O italiano implacável. Miranda Lee
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Название: O italiano implacável

Автор: Miranda Lee

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: MINISERIE SABRINA

isbn: 9788413489926

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СКАЧАТЬ talento e com fama de mulherengo. Tinham formado um casal deslumbrante. A beleza loira dela era o contraste perfeito com a beleza morena do francês. Bella usava um vestido de noite etéreo e branco e ele ia de preto… Observara-a de longe e desejara-a. Os ciúmes tinham-no corroído por dentro cada vez que o francês lhe tocava, que tinham sido muitas.

      Já não se lembrava bem do que lhe dissera quando ela o vira finalmente, deixara essa sanguessuga e fora falar com ele. Não fora indelicado, não era o seu estilo porque o pai lhe inculcara a cortesia e as boas maneiras desde que era muito pequeno. De certeza que elogiara a sua atuação. No entanto, conseguia recordar a ereção delatora enquanto via a sua boca a mexer-se para dizer algo que não ouvira. Nunca sentira uma coisa dessas. A proximidade física despertara um desejo quase incontrolável nele.

      Mesmo assim, controlara-o e falara com ela, até o acompanhante serviçal e possessivo se aproximar e a levar. Então, quando chegara a casa, sozinho e a salvo no quarto, dera rédea solta às suas emoções. Dera um murro na porta da casa de banho, partira dois dedos, tomara um duche frio e chorara como um bebé.

      A mão demorara algumas semanas a sarar, tanto quanto ele demorara a criar distância com os seus sentimentos autodestrutivos por Bella. Falar com Alex e Jeremy ajudara, embora o conselho fosse o típico deles.

      – Tens de ir para a cama com mais mulheres – declarara Alex.

      – Além disso, o mais provável é que não seja grande coisa na cama – indicara Jeremy. – O Alex tem razão. O mar está cheio de peixes, só tens de lançar um pouco mais as redes.

      Fizera-o durante um tempo e, durante um mês, fora para a cama com mais mulheres do que em anos. Todas tinham sido aventuras de uma noite e todas tinham sido bonitas, loiras, com os olhos azuis e com corpos lindos.

      No entanto, essa vida não o convencera e encontrara Cynthia, uma divorciada atraente que era muito boa na cama e que não se importava que não a amasse. A pouco e pouco, Bella foi ficando relegada para um canto da sua mente.

      No entanto, quando Alex lhe contara que Bella acabara com o francês, não pudera negar que sentira uma certa satisfação. Embora não gostasse tanto de descobrir que começara a sair com um oligarca russo que ganhara milhares de milhões com o petróleo e o gás e investira a sua fortuna numa cadeia de hotéis de luxo. O russo, outra vez segundo Alex, tinha uma reputação terrível de conquistador com predileção pelas loiras famosas. Abanara a cabeça com abatimento ao descobrir. Não era a primeira vez que Bella saía com um homem de reputação duvidosa. Para além do ator francês, saíra com uma estrela do rock com problemas com as drogas e com um jogador de polo argentino que mudava de namorada como de cavalo. Nenhuma daquelas relações durara muito, mas a imprensa cor-de-rosa esfregara as mãos durante essas aventuras… e depois. Questionavam-se quando Bella encontraria o verdadeiro amor.

      Olhou fixamente para o telemóvel e odiou-se por se preocupar com ela, desprezou-se por querer voltar a ouvir a sua voz. No entanto, porque não ligara outra vez? Parecera-lhe que estava realmente nervosa. Além disso, porque desligara a chamada tão bruscamente? O seu último amante entrara no quarto e encontrara-a ao telefone com outro homem? Estariam a maltratá-la?

      Bella, embora tivesse sucesso na sua profissão, escolhia muito mal os homens e só ela tinha a culpa.

      Praguejou por causa daqueles pensamentos. Já não era responsabilidade dele. Não era desde o divórcio dos pais e não devia preocupar-se com ela! No entanto, por algum motivo perverso, preocupava-se. Talvez tivesse sido por isso que lhe dera o seu número de telemóvel privado e lhe dissera para lhe ligar se alguma vez precisasse dele quando aparecera, com aspeto tenso e cansado, no funeral do pai.

      Não a reconhecera ao princípio. Usava um chapéu preto enorme, peruca morena e óculos escuros. Quando lhe dissera quem era, também não reagira como teria esperado, com um arrebatamento de desejo exagerado. Além disso, quando lhe dera as condolências e se desculpara pela forma como a mãe dela tratara o pai dele, só sentira tristeza. Ao lembrar-se, a única explicação que conseguia encontrar era que a dor por causa da morte do pai lhe alterara as hormonas ao ponto de nem sequer a presença de Bella o excitar. Mais ainda, recordava que quisera continuar a falar com ela, mas que alguém se aproximara para falar com ele e que Bella se despedira apressadamente, antes de desaparecer.

      Nunca contara a Jeremy e a Alex que aquela morena misteriosa era Bella. Naquela época, a depressão apoderara-se dele depois do funeral. Quando finalmente saíra do poço, arrependera-se de ter dado o número a Bella, porque esse gesto a pusera outra vez na sua mente.

      Custara-lhe voltar a abandoná-la e que fosse apenas uma lembrança, mas de vez em quando, como naquela noite, fugia da masmorra mental onde a fechara e transformava-se num suplício.

      Na verdade, era penoso. Desesperado, guardou o telemóvel no bolso das calças e dirigiu-se para a porta, disposto a não pensar mais naquela mulher infernal. No entanto, pensou noutra coisa ao fechar a porta.

      Podia estar grávida!

      Se Bella engravidara por acaso, algo muito improvável, não precisaria que a ajudasse. Tinha dinheiro de sobra para contratar amas ou o que precisasse. Certamente, não pediria a um homem, e muito menos a ele, para a transformar numa mulher honrada. Isso era uma fantasia e, embora tivesse tido muitas fantasias com Bella ao longo dos anos, o casamento nunca fora uma delas.

      As mulheres como Bella não eram feitas para o casamento, mas para que as admirassem e desejassem. Eram feitas para irem para a cama, não para o altar. Quanto aos filhos… era evidente que Bella nunca sentira a vontade de se reproduzir. Fora criada por uma mulher com uma ambição obsessiva que só queria que a filha fosse rica e famosa. Achava que Dolores se casara com o seu pai para que pagasse os estudos da filha. Seduzira um viúvo italiano sozinho e vulnerável e caçara-o para que se casasse com ela através de uma suposta gravidez que desaparecera como por arte de magia assim que tivera o anel no dedo. Não podia provar que não estivera grávida, mas sempre suspeitara e, quando pedira o divórcio no momento em que a profissão de Bella descolara, as suas suspeitas tinham-se confirmado. Embora não contasse ao pai. O pobre homem ficara devastado porque realmente amara Dolores e Bella.

      Não culpava Bella pelo que acontecera. Sabia que as mães que se ocupavam da carreira artística dos filhos tinham filhos com problemas e Bella, evidentemente, tinha problemas. Se não, porque saíra com uma série de homens que tinham uma fama duvidosa e que nunca a fariam feliz? Parecia-lhe que Bella vivia num reality show permanente e que permitia que uns homens que só a queriam como um troféu, não como uma pessoa, a passeassem à frente dos fotógrafos.

      No entanto, quem era ele para a julgar? Também não era para ele. Não fora desde a noite da festa do seu décimo sexto aniversário, a noite em que se tornara o alvo de desejo, um desejo tão forte que nada o sufocava. Pensava que a amava? Era cómico.

      O telemóvel tocou e o coração parou. Tirou-o do bolso e nem sequer se incomodou em ver o nome.

      – Sim? – perguntou.

      – Sou o Alex. Desculpa, mas estamos presos no trânsito e vamos atrasar-nos um pouco.

      – Bolas, Alex! – exclamou Sergio. – Se comprei um apartamento em Canary Wharf foi porque era perto de tudo.

      E porque a torre onde era o seu apartamento de luxo tinha uma piscina climatizada, um ginásio fantástico e um restaurante luxuoso.

      – Sim, mas é quinta-feira à noite, sabes. Além disso, o Jeremy demorou imenso tempo a mudar de roupa. São apenas quinze minutos. Senta-te à mesa e pede uma bebida. Parece-me que precisas de uma.

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