Название: O conde de castelfino - Paixões mediterrâneas
Автор: Christina Hollis
Издательство: Bookwire
Жанр: Языкознание
Серия: Ómnibus Geral
isbn: 9788413752761
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– Na cozinha, disseram-me que o pequeno-almoço tinha sido ideia tua. Porque é que te atreveste a enfrentar a cozinheira?
Meg levantou o olhar, mas, ao vê-lo a sorrir, o seu coração continuou a fazer coisas estranhas dentro do seu peito.
– Parecia tão cansado que imaginei que escolher uma dieta adequada não seria uma das suas prioridades e, quando vi que o pequeno-almoço incluía bacon e salsichas, pensei que era demasiado forte com este calor. Os outros empregados disseram-me que tinha estudado num colégio interno britânico e a minha tia é cozinheira num colégio interno, portanto, telefonei-lhe para lhe perguntar quais eram as comidas habituais.
– Isso demonstra que tens iniciativa, Megan. Especialmente, vendo o que aconteceu quando o sugeriste à cozinheira. Mas, assim que acabar de fazer o inventário da despensa, virá pedir-te desculpa pelas coisas que te disse.
Meg pestanejou, surpreendida. Um pedido de desculpas era a última coisa que esperava naquelas circunstâncias.
– Desculpe?
– Disseram-me que te defendeste bem e alegro-me. Foi a primeira vez que alguém se atreveu a enfrentar a cozinheira.
– Está a dizer que não se importa?
Aquilo deixou-a perplexa. Quem tinha dinheiro para contratar um exército de empregados não costumava intervir nas discussões do pessoal.
– Não, pelo contrário, estou encantado.
– De certeza que não se importa? – insistiu Meg. – Só estava aqui há algumas horas quando discuti com a cozinheira. Sei que ela está aqui há muitos anos e eu acabei de chegar… Está do meu lado?
– Pois claro, fizeste o que tinhas de fazer. Ela estava errada e tu tinhas razão. Uma das minhas primeiras obrigações como novo proprietário de Castelfino era rever os menus diários, mas tu fizeste-o antes de mim, foi só isso – Gianni apercebeu-se então de que Meg tinha de se agarrar à árvore. – Megan? O que se passa? – perguntou-lhe, agarrando-a pelo braço. – Deve ser por causa do sol… Espera, senta-te um pouco.
Ela olhou para os dedos dele, que se fechavam sobre a sua pele com a mesma segurança que tinha visto nas suas fantasias.
– Não é preciso, estou bem. É que foi uma surpresa… Só isso. Pensei que as únicas pessoas que não tinham medo do cozinheiro eram os chefes de jardinagem – improvisou, rapidamente.
– Eu estabeleço as regras aqui. Todas elas. E isso inclui ter ou não um chefe de jardinagem.
Meg ficou imediatamente alerta.
– O que quer dizer?
Gianni não ia arriscar-se com ela. Qualquer empregado que discutisse com outro, e ainda mais com a cozinheira, era um perigo para a estabilidade da casa.
– Depende.
– Ainda bem, porque tenho um curso de conservação de plantas exóticas e não de chefe de jardinagem… Embora esteja capacitada para fazer esse trabalho.
– Não duvido.
– Quando vi como estavam as coisas aqui, imaginei que os empregados não agradecessem as sugestões de uma recém-chegada e arrisquei-me a usar esse título – Meg sorriu.
Para sua surpresa, o sorriso de Gianni transformou-se numa gargalhada.
– De modo que demonstra não só inteligência, como também iniciativa. Isso, sim, é um pouco insolente.
– Eu sei, signor Bellini – disse ela, tentando disfarçar o riso. – Licenciei-me com distinção e salvei o negócio dos meus pais da ruína, portanto, sou um pouco insolente. Mas eu adoraria trabalhar aqui.
– Estou a ver – murmurou Gianni. – Bom, menina conservadora de plantas exóticas, quais são os teus planos para o jardim?
Meg apercebia-se de que o tom da conversa era desenvolto, mas decidiu mostrar-se precavida.
– Estou aqui para pôr em marcha os planos do seu pai, não os meus. Neste momento, a sua colecção de plantas exóticas reduz-se àquela estufa ao fundo. Mas serão mudadas e a colecção será ampliada para aquela estufa de vidro. Venha, eu vou mostrar-lhe.
Meg dirigiu-se para lá, mas Gianni demorou um pouco a segui-la.
– Estou a andar demasiado depressa?
– Não, absolutamente – respondeu ele. – Está um dia lindo e daqui tenho uma vista muito interessante. Porquê tanta pressa?
Meg virou a cabeça para ver para onde estava a olhar.
– Signor Bellini!
– Já te disse que o meu nome é Gianni.
– Se me olhares para o rabo dessa maneira, não é – replicou ela, recordando a quantidade de orquídeas que lhe tinha comprado na feira de Chelsea. Tinha-o feito para manter todas as suas namoradas contentes, mas ela não tinha a mínima intenção de se tornar uma delas. Embora lhe falhassem as pernas cada vez que a olhava daquela forma.
A estufa original tinha sido construída com a parte da frente aberta, mas, mais tarde, a fachada de pedra tinha sido revestida a vidro. Meg abriu a porta e assinalou as plantas e flores exóticas.
– Não é maravilhoso? – sorriu.
– Manter todas estas plantas deve custar um dinheirão.
– Sei que é extravagante e antiquado, por isso é que o teu pai queria construir uma série de estufas para que cada planta tivesse as condições ideais… e isso significa atmosferas controladas por computador. Queria transformar a propriedade num jardim botânico. A sua ideia era que esta zona da propriedade fosse uma atracção para os turistas e também para estudantes de Botânica.
– O meu pai nunca tinha ouvido falar de alterações climáticas? Surpreende-me que alguém tão capaz como tu não lho tenha explicado.
Meg sabia que não deveria dizer nada, mas era uma questão de honra.
– Não pareces muito impressionado com o meu título.
Embora parecesse tranquila, estava a tremer por dentro. O seu olhar penetrante enjoava-a.
– De acordo com a minha experiência, quantos mais títulos uma pessoa tem, menos disposta está a sujar as mãos. Eu prefiro alguém que tenha trabalhado para chegar ao topo, como eu fiz.
– Sem a ajuda do apelido da tua família, da tua posição na vida ou do dinheiro do teu pai?
Meg lamentou imediatamente a ironia, mas Gianni não pareceu dar-se conta.
– Exactamente! – exclamou, batendo numa das paredes da estufa. – O vinhedo de Castelfino é o meu projecto, do conceito às vendas. Não há nenhum trabalho que me aborreça ou que não goste de fazer pessoalmente. E o meu pai nunca me deu um cêntimo, como tu deves saber.
– Eu nunca falei de ti com o teu pai, Gianni. Nem sequer СКАЧАТЬ