Название: Recordações de um amor - Uma amante temporária
Автор: Emma Darcy
Издательство: Bookwire
Жанр: Языкознание
Серия: Ómnibus Geral
isbn: 9788413752747
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Suspirando, decidiu tomar um banho na piscina. Nem sequer tinha de usar biquíni porque estava sozinha na casa e os muros que a isolavam da estrada mediam mais de três metros de altura.
Rapidamente, antes de perder a coragem, tirou a camisa de dormir e lançou-se à água.
Era maravilhoso, como cetim a enredar-se nos seus membros. Maeve percorreu a piscina de um lado ao outro pelo menos oito vezes. Depois, esgotada pelo exercício, começou a flutuar, desfrutando daquela sensação de bem-estar.
Mas, de repente, intuiu que não estava sozinha. Não sabia porquê, talvez um reflexo na água ou por que a porta que dava para a piscina estava aberta quando ela a deixara fechada… ou o frio repentino no ambiente, como se uma sombra ameaçadora se interpusesse entre ela e o sol. Mas nada disso importava; o que importava era que alguém a estava a ver nua.
Maeve meteu-se debaixo da água e nadou para o lado onde estava o intruso. Uma vez ali, ficou numa esquina, ao lado dos degraus, com os braços cruzados sobre o peito e os joelhos levantados.
– É um pouco tarde para te tornares tão modesta, querida – disse a sua inesperada visita, tirando os óculos de sol. – Claro que a modéstia, um dia, foi o teu forte, não foi?
– Eu… não esperava companhia – Maeve sentia-se tão mortificada que desejaria que o fundo da piscina se abrisse, levando-a com ela.
– Aparentemente, não.
– Imagino que nos conhecemos.
A mulher suspirou.
– Infelizmente, sim.
– Estou a ver – murmurou Maeve. Fosse quem fosse, aquela estranha não era sua amiga, certamente. – Lamento dizer que não me lembro de si.
– Eu gostaria de dizer o mesmo, mas não é assim. Eu recordo-me demasiado bem.
– E por alguma razão, não gosta de mim. Posso perguntar-lhe porquê?
– Tu não és uma de nós e nunca serás. Nunca entenderei o que é que o meu filho viu em ti.
Aquela mulher era a sua sogra?
A indignidade do momento, ela a tentar tapar-se diante de um adversário que olhava para ela com ódio, Maeve reviveu um velho desespero.
– Importa-se de me passar uma toalha?
A mulher pegou numa toalha e atirou-a depreciativamente para a beira da piscina. Maeve, sem dizer nada, cobriu-se com ela para sair da água. Como traje não podia comparar-se com o elegante fato da sua sogra, mas era melhor do que estar nua.
– Lamento conhecê-la nestas circunstâncias mas, para evitar que volte a acontecer, talvez, no futuro, possa ter a amabilidade de não aparecer sem avisar com antecipação.
– Ou talvez no futuro – ouviram uma voz masculina – esperes que te convide para vir, mãe.
Ah, perfeito, caso o assunto não fosse já suficientemente humilhante, agora tinha de aparecer Dario.
As mulheres de carácter, lera uma vez, nunca escapavam a um desafio. Mas Maeve, a quem naquele momento não lhe importava o que faziam as mulheres de carácter, foi para a casa.
Tomando a sua mãe pelo braço, Dario levou-a para a entrada da villa, tentando conter a sua raiva.
– Estás zangado?
– Zangado é pouco, mãe. O que está a fazer aqui?
– Garanto-te que as minhas intenções eram completamente inocentes. Só passei para a cumprimentar…
– Disse-te que não viesses – interrompeu ele. – O que lhe disseste?
– Não tanto como deveria.
– Não tens o direito de lhe dizer uma única palavra. Não deves confundi-la. Depois de todas as minhas advertências, como podes fazer-me isto? Em que estavas a pensar?
– Que poderia tê-la julgado mal e, para te agradar, deveria dar-lhe outra oportunidade. Foi só isso, mas ela… estava nua na piscina, a mostrar-se sem vergonha. Podes imaginar?
Claramente. Maeve parecia uma ninfa e se ele tivesse chegado antes da sua mãe teria tirado a roupa para se meter na água com ela.
– Onde está o pecado, mãe? Esta casa é dela.
– Qualquer um poderia tê-la visto… a governanta, as criadas. E o que achas que teriam feito?
– O que tu deverias ter feito, partir e deixá-la em paz.
– Bom, como não tenho o menor interesse em voltar a ver este espectáculo, não penso incomodá-la de novo.
– Não, claro que não – Dario abriu a porta do seu carro. – Lamento muito ter de tomar medidas tão drásticas, mas enquanto a minha mulher estiver a recuperar ficas em tua casa e não vens aqui.
– Estou a ver.
– Estás mesmo? Tens algum interesse em saber o mal que lhe poderias ter causado vindo aqui? Se lhe falaste de Sebastiano…
– Não lhe disse nada sobre a criança. Mas se me desses ouvidos, Maeve partiria daqui sem saber que teve um filho…
– É precisamente por isso que não vais voltar aqui até a minha mulher recuperar a memória – interrompeu Dario.
– E tu, meu filho? Tu poderás afastar-te dela ou voltarás a deixar-te enganar pelos seus encantos uma vez mais?
A mãe dele foi-se embora e Dario abanou a cabeça. Sabia que ela tomara aquilo como um insulto, mas não tinha a menor intenção de deixar que sabotasse o seu casamento.
Maeve não respondeu quando bateu à porta do seu quarto, mas quando a encontrou sentada no terraço, com um vestido em vários tons de cor-de-rosa, parecia uma borboleta pousada sobre a cadeira.
– Bonito vestido – comentou, tentando aliviar a tensão – embora também me agradasse muito o que usavas antes.
Ela deixou escapar um suspiro.
– Lamento muito o que se passou.
– Porquê? Não foste tu que apareceste aqui sem seres convidada.
– Mesmo assim, receio ter causado má impressão. E também reforcei a má opinião que a tua mãe tem de mim. O que fiz para que me odeie tanto?
– Casaste-te comigo – suspirou Dario. – As mães italianas têm dificuldade em aceitar as mulheres dos seus filhos. Mas mudará de atitude quando te conhecer melhor.
– Talvez quando tivermos família…
Dario, que estava a tomar um gole de vinho, engasgou-se.
– Possivelmente – conseguiu dizer, – mas haverá tempo para te preocupares com isso quando estiveres bem.
– СКАЧАТЬ