Название: Cativeiro
Автор: Brenda Trim
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Жанр: Современная зарубежная литература
isbn: 9788835416135
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As chicotadas se tornaram mais frequentes, e Lawson não tinha certeza de quanto mais seu corpo poderia aguentar antes de desistir. Não ajudava o fato de sua vontade de viver estar desaparecendo lentamente. Se não encontrasse uma maneira de escapar logo, iria morrer naquele maldito buraco e isso só o irritava ainda mais.
Pelo menos ele conseguiu causar um pequeno dano aos lacaios de Jim antes que eles o deixassem inconsciente. Lawson sorriu com a lembrança de ter quebrado o braço de um homem e a perna de outro. Droga, doía como o inferno mover qualquer músculo em seu rosto.
Abrindo o olho esquerdo o melhor que podia, ele ficou chocado ao ver a mulher ruiva entrar no aposento e fechar a porta atrás dela. Era a última pessoa que ele esperava ver novamente. Nunca.
Ele imaginou que ela permaneceria em seus sonhos, ao invés de em carne e osso, diante dele. Infelizmente, ela havia consumido Lawson nas últimas duas noites, assombrando os sonhos dele com seus olhos verdes aterrorizados. Ele se sentia mais preso ao eco interminável do grito horrorizado dela do que às correntes que o prendiam à parede de cimento às suas costas.
Fazendo um balanço rápido, ele se sentiu profundamente humilhado por sua aparência. A calça de moletom que usava desde o primeiro dia estava tão suja que o deixava doente. Não pela poeira, mas pelo mau cheiro de roupas rançosas que precisam desesperadamente de uma lavagem. O cheiro o enojava, e ele só podia imaginar como aquilo devia ser ruim para ela.
O que ele podia ver de seu cabelo escuro e longa barba estava emaranhado, e as unhas de suas mãos e pés estavam crescidas demais e descoloridas. Era uma vergonha e ele queria rastejar para dentro de um buraco e se esconder.
Muitos assumiam que os shifters eram sujos por natureza por causa de seu lado animal, mas não era verdade. Louco por limpeza era um termo que sua família lhe atribuía, devido às suas tendências obsessivas. A maioria dos shifters eram fanáticos por higiene, e ser essa esquálida figura deixava Lawson fisicamente doente.
A pior parte era o seu banheiro. Consistia em um grande balde no canto da cela, que não era descartado regularmente, o que aumentava os odores. Ele estava lá há tanto tempo que seus sentidos estavam abafados, mas seu estômago ainda embrulhava-se ao pensar em suas péssimas condições de vida.
— Oh, meu Deus, o que fizeram com você? — exclamou ela, correndo até ele.
Ele rapidamente ergueu a mão, interrompendo os passos dela.
— Não. Fique longe — ordenou Lawson.
Ele ficou impressionado com a bravura dela. Ela o vira cometendo um ato violento contra dois humanos e teve a coragem de retornar para a sua cela. Sozinha. Estava correndo para o lado de um assassino. Tinha desejo de morrer?
Com toda certeza, ele jamais teria voltado para a cena do crime, especialmente para aquele lugar desagradável.
Ela ergueu as mãos defensivamente e recuou.
— Tudo bem, não vou chegar perto de você. Se estiver bem para você, vou apenas me sentar no chão bem aqui, e manter certa distância — murmurou a fêmea, agachando-se no chão frio. Ela se atrapalhou com seu jaleco na altura do joelho enquanto cruzava as pernas.
Ele notou que ela usava calças bege e uma blusa preta sob o jaleco. Seu doce aroma ainda o intoxicava, mas ele descobriu que estava um pouco mais no controle de sua libido naquele momento. Outro resultado de seu encontro no jantar com os guardas. Eles o espancaram tanto que ele não conseguia nem ficar excitado.
Ela colocou uma sacola vermelha no chão ao lado dela. Vermelha. Combinava com os longos fios de seu cabelo sedoso. Também era a cor favorita dele. De repente, ocorreu a Lawson que seu cativeiro estava vazio de cor, e aquela mulher era um farol em seu mundo escuro.
De todas as cores, ela era o vermelho. Para ele, representava amor, vida e paixão. Tudo isso era, naquele momento, lembranças distantes do que sua vida havia se tornado.
Sua voz suave chamou a atenção dele.
— Meu nome é Olivia Kimbro, mas meus amigos me chamam de Liv. Sou uma das cientistas pesquisadoras aqui no LPP. Qual é o seu nome? — perguntou ela, alcançando a bolsa e tirando uma prancheta com alguns papéis presos a ela.
Durante todo o tempo em que ele estivera naquele maldito buraco, nem uma única pessoa teve a decência de lhe perguntar algo tão simples como o seu nome.
Não que saber seu nome lhes concedesse o conhecimento que buscavam, mas havia mostrado como aqueles humanos pouco se importavam com a situação dele. Ele a olhou sem dizer nada. Por que deveria compartilhar algo com ela?
Aqueles humanos não lhe trouxeram nada além de dor, tortura e sofrimento. Por que, então, uma mulher de repente estava mostrando interesse, se era isso que acontecia? Poderia ser uma armadilha, por tudo o que ele já conhecia. Na verdade, ele se perguntou por que não haviam enviado uma mulher antes para coagi-lo a mudar de forma.
— Não posso dizer que o culpo pelo seu silêncio. Provavelmente, eu faria a mesma coisa. Que tal isso? Vou contar um pouco sobre mim, e você pode decidir depois se quer conversar comigo. Tenho que avisá-lo, porém, minha história é bastante tediosa — divulgou ela, enquanto enfiava a mão na sacola de novo e puxava uma maçã verde, jogando-a rapidamente para ele.
Levantando a mão, ele a agarrou no ar.
— Uau, bons reflexos — disse Liv, com uma risada. — Presumo que seja uma característica shifter. Nunca havia conhecido um shifter, então perdoe-me se sou uma ignorante.
Lawson gostava do som da voz dela. Era rouca e suave, o que o intrigava. Na verdade, queria se deitar e ouvi-la falar ou talvez ler para ele. Um romance completo, do início ao fim. Ele nem se importava com o que seria, contanto que levasse horas para que ela o concluísse.
Olhando para a fruta verde brilhante em sua palma, ele a virou, estudando-a mais de perto. Mais uma vez, ver cores era uma lufada de ar fresco. A firmeza e a casca imaculada da maçã eram perfeitas, em sua opinião. Ele vivia de aveia fria e pão velho desde que o capturaram. Oh, eles o encheram de vários suplementos para mantê-lo saudável, mas a comida fornecida era sem graça e sem gosto. Ele não sabia se deveria comer a maçã ou pendurá-la na parede como uma bela obra de arte.
— Vai estragar se não comer — comentou ela, como se lesse seus pensamentos.
Ele levou a fruta à boca e deu uma grande mordida. Um gosto agridoce explodiu em sua língua, e ele fechou os olhos, saboreando a experiência. Não conseguia se lembrar de comer nada com tanto sabor. Dando outra mordida, ele gemeu de prazer. Estava fresca e crocante, e tinha o perfume de um dia ensolarado. Mais uma coisa que ele não via há muito tempo.
— Uau, talvez eu devesse tê-la guardado para mim. Minha vizinha, Cassie, chamaria essa expressão em seu rosto de orgástica — disse Olivia, rindo.
Os olhos de Lawson se arregalaram ao vê-la boquiaberta de interesse. Seus atraentes olhos verdes se fixaram nos dele e ele não conseguiu evitar a excitação que disparou em sua virilha com o olhar caloroso dela. Tudo bem, a surra não desencorajou o seu desejo, porque imagine se ele não a desejava.
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Liv sentiu СКАЧАТЬ