Название: Conta-me os teus segredos - Contrato nupcial
Автор: Susan Fox P.
Издательство: Bookwire
Жанр: Языкознание
Серия: Omnibus Bianca
isbn: 9788413752709
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Capítulo 2
Grace fechou o livro de cheques e suspirou. Alex fazia um bom trabalho com a contabilidade, mas estava com alguns meses de atraso. Era normal, visto que estava grávida e tinha uma menina pequena para cuidar. E o Verão era a época de mais actividade da quinta.
Não sabia se ter de estar tão perto de Mike com tanta frequência ia ser uma bênção ou uma maldição.
Mas estava muito contente, já que adorava a contabilidade. E, além disso, precisava de dinheiro. Era uma vila pequena e não conseguia dinheiro suficiente com os pequenos trabalhos de contabilidade que realizava. Também oferecia os seus serviços como mulher da limpeza. Dava-lhe a possibilidade de ganhar mais dinheiro e, assim, não estava tão sozinha.
No dia anterior, por exemplo, estivera todo o dia a limpar para a senhora Darrin. Depois de ter acabado de limpar, planeara regressar à sua casa para acabar de pintar. Mas a senhora Darrin sentira-se doente e pedira-lhe para tratar do jardim. Portanto, ficara. Cortara a relva e arrancara as ervas daninhas.
E, depois, ficou para beber chá. Apreciava ter relações sociais quase tanto como o dinheiro que lhe pagavam. Mas como trabalhara durante muito tempo em casa da senhora Darrin, tivera de se levantar às cinco da manhã para acabar de pintar e poder passar o dia a trabalhar em Windover.
– Como está tudo?
Ao ouvir a voz de Mike, Grace virou-se na cadeira muito bruscamente.
– Meu Deus, Mike, como demónios consegues assustar as pessoas desta maneira?
– Fiz barulho suficiente para acordar um morto. Estavas nas nuvens.
Grace ficou a olhar para uma gota de suor que percorria a garganta de Mike. Havia algo muito atraente no trabalho manual que ele fazia.
– Não… não tens o chapéu posto – gaguejou ela, sentindo-se estúpida devido àquele comentário.
– Tem de estar em algum sítio por aqui.
Aquilo era uma loucura. Cada vez que ele não estava à frente dela, ela jurava a si própria que não ia deixar que ele a afectasse daquela maneira, mas de cada vez que o via, transformava-se numa idiota. Virou-se e pegou na sua caneta vermelha.
– Ainda tenho trabalho para fazer, portanto, a não ser de que haja algo de que precises…
Então, ele aproximou-se e pôs uma mão no braço da cadeira, virando-a levemente.
– Vim para te pedir outro favor. Pediria a Johanna, mas…
– Mas uma mulher da sua idade… atrás de uma pequena de quase dois anos… é demasiado para ela. Eu sei. O que queres?
Mike olhou para ela com os seus olhos azuis e ela fez o mesmo. Quando os seus olhares se encontraram, foi como se aqueles dez anos não tivessem passado. Não foi capaz de desviar o olhar.
– Alex regressa a casa esta noite e eu perguntava-me… Como sei que ela tem de repousar e tudo isso…
– Queres fazer algo agradável?
– Sim – concordou ele, sorrindo timidamente.
Aquilo era uma das coisas que mais gostava nele. Parecia muito masculino e forte, mas depois mostrava-se muito amável.
– E queres que eu te ajude.
– Eu não sei muito sobre esse tipo de coisas. E Connor está com Alex e não pode ajudar.
– Posso fazer um jantar especial – ofereceu ela. – Posso arranjar Maren, preparar uma recepção simples com a família.
– Obrigado, Grace. É perfeito!
Grace recordou que tinha a sua própria casa muito suja. Mas não importava. Ninguém ia ver a casa dela. Suspirou e pensou que passar a tarde com os Madsen seria muito bom.
Mike ouviu o suspiro e interpretou-o mal.
– Lamento muito. Não devia ter perguntado. Tens muito para fazer e estás ocupada. Posso pedir que tragam algo de um restaurante.
– Não. Não é isso. Eu gostaria…
Mike mudou de humor tão depressa que a impressionou. Fez uma careta dura. Parecia zangado com ela e Grace não sabia porque seria.
– És sempre assim, Grace. Queres sempre ajudar. Cada vez que alguém te pede um favor, lá estás tu. Estás a matar-te a trabalhar e para quê? É óbvio que estás cansada. Seria melhor encomendar comida… assim tu descansas um pouco. Devia ter pensado nisso antes.
Novamente, estava a dizer-lhe que parecia cansada. Grace enfureceu-se. Ele não sabia nada da sua vida e não era ninguém para lhe dizer o que devia fazer.
– Sabes uma coisa, Mike? Sou uma rapariga crescida e acho que conheço os meus limites.
– Acho que não os conheces – contradisse ele, com dureza. – Trabalharias sem parar se te deixasse. Não te preocupes com o jantar. Esquece que o mencionei.
– Sabes? Estás a começar a zangar-me – respondeu Grace.
Para alguém que não fosse Mike, aquilo teria parecido uma ameaça.
– Se tu me deixasses? Não me lembro de te ter pedido permissão, Mike Gardner. Se não tivesse tempo para o fazer, dir-te-ia. Quando foi um problema para mim passar tempo com Connor e Alex? Não tenho nada para fazer à tarde.
Óptimo! Devido ao seu aborrecimento, ia parecer que ela não tinha vida social.
– Podias dormir – continuou Mike. – Vejo como trabalhas arduamente, Grace. Limpas metade da vila e geres a contabilidade da outra metade. Um dia destes, vais ficar doente!
Grace levantou-se da cadeira, prestes a chorar devido à raiva que sentia.
– Quem achas que és para me criticar? És o meu anjo da guarda?
Grace sentiu-se contente por ver que ele desistia.
– Bom, se tu não vais cuidar de ti própria, alguém tem de o fazer!
– No caso de não teres percebido, sou uma mulher adulta!
– Oh, claro que percebi! – exclamou ele.
Então, criou-se um silêncio tenso.
– Ainda bem, fico contente por termos esclarecido este assunto. Agora afasta-te do meu caminho. Se vou fazer o jantar, tenho de acabar isto – Grace dirigiu-lhe um olhar fulminante. – Sem a tua interferência.
Mike virou-se. Afastar-se do caminho de Grace não era nenhum problema, sobretudo quando ela o atacava daquela maneira. Podia ir esquecendo que ele voltasse a preocupar-se com o seu bem-estar.
Saiu de casa e dirigiu-se para o lugar onde a sua própria casa ia ser construída.
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