Название: Os meus três amores - Tal como sou
Автор: Rebecca Winters
Издательство: Bookwire
Жанр: Языкознание
Серия: Omnibus Bianca
isbn: 9788413752686
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Contrariada, Rachel olhou para os papéis que lhe oferecia. Não queria pegar neles, não queria pensar que tinha razão a respeito dos motivos da sua irmã para a nomear como tutora, mas que aprendera há muito tempo que não servia de nada enganar-se.
Nem tentar evitar a realidade.
Ele olhou em seu redor e, depois, olhou para ela nos olhos.
– É evidente que a situação está fora do seu controlo – comentou.
– Isso é ridículo! – defendeu-se ela, ignorando os papéis e segurando nos babetes das crianças. – Não está fora do meu controlo. Só preciso de um pouco de tempo para me habituar.
Ele levantou-se e deixou Cody ao lado de Jolie, no parque.
– E enquanto se habitua, as crianças sofrem.
Rachel sentiu que a raiva que estava a conter desde que abrira a porta começava a bulir no seu interior. Pôs as mãos na anca e olhou para ele, indignada.
– Como se atreve? Não sofreram. Estou um pouco atrasada nos trabalhos da casa. E então? Apanhou-me num mau dia. Costumo arrumar quando estão a dormir, mas ontem à noite tinha de escrever. Tinha de fazer uma entrega.
Ele apontou para a sala desarrumada, os olhos azuis brilhavam de impaciência.
– Isto está aqui acumulado há mais de um dia. Torne as coisas fáceis para os dois. Renuncie à custódia e não terá de se habituar, não terá de andar atrás deles a arrumar.
– Basta! – Rachel não aguentava mais.
Entrou no seu quarto e pegou no saco das fraldas. Foi ao fraldário e arrumou fraldas, dois pijamas, um pacote de toalhetes e o leite em pó para o biberão no saco.
– Acha que pode fazer melhor do que eu? – perguntou, passando ao lado de Sullivan, a caminho da cozinha.
– Acho que é melhor acalmar-se – respondeu ele, com tanta calma que Rachel ficou ainda mais nervosa.
Ela abriu a porta do frigorífico e suspirou ao sentir que a unha do dedo polegar ficava presa e se partia. Os seus olhos encheram-se de lágrimas, mas conteve-as. Não queria mostrar nenhum sinal de fraqueza à frente daquele homem frio que a observava e que julgava todos os seus movimentos.
– Estou tranquila – declarou, arrancando a unha partida e pondo o dedo na boca enquanto segurava a porta do frigorífico com a anca, tirava dois biberões e os punha no saco das fraldas.
Dirigiu-se para ele e pôs-lhe o saco nos braços.
– Estou lindamente!
Foi até ao parque, pegou em Jolie ao colo. Agarrou em duas mantas e tapou-a com uma delas. Depois, atirou a outra a Sullivan, que olhava para ela com receio.
– Traga Cody.
– O que está a acontecer aqui, Rachel?
– Estou a fazer-lhe um favor – respondeu ela, procurando o seu casaco e tirando as chaves do carro. Depois, dirigiu-se para a porta.
– Vai assinar os papéis?
Ela riu-se.
– Ainda melhor. Não vou assiná-los.
Ele seguiu-a até ao Toyota e fê-la virar-se, com Jolie ao colo.
– Onde pensa que vai?
– Eu não vou a lado nenhum. O senhor é que se vai embora – tirou o saco com as coisas dos bebés, abriu a porta e atirou-o lá para dentro. – Queria os gémeos? Aqui os tem. Durante as próximas vinte e quatro horas.
– Desculpe? Não estou habituado a receber ordens.
– Claro que está, está no exército.
Não podia discutir isso.
A expressão dele não mudou, não ia ceder assim tão facilmente, mas ergueu-se, como se se preparasse para lutar e isso indicava que Rachel conseguira acertar onde mais lhe doía.
Ela devia ter-se sentido envergonhada pela satisfação que sentia, mas aquele tipo estava a ameaçá-la a demasiados níveis.
– Parece que pensa que é fácil tratar de dois bebés – continuou Rachel, abrindo a porta de trás, sentando Jolie e prendendo-a na sua cadeira. – Muito bem. Vai ter uma oportunidade.
Sullivan deixara a porta aberta. Cody não gostava de ficar sozinho na casa e começou a gritar. Rachel olhou para Sullivan com desdém.
– Talvez queira começar por ir buscar Cody – sugeriu.
– Só quando entender o que se passa aqui.
Ela fechou a porta do carro e manteve a distância, permanecendo afastada da sua atracção. Como era possível que aquele estranho tivesse tal efeito nela?
– A primeira coisa que tem de saber é que não tem de se ir embora quando um bebé chora.
Ele passou uma mão pelo cabelo escuro.
– Tem razão.
Voltou para a casa e regressou alguns segundos depois com o casaco debaixo de um braço e Cody enrolado numa manta.
Está bem, Sullivan estava a começar a agir com bom-senso.
Rachel tentou pegar em Cody ao colo, mas Sullivan segurava-o com força. Ela arqueou uma sobrancelha e esperou.
– Antes temos de falar – afirmou ele.
– Não, falaremos depois. Depois de ter tentado dar de comer e mudar dois bebés. Depois de ter passado a noite sem dormir a tentar adormecê-los. Depois de não ter conseguido lavar os dentes e de terem manchado a sua melhor camisa. Então, falaremos.
Ele cerrou os dentes e abanou a cabeça.
– Como sabe que não vou levá-los para San Diego?
Ela olhou para ele com os olhos semicerrados e agarrou em Cody com força.
– Porque sei que é um homem de honra. Íntegro. Falei com o seu comandante – deu a volta ao todo-o-terreno e instalou Cody na sua cadeira. Deu-lhe um beijo na cabeça e tapou-o com a manta.
Depois, baixou-se, apanhou alguns brinquedos do chão e deu-os aos bebés. Eles levaram-nos imediatamente à boca. Confiavam nela. A vida de um bebé de dez meses não era nada complicada.
– Faço-o por vocês, crianças – replicou. – Não tenham piedade.
Depois, voltou para o outro lado do carro.
– Além disso, não assinei os papéis – depois estendeu o braço com a palma da mão para cima. – As chaves.
– Pensei que ia levar as crianças – recordou-lhe ele, com СКАЧАТЬ