Название: Um Rastro De Esperança
Автор: Блейк Пирс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Жанр: Зарубежные детективы
isbn: 9781094304434
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Keri notou que a voz de Susan ficou mais dura, como se ela estivesse desligando a parte dela que sentia emoção para que pudesse passar por isso. Keri não a culpava. A garota continuou.
"Quero dizer, ele pode fazer coisas com ela agora, você sabe. Ele só não pode bater nela ou dar tapas acima do pescoço. Ela precisa estar bem apresentável para o grande evento depois. Eles não se importam se a máscara dela está borrada porque ela esteve chorando. Isso adiciona ao drama. Apenas sem hematomas."
"O que acontece depois?"
"O cara tem que ter terminado um pouco antes de meia noite, porque é quando o sacrifício final acontece. Eles a colocam em um vestido fresco e a amarram para que ela não possa se mover muito. Ela pode se contorcer um pouco. Eles gostam disso. Mas não muito."
Embora os olhos dela estivessem fechados, Keri sentiu Ray enrijecer ao seu lado. Ele parecia estar segurando a respiração. Ela percebeu que ela estava fazendo a mesma coisa e forçou-se a exalar quando escutou Susan interromper para engolir.
"O cara se veste com um robe preto e um capuz para esconder sua identidade," ela prosseguiu. "Isso porque a coisa é mostrada em uma TV na sala principal onde todos os demais estão. Eu acho que é gravado também. É óbvio, nenhum desses caras quer uma evidência em vídeo de eles assassinando uma adolescente.”
"Quando estão ambos preparados, o cara entra e fica atrás dela. Ela profere algum texto preparado, eu não sei qual. Então lhe é entregue uma faca e logo à batida da meia noite, ele corta sua garganta. Ela morre, bem ali em frente à câmera. Todos recitam algo. Então, eles desligam a TV e a festa continua. Isso é praticamente tudo.”
Keri finalmente abriu os olhos. Ela sentiu uma lágrima pingar nas suas bochechas, mas se recusou a enxugá-la. Ela gostava da maneira que ela quase queimava sua pele, como uma chama húmida.
Enquanto ela pudesse manter aquela chama de fúria justa viva em seu peito, ela tinha certeza de que também poderia manter Evie com vida.
CAPÍTULO DOIS
Por um longo tempo, ninguém falou. Keri não achava que ela conseguiria. Ao invés disso, ela deixou a onda de ira a preencher, fazendo seu sangue ferver e seus dedos formigarem.
Finalmente, Ray limpou sua garganta.
"Susan, aqui é o parceiro da Detetive Locke, Ray Sands. Posso lhe fazer uma pergunta?"
"Claro, Detetive."
"Como você sabe disso tudo? Digo, você já esteve em uma dessas festas?"
"Como eu contei a Detetive Locke, eu fui levada para a Hill House Party uma vez quando eu tinha cerca de onze anos. Eu nunca fui levada de volta, mas eu conheço garotas que foram. Uma de minhas amigas foi levada duas vezes. E você pode imaginar como a notícia se espalha. Qualquer garota que esteve na vida em LA sabe todos os detalhes sobre o Vista. Se torna quase uma lenda urbana. Os cafetões, algumas vezes, usam isso para manter as garotas na linha. 'Me responda e você pode ser o Prêmio de Sangue esse ano.' Só que essa lenda é, na verdade, real."
Algo no tom de Susan─a mistura de medo e tristeza─arrancou Keri do seu silêncio. Essa jovem menina fez tanto progresso nos meses recentes. Mas Keri temia que pedir a ela para retornar, mesmo que apenas em memória, para o lugar sombria que ela habitara por anos era injusto e cruel. Susan havia compartilhado tudo o que ela podia, a custo de seu próprio bem-estar emocional. Era hora de deixá-la tentar ser uma criança novamente.
Agora, os adultos precisavam tomar frente.
"Susan," ela disse, "muito obrigada por me contar tudo isso. Eu sei que não foi fácil para você. Com a informação que você nos deu, eu acho que podemos ter um excelente começo na busca de Evie. Eu não quero que você se preocupe mais com isso, OK?"
"Eu poderia verificar um pouco mais," insistiu a garota.
"Não. Você já fez o suficiente. É tempo de voltar para sua nova vida. Eu prometo inteirar você das coisas. Mas, por agora, eu preciso que você se foque no trabalho da escola. Talvez ler um novo livro da Nancy Drew para conversarmos na semana que vem. Nós continuamos daqui, mocinha."
Elas disseram adeus e Keri desligou. Ela olhou para Ray.
"Você acha que nós temos um bom começo em achar a Evie?" ele perguntou cética.
"Não, mas eu não poderia dizer isso a ela. Além disso, pode não ser ótimo. Mas é um começo."
*
Keri e Ray sentaram no Ronnie's Diner, ambos perdidos em pensamentos. O intenso fluxo matinal no conjunto indescritível na Marina del Rey terminara e a maioria dos clientes no local desfrutava de um desjejum descontraído.
Ray insistiu que eles deixassem o apartamento e Keri concordou. Ela estava vestida de maneira mais casual do que o de costume, em uma blusa de manga comprida e jeans desbotados, com uma jaqueta leve para protegê-la da fresca manhã de janeiro.
Ela usava um boné de baseball, abaixado por sobre a metade superior de sua face. Ela deixou seu cabelo loiro-sujo, normalmente preso para trás em um rabo de cavalo profissional, intencionalmente solto pendendo para frente a fim de engolir seu rosto e esconder os hematomas que ela sabia que iriam fazer os outros a encararem.
Ela se arqueou para baixo na cabine deles enquanto tomava um gole de café, escondendo ainda mais sua modesta silhueta. Keri, de quase trinta e seis anos de idade, tinha parcos um metro e sessenta e sete. Recentemente, ela começou a usar vestimentas mais justas, já que ela havia cortado o álcool e voltou para sua forma sólida. Mas não hoje. Nessa manhã, ela esperava passar despercebida.
Já era agradável sair depois de dois dias de cama recomendados pelo médico. Mas Keri também esperava que uma mudança de cenária a daria uma perspectiva fresca em como encontrar Evie. E isso funcionou até algum ponto.
Quando a comida deles chegou, eles concordaram em não envolver a equipe deles formalmente, a Unidade de Pessoas Desaparecidas da Divisão Pacífico, na busca. A unidade esteve ajudando Keri na busca por sua filha em idas e vindas por anos, sem resultado. Não havia motivo para assumir que o desfecho seria diferente sem nova evidência para seguir.
Mas havia outra razão para manter sigilo. Esta era realmente a última chance de Keri encontrar sua filha. Ela sabia a hora exata que Evie estaria em certo lugar de LA─no Hollywood Hills à meia noite amanhã─mesmo se ela ainda não tivesse a localização específica.
Mas se a equipe começasse a cutucar e a notícia de que eles sabiam do evento Vista se espalhasse, as pessoas que estavam com Evie poderiam cancelar o evento ou apenas matá-la antecipadamente para evitar complicações. Keri precisava manter as coisas quietas.
Não pronunciado, mas entendido entre os parceiros e novo casal, havia outro ponto. Eles não poderiam ter certeza de que eles não estavam sendo monitorados pela pessoa que eles mais precisavam manter afastada─Jackson Cave.
No ano passado, Keri havia abatido um sequestrador de crianças em série chamado de Alan Jack Pachanga, por fim matando-o enquanto resgatava uma adolescente. E, embora Pachanga não fosse mais um problema, seu advogado era.
Jackson СКАЧАТЬ