-lo, ela também puxou sua jaqueta e camiseta para cima.
— Oh, a mochila está presa em suas roupas. Espere, vou libertá-lo — mentiu Elizabeth e inclinou-se para o menino, que não estava ciente de que acabara de revelar uma marca violeta comprida, que corria de um quadril ao outro. A marca da chicotada que ele havia recebido três dias antes.
Os olhos estreitos de Elizabeth e seus lábios apertados e brancos fizeram Kira recuar, já que ela sabia que essa expressão costumava prenunciar uma repreensão terrível, mas quando sua mãe se levantou, ela estava sorrindo de novo de maneira inesperada, fazendo sua filha se sentir confusa.
— Vamos para casa, mas que tal um bom sorvete ou uma fatia de bolo no Chocoly's primeiro? — exclamou a mulher animada, fazendo Kira pular de alegria, pois conhecera esse lugar no dia da chegada deles, quando sua mãe comprou para ela o maior sorvete do mundo, cheio de doces e biscoitos.
Lucas também conhecia esse lugar, mas nunca havia entrado.
Quando chegaram ao carro, Elizabeth imediatamente dirigiu até esse lugar, onde deixou as duas crianças se jogarem nos doces, se entupindo de balas, biscoitos, muffins e natas, enquanto ela se retirava para o lugar mais isolado da cafeteria, para fazer algumas ligações urgentes sobre o que acabara de ver nas costas do menino.
Lucas comia como um cavalo sob o olhar atento e feliz da mulher, que o acusava de ser baixo e magro demais para sua idade.
Quando chegou a hora de voltar para casa, Lucas entrou no carro com relutância e deu seu endereço a Elizabeth, que imediatamente programou o navegador, porque ainda não conseguia dominar muito bem as ruas de Princeton.
— Seu pai queria que você caminhasse oito quilômetros? — disse Elizabeth nervosa ao olhar para as instruções do navegador.
Lucas ficou em silêncio, perguntando-se se oito quilômetros era um longo caminho.
Felizmente, Kira conseguiu entretê-lo, então a viagem para casa transcorreu de maneira alegre.
Infelizmente, no entanto, assim que a enorme villa de seu pai apareceu do lado de fora da janela do carro, todos os traços de sorriso desapareceram do rosto de Lucas.
Quando o portão foi aberto, a criança começou a tremer, perguntando-se como seu pai reagiria se soubesse o que ele tinha feito.
— Crianças, esperem por mim aqui! — ordenou Elizabeth, saindo do carro e caminhando até a porta da frente que tinha acabado de ser aberta, para deixar a forma poderosa de Darren Scott sair.
— Sr. Scott, eu imagino.
— Sou. Quem é você?
— Meu nome é Elizabeth Madis. Encontrei seu filho sozinho na escola, no final das aulas. Peguei Lucas e o trouxe para casa.
— Bem, agora você pode ir embora.
— Não, eu não vou!
— Você não vai? O que você quer? Dinheiro? Não pedi a você para trazê-lo para casa! Ele poderia andar até aqui, no que me diz respeito!
— Você não sente vergonha? São quase oito quilômetros! Como você pôde obrigá-lo a andar uma distância tão grande e além disso, sozinho?
— E quem é você para me dizer o que posso ou não fazer com meu filho?
— Sou assistente social e irei avisá-lo, há motivos suficientes para tirar a custódia do seu filho de uma vez por todas: negligência infantil, violência física e provavelmente psicológica e além disso, a criança parece desnutrida… embora você não pareça viver mal!
— Como você ousa vir à minha casa e me atacar? — explodiu o homem, saltando sobre a mulher e parando a alguns centímetros do seu rosto.
— Você está bêbado — adivinhou a mulher pela respiração fedorenta que atingiu seu rosto.
— Vá embora ou chamarei a polícia e farei você perder o emprego. Vou bani-la desta cidade para sempre — ameaçou ele.
— Você não me assusta. Só saiba que vou mandar o serviço social para te fazer uma visita em alguns dias e também um dos meus colegas para verificar se não há mais marcas de violência em Lucas, ou vou fazer com que joguem você na cadeia. Está claro? — continuou ela implacável e decidida a conseguir o que queria.
— Saia da minha casa! — gritou Darren para ela, assustando também Lucas, que pegou sua mochila rapidamente e saiu correndo do carro, para correr para casa e pôr fim àquela briga.
— Te vejo em breve, Sr. Scott — disse Elizabeth com uma ameaça velada, em seguida voltou para o carro e foi embora.