Название: O mistério do amor matrimonial
Автор: Ricardo E. Facci
Издательство: Bookwire
Жанр: Документальная литература
Серия: Por um Lar novo
isbn: 9789874756541
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4.- Nossa sociedade lhe ajuda a valorizar o seu parceiro? Quais são os riscos concretos que existem na desvalorização social da vida de casado e como isso pode afetar os casamentos hoje em dia?
Para orar juntos.
Senhor, toma-nos pela mão,
queremos-Te agradecer
por ter nos unido no caminho da vida,
dando-nos a oportunidade de ser felizes
em nosso casamento e na família.
Desde que nos chamaste a construir uma família,
somos muito contentes,
nosso coração transborda de alegria,
somos felizes.
Ajude-nos a basear nossa família em Tua fortaleza,
que nunca nos falte a graça,
para que até o final dos nossos dias,
possamos desfrutar da beleza
do nosso casamento e da família.
Amém.
Devo cuidar de você e não você de mim
“Façam aos outros o que querem
que eles façam a vocês.”
(Mateus 7,12)
Certa vez tive uma experiência que, de alguma forma creio todos já terem vivido, que me levou a uma reflexão que hoje quero compartilhar.
Em seus últimos três meses de vida, quando trouxe minha mãe para viver comigo, me dei conta de que lhe faltavam algumas roupas para se vestir. Fui comprá-las pessoalmente em uma cidade a 30 quilômetros da minha casa. Na primeira loja em que entrei, uma senhorita me atendeu com muita ternura e quando fui pagá-la, ela disse: “Leve as roupas e se elas derem certo, o senhor me paga, senão pode devolvê-las”. E assim aconteceram algumas vezes. Um tempo depois, fui a uma loja de sapatos (precisava de um número maior), paguei-os e levei-os. Não serviram, eu os troquei e devia pagar a diferença, mas o senhor que me atendeu disse: “Não precisa”. Em ambos os lugares as pessoas não sabiam quem eu era, o que fazia nem aonde vivia. Em um dos lugares só sabiam que meu nome era Ricardo, mais nada...
Nos dias em que fui pagar, agradeci... E fui embora caminhando em silêncio. Neste momento surgiu a reflexão que hoje quero compartilhar com vocês.
Não podemos negar a presença do pecado original na humanidade. Mas, que belo mundo construiría-mos se o amor fosse a motivação de toda ação! Que famílias viveriam os dias de hoje!
Quando o amor é uma realidade, todos sentem que as pessoas cuidam umas das outras, e não que os outros deveriam cuidar delas. “Devo cuidar de você e não você de mim”. Como seria bom se todos nós cuidás-semos uns dos outros e deixássemos de interferir na vida dos outros. Me escandalizei quando vi pela primeira vez o tráfico na Colômbia, na difícil Medelín dos anos 80. Hoje vemos isso em todos os lugares da nossa América Latina. Vive-se com medo e temor. Muita gente vive com desconfiança do outro. Alguns amigos da Obra não só foram assaltados, como também caíram nas mãos de sequestradores, chantagistas e foram vítimas de pressão psicológica. Diante disso, como não desconfiar! Traduzindo essa situação, muitos de nós diriam: quantos corações são levados pela desconfiança e pelo medo de serem invadidos!
Quando alguém empresta generosamente dinheiro, uma ferramenta ou um livro, quase sempre quem empresta anota em algum lugar o empréstimo, para que não se esqueça, mas deveria ser diferente. Quem deveria anotar o empréstimo é aquele que recebe, para que se lembre e cuide bem das coisas dos outros.
Certa vez, um casal muito estimado me falava sobre seu filho, dizendo que ele tinha comportamentos que eles não entendiam. Por exemplo, o casal separava todas as atividades, designando cada atividade ou ao esposo ou à esposa. Um dia a responsabilidade era dele, no outro, da esposa. Parecia mais um contrato de convivência do que um marido e mulher que realmente se amavam. Entre humanos nunca foi assim. Ao amar-nos, cada um se dispõe a ajudar o outro, a cuidar do outro”. Cada um cuida do outro por amor, mas em relacionamentos por conveniência e sem amor, tudo se dá por convenções e difíceis acordos que surgem a partir do egoísmo.
Tudo isso soa estranho para o mundo atual. Por curiosidade procurei saber se alguém já havia dito a frase-título deste capítulo e pesquisei na internet “devo cuidar de você e não você a mim”, e a pesquisa, por sua vez, me resultou em: “Talvez você queira dizer: você deve cuidar de si e não de mim”. Essa frase é algo muito coerente com o que se escuta tanto hoje em dia: “cuide do seu que eu cuido do meu”; “dedique-se a si mesmo”, “devo pensar mais em mim”. Vivemos em um mundo cheio de individualismo! E vivemos em meio a uma geração na qual muitos se tornam incapazes de amar.
Voltemos à realidade da família. Em muitos lares vive-se como se a casa fosse um simples espaço de convivência, onde os membros conhecem uns aos outros, tem um vínculo matrimonial ou familiar, no caso dos filhos, e no qual cada um deve tomar cuidado para não ser invadido em seu espaço, nem invadir o espaço do outro, para que isso não gere conflitos nem desavenças que possam afetar a paz “fictícia” que se alcançou. Isso é falta de amor!
Por outro lado, a insistência em pensar apenas em si mesmo gera enormes ‘eus’ que constantemente se chocam uns com os outros porque nunca levam em consideração algo que vá além de si mesmo. A incapaci-dade de amar não lhes permite perceber o outro, suas necessidades e seus carências. Assim temos esposos que não são cuidados pelas esposas. Esposas esquecidas pelos esposos. Pais que dão de tudo para seus filhos, contando que não os incomodem... a solução que se encontra é sempre genérica. “Devo cuidar de você e não você de mim”. Essa premissa se relaciona diretamente com a regra de ouro do evangelho “façam aos outros o que querem que eles façam a vocês”.
Quando é conveniente, quantos não exigem o que nunca fizeram pelo outro! Nunca serviram e exigem serem servidos! Nunca se disponibilizaram, mas quando é a vez deles, tudo tem que ser para “agora”. E tantos outros exemplos...
É preciso treinar viver o amor em todos os lares. Assim cada um poderá cuidar do outro, ao invés de se defender do outro. Cada membro da família deve buscar agir com o outro como gostaria que os outros agissem consigo. Dessa maneira, em cada lar estaremos construindo um mundo novo.
Para conversar em casal.
1.- Em nossa vida de casados (familiar), sentimos que cada um cuida do outro?
2.- Existe algum traço de desconfiança entre nós?
3.- O que cada um espera do outro para se sentir mais cuidado?
4.- Em um mundo individualista, egoísta e vaidoso, o quanto somos diferentes? Somos confiáveis? Ou estamos submersos na mesma postura do mundo?
5.- Nos dispomos a cuidar dos demais como gostaríamos de ser cuidados pelos outros?
6.- Em nossa família existe a compreensão de que devemos cuidar dos outros como verdadeiros tesouros de Deus?
7.- Qual o propósito СКАЧАТЬ