Название: Coisas Perigosas
Автор: Amy Blankenship
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Жанр: Ужасы и Мистика
isbn: 9788835420279
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Capítulo 3
Kriss entrou no apartamento que dividia com Tabatha e trancou a porta atrás de si. Procurou por Dean de cima a baixo e não encontrou nenhum vestígio dele ou do demónio que ele perseguia.
Uma coisa sobre a sua espécie é que se eles se quisessem esconder, sabiam como desaparecer e sem deixar rasto de onde estavam. Conseguiu sentir o demónio em todos os lugares, embora nunca o tivesse visto. Não até que foi libertado e percebeu que sempre foi capaz de sentir a sua presença. Ainda podia sentir a intenção maliciosa daquela personalidade sombria, mesmo dentro da sua casa… aquilo não lhe caiu bem.
Caminhando pelo apartamento escuro, Kriss voltou para o quarto de Tabatha e sorriu ao ver o seu rosto inocente adormecido na cama. Ela estava enrolada como um gatinho em torno do seu animal de pelúcia favorito... um cão Yorkie com a língua de fora. O bicho de pelúcia era o único resquício da sua infância que ela tinha. Há alguns anos, ela finalmente desistiu e contou-lhe a história de Scrappy e como o cachorro havia desaparecido quando ela foi de férias com os pais pela última vez.
Kriss suspirou e deitou-se na cama ao lado dela, enrolando-se em torno dela como um cobertor de segurança. Assim que o fez, Tabatha aconchegou-se contra ele.
"Encontraste o Dean?" Ela perguntou suavemente.
*****
Kane conseguiu escapar; feliz por Warren ter chamado a atenção de Michael por tempo suficiente para ele fazer isso. O que quer que Michael e Dean tenham feito para consertar o que Misery fez com ele, havia-lhe dado a maior adrenalina. Agora estava impaciente e não iria trabalhar nisso sentado no escritório de Warren, relembrando o demónio sugador de almas que com certeza lhe daria alguns valentes sustos nos seus pesadelos por um tempo.
Olhou para a esmagadora escuridão no céu e soube que os primeiros raios do amanhecer não estavam longe. Querendo afastar-se do coração da cidade, ele movia-se pelas ruas tão rápido que se alguém estivesse a olhar, não o teria notado entre eles. O lado negativo disso era que ele agora estava a quilómetros da casa de Michael.
Queria ver Scrappy e aninhar-se com o cão no sofá com uma boa garrafa de vinho, uma tigela de pipocas absurdamente grande e... um filme de tragédia? Kane abanou a cabeça... em que diabos estava a pensar? Muito provavelmente, Scrappy escolheria o filme, o que poderia ou não ser uma coisa má neste momento. Ambos gostavam de filmes onde os animais podiam falar.
Kane diminuiu a velocidade e olhou ao seu redor quando percebeu que algo o havia atraído nessa direção. A princípio pensou ter sido Misery quem o havia trazido até aqui. Balançou a cabeça novamente e descartou a ideia quando a imagem de Tabatha na igreja passou pela sua mente. Podia sentir a sua presença e, pela primeira vez em toda a noite, Kane esqueceu-se dos monstros a fornicar debaixo da cama e a ter relações sexuais no armário.
Tabatha era a sua alma gémea e, agora que ele tomou o seu sangue, isso apenas amplificara a conexão. A única razão pela qual não notara na semana passada foi por causa do caído... Kriss... a levara para tão longe dele, sacana mesquinho. Ele começava a perguntar-se se sofria de ansiedade de separação.
Movendo-se por esta parte da cidade, viu-se na casa dela em poucos minutos. Aterrando silenciosamente no telhado da casa de um vizinho, acomodou-se para observá-la pela janela do quarto. A sua visão aguçada viu a forma como o cabelo dela caia sobre a almofada e como os seus lábios estavam ligeiramente separados enquanto ela respirava profundamente. Ele nunca conhecera tanta paz como agora… só de a ver dormir.
Kane perguntou-se como seria através dos olhos dela. Parecer-se-ia com os outros monstros que ela encontrou ou sonhou? Será que ela sequer percebeu o quão profundas foram as emoções dele por ela?
Quase se ergueu da sua posição agachada no telhado, pronto para ir ter com ela quando a ouviu gritar na sua mente. O som viera dos sonhos dela, mas o som mental fê-lo parar, lembrando-o de como ela gritou enquanto criança há tantos anos. Até agora, tudo o que ele fez foi causar-lhe dor... fazer com que ela sangrasse por ele.
Kane virou-se para ir embora quando viu a porta do quarto de Tabatha abrir-se. Os seus músculos ficaram tensos, prontos para atacar o intruso quando viu o anjo caído, Kriss, entrar no quarto de Tabatha e rastejar para a cama com ela. Kane poderia dizer que o caído estava chateado, mas sentiu a raiva crescer dentro de si quando Kriss colocou o braço em volta dela, abraçando-a como um amante.
Sentiu a sua paz estilhaçar-se e mais raiva tomar conta de si enquanto os observava. Concentrando-se bastante, a sua audição aprimorada começou a captar a conversa sussurrada. Franziu a testa por um momento ao perceber que o seu poder estava mais forte do que antes. Ficou surpreso e a sua carranca se aprofundou quando ouviu os batimentos cardíacos dela, mesmo a esta distância.
“O Dean não quer que eu o encontre,” Kriss suspirou, questionando-se se era o demónio que Dean perseguia ou se era o caído que estava lá em baixo com ele. Desejou que Dean tivesse esperado. Havia algo na aura do outro caído que Kriss não confiava completamente. Ele esperava secretamente que Dean falhasse na sua busca por qualquer um deles.
"Pergunto-me o que aconteceu," Tabby sussurrou. "Pelo que a Envy e o Devon disseram, o Dean ficou lá preso a maior parte do dia." Ela não podia deixar de imaginar Kane, sabendo que ele também lá esteve com o demónio e quase não sobreviveu.
“Perguntar-lhe-ei assim que o encontrar,” respondeu Kriss, incapaz de esconder a preocupação na sua voz.
"O Dean ama-te... ele não vai ficar longe por muito tempo." Tabatha fechou os olhos, esperando pelo bem de Kriss que estivesse certa.
"Agora dorme," Kriss sussurrou de volta, esperando que ela estivesse certa sobre Dean voltar em breve. Ele não viu a aparência do outro caído porque ele movera-se muito depressa, mas sentiu-o por um momento antes que a aura do demónio o dominasse. Se só aquela sensação passageira o assombrava, então ele poderia imaginar o que Dean estava a passar.
Os caídos eram tão raros que perdiam o fôlego quando estavam perto um do outro. A maioria pensava ser os anjos caídos da lenda que foram lançados à terra para ajudar a protegê-la..., mas as lendas são geralmente apenas meias verdades moldadas pelas palavras de homens que desejam um herói ou às vezes um inimigo.
Os caídos vieram para a terra de outra dimensão... a mesma que os demónios. As lendas chamavam essa dimensão de Céu, mas estavam erradas.
Os mitos diziam que eles destroem os demónios... mais uma vez, era apenas uma meia verdade. A Bíblia dizia que os caídos haviam acasalado com as belas mulheres da terra e que foram punidos por isso... e isso foi o mais próximo da verdade que os profetas já chegaram.
A razão pela qual os caídos restantes evitavam o acasalamento com as fêmeas da terra... era porque o produto desses acasalamentos era o nascimento de demónios. Foram os caídos que criaram os demónios.
Quando os primeiros caídos apareceram, havia muitos, mas quando os demónios nasceram e começaram a destruir o que os caídos amavam, eles voltaram-se contra os seus próprios filhos e lutaram. Os números em ambos os lados haviam diminuído e o selo entre as dimensões estava a fechar lentamente.
Alguns dos caídos originais haviam desaparecido, pensava-se que haviam perdido as suas vidas СКАЧАТЬ