A herdeira e o amor. Lynne Graham
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Название: A herdeira e o amor

Автор: Lynne Graham

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: Sabrina

isbn: 9788413754789

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СКАЧАТЬ aumentava.

      As ovelhas e galinhas dos tios não podiam cuidar delas próprias e muito menos no inverno ou quando se esperava mau tempo. Com nervosismo, olhou para o céu cinzento: Tinham anunciado nevadas fortes.

      Sorriu quando viu o Puggle, o seu cão, a acomodar ousadamente o corpo pequeno ao lado do Shep, o pastor escocês velho e cada vez mais surdo do tio que o ajudara com as ovelhas. O Puggle adorava o calor, mas o bichinho era a aquisição menos prática que Isla alguma vez fizera. Certamente, tinham-no abandonado numa estrada próxima, pois aparecera a tremer e faminto na semana da chegada de Isla e ela não sabia como ia poder ficar com ele quando voltasse para Londres. Porém, com a sua forma de abanar a cauda, os seus olhos enormes e as suas orelhas ridiculamente grandes, já conseguira encontrar um espaço no seu coração. Tinha uma mistura de raças, com um toque de chihuahua e caniche porque tinha um pelo muito encaracolado atrás das orelhas, mas também tinha patas muito curtas e umas manchas irregulares, estranhas, brancas e pretas. Infelizmente, parecia que ninguém o procurava, porque avisara as autoridades e não tivera notícias.

      Franziu o sobrolho ao ouvir o som forte de um helicóptero, porque as ovelhas odiavam os barulhos altos, mas sabia que os animais estavam a salvo no barracão grande que havia no prado, pois eram capazes de prever a temperatura tão bem como qualquer meteorologista. Minutos depois, quando preparava uma chávena de chá, assustou-a que o Puggle começasse a ladrar, segundos antes de alguém bater com força na porta de madeira maciça da casa.

      Presumiu que seria o vizinho mais próximo do tio que, amavelmente, tentava tomar conta dela. Foi abrir a porta, mas chegou-se para trás, surpreendida.

      Era Alissandru, o irmão gémeo de Paulu, o homem incrivelmente sensual e atraente que a deixara sem palavras da primeira vez que o vira quando era uma adolescente ingénua. Era inconcebível que estivesse à porta da quinta, com o cabelo preto despenteado pelo vento e os seus olhos escuros a iluminar uns traços clássicos e bronzeados por um clima mais quente. Já no casamento, Isla pensara que era um homem incrivelmente bonito, quando se mexia por lá como um vulcão prestes a rebentar, emanando uma emoção intensa e extraordinária. Recordou que Tania o odiava e que o culpava por tudo o que estava mal no seu casamento com Paulu.

      Alissandru olhou para Isla, surpreendentemente vestida com calças de fato de treino e uma camisola larga e com os pés descalços, e decidiu imediatamente que era uma mulher que tinha problemas. Se não fosse assim, porque haveria de estar de volta à casa familiar no meio do nada? Uma explosão de caracóis ruivos caía-lhe pelos ombros e os seus olhos de um azul-violeta pareciam enormes por cima da porcelana perfeita da sua pele. Os seus lábios grossos e cor-de-rosa continuavam abertos de surpresa. Pensou que era outra beleza como a sua irmã diabólica e recusou-se a reagir ao impulso súbito de desejo que sentiu. Era um homem com as suas fraquezas físicas e responder a um rosto atraente e um cabelo bonito só provava que tinha uma libido saudável. Não tinha de se incomodar com isso.

      – Alissandru? – perguntou ela, incrédula, duvidando de si própria devido à surpresa da chegada.

      Nunca falara com ele, pois ignorara-a completamente no casamento.

      – Posso entrar? – perguntou ele, imperioso, reprimindo um calafrio, apesar de usar um casaco preto de caxemira por cima do fato.

      Isla recordou as suas maneiras e recuou.

      – É claro. Claro que sim. Está muito frio, não está?

      Alissandru olhou para o interior humilde, pouco impressionado com a divisão ampla que servia de cozinha, sala de jantar e sala de estar. Sim, definitivamente, não fora feita para viver num lugar assim. Certamente, algum homem enfeitiçara-a e afastara-a do seu lado sem hesitar. Tinha a certeza de que a notícia da herança a faria feliz e irritava-o ter de ser ele a contar-lhe.

      – Ia fazer chá. Queres uma chávena? – perguntou ela, duvidosa.

      Alissandru deitou a cabeça atraente para trás, o que tornou a sua altura ainda mais evidente, dado que o teto era muito baixo. Os seus olhos, aparentemente escuros, adquiriram um brilho dourado intenso com as luzes com que Isla combatia a escuridão invernal que, ali tão a norte, chegava tão cedo. Incapaz de resistir, olhou fixamente para ele, enfeitiçada por aqueles olhos incríveis, gloriosamente ladeados e acentuados por pestanas pretas. Virou rapidamente a atenção para a preparação do chá e, quando percebeu que ainda não lhe dera os pêsames, pensou que o aparecimento dele lhe paralisara os neurónios.

      – Lamento muito a tua perda – murmurou, incomodada. – O Paulu era uma pessoa muito especial e gostava muito dele.

      – Ah, sim? – Alissandru observou-a com atenção, com uns olhos que brilhavam como o sol no seu rosto moreno e atraente. Na sua posição e no seu tom, havia algo estranho. – Diz-me, quando começaste a ir para a cama com ele?

      Isla ficou paralisada com a pergunta ofensiva.

      – Como? – murmurou, fazendo o chá de costas para ele. Pensou que, certamente, ouvira mal.

      – Perguntei-te quando começaste a ir para a cama com o meu irmão. Sinto muita curiosidade porque a culpa explicaria muitas coisas – repetiu Alissandru. Queria que ela se virasse porque desejava ver-lhe a cara.

      – Culpa? – Ainda sem saber o que poderia ter trazido Alissandru Rossetti ali para a insultar daquele modo, Isla parou de fazer o chá e virou-se. – Pode saber-se do que falas? Como podes perguntar-me isso sobre o homem que estava casado com a minha irmã? – replicou, com o rosto vermelho de fúria e de vergonha.

      Alissandru encolheu os ombros ao tirar o casaco pesado, que pendurou nas costas de uma cadeira na mesa da cozinha.

      – Foi uma pergunta sincera. Naturalmente, sinto curiosidade e não posso perguntar ao Paulu.

      Um tremor leve na sua voz revelou a Isla que realmente sofrera muito a perda do irmão gémeo, muito mais do que ela sofrera a de uma irmã que só vira um punhado de vezes. Alissandru Rossetti sofria e isso fez diminuir um pouco a fúria dela.

      – Não sei porque pensas em fazer uma pergunta assim – admitiu, com mais calma, observando-o como se fosse um fogo de artifício sem explodir que ainda borbulhava perigosamente.

      Paulu dissera-lhe, uma vez, que o irmão não conseguia compreender o seu amor por Tania porque nunca estivera apaixonado e carecia de profundidade emocional para se apaixonar, mas Isla não estava de acordo com isso. Via um homem muito volátil que fervia de emoção e cada faísca dos seus olhos extraordinários transmitia claramente essa realidade.

      Estava ali de pé, por baixo da lâmpada nua do teto, com o cabelo preto azulado a brilhar como seda cara, os traços duros da sua cara da cor do bronze e sem fazer nada para esconder a força do seu queixo ou o ângulo do seu nariz aristocrático e arrogante e o indício de barba que escurecia a pele em redor da sua boca só servia para realçar ainda mais a sensualidade dos seus lábios cinzelados. Isla sentiu um calor novo, o que aumentou o seu desconforto.

      Queria fazê-lo acreditar que não sabia nada do testamento? Achava que era tolo?

      Alissandru ficou tenso. Odiava o papel em que as circunstâncias o tinham posto e endireitou os ombros com um desgosto instintivo.

      – Fiz-te essa pergunta porque o Paulu deixou-te todas as suas posses no testamento.

      Isla abriu a boca com incredulidade e olhou para ele durante vários segundos em silêncio até ser capaz de falar.

      – Não, isso СКАЧАТЬ