Para Sempre, com Você . Sophie Love
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СКАЧАТЬ Não era isso, mas não parecia conseguir expressar em palavras o que sntia.

      “É a comida?” Daniel se preocupou. “Apimentada demais? Comida demais? Não precisa comer tudo. Ou nada. Podemos pedir comida”. Ele se virou para Emily, falando apressado e com angústia. “Por que não pedimos comida?”

      Emily levantou as sobrancelhas, como se dissesse para ele se acalmar, para não aumentar a comoção. Então, afastou a cadeira, se levantou e foi até Chantelle, ajoelhando-se ao seu lado.

      “Chantelle, pode falar conosco”, disse, da maneira mais suave possível. “Comigo e com seu papai. Estamos aqui por você e não ficaremos com raiva”.

      A menina se inclinou e sussurrou. Sua voz era tão baixa que era quase inaudível. Mas Emily conseguiu distinguir as palavras que ela balbuciou, e quando a compreensão abriu caminho pela mente de Emily, uma onda de emoção atingiu seu peito.

      “Ela disse que são lágrimas de alegria”, Emily comunicou a Daniel.

      Observou o suspiro de alívio passar pelo peito dele, e o brilho de lágrimas em seus olhos.

      *

      Mais tarde naquela noite, chegou o momento de Emily e Daniel colocarem Chantelle na cama.

      “Quero que Emily me ponha na cama”, Chantelle pediu, pegando sua mão.

      Emily e Daniel trocaram um olhar. Emily notou pela maneira como ele deu de ombros que estava desapontado em ser excluído.

      “Então, diga boa noite ao papai”, Emily a animou.

      Chantelle correu até ele e deu um beijo rápido em seu rosto antes de voltar para Emily, onde claramente parecia mais confortável.

      De todas as tarefas maternais que Emily teve que realizar nas últimas vinte e quatro horas, aquela era a mais estressante para ela. Acomodou a menina na grande cama com dossel no quarto ao lado da suíte principal, acomodando o ursinho que ganhou no desfile de um lado e Andy Pandy no outro.

      “Quer ouvir uma história?” Emily perguntou a Chantelle. Seu pai sempre lia para ela à noite; queria recriar aquela mágica para Chantelle.

      A menininha assentiu, seus olhos sonolentos já começando a fechar.

      Emily foi até a biblioteca e encontrou sua antiga cópia de Alice no País das Maravilhas. Era um de seus livros favoritos quando era pequena, e quando encontrou o velho e empoeirado volume ao chegar na casa, ficou mais que feliz. Ficou contente em saber que podia dar ao livro uma nova chance na vida e trazer a alegria contida em suas páginas para alguém novo.

      Subiu as escadas com o livro e se sentou numa cadeira ao lado da cama, assim como seu pai costumava fazer. Ao começar a ler, Emily sentiu as lembranças aflorarem em sua mente. Sua própria voz se transformou na do seu pai, enquanto sentia como se voltasse no tempo.

      Ela estava acomodada na cama, os lençóis indo até suas axilas. O quarto estava à luz de velas. Ela podia ver o corrimão do mezzanino na sua frente e percebeu que estava no imenso quarto nos fundos da casa, o quarto que ela e Charlotte compartilhavam. Lutava para permanecer acordada, para continuar ouvindo a maravilhosa história que seu pai estava lendo, suas pálpebras começando pesar. Um momento depois, percebeu a escuridão envolvê-la e o som dos passos de seu pai enquanto descia as escadas do mezzanino e se dirigia para a porta. Houve uma explosão de luz vindo do corredor enquanto ele abria a porta, e em seguida ouviu uma voz dizer: “Estão dormindo?” Emily se perguntou de quem era a voz. Não a reconheceu. Não era da sua mãe, porque ela havia ficado em Nova York. Mas antes que tivesse a chance de pensar mais a respeito, caiu no sono.

      Emily voltou ao presente, num sobressalto. O quarto estava completamente escuro agora, a lua cheia lá fora iluminando-o com uma luz suave. Havia um lençol sobre seus joelhos. Ela deve ter adormecido enquanto lia e Daniel o pôs ali.

      Na cama à sua frente, Chantelle dormia tranquila. Emily se levantou com o corpo dolorido por ficar sentada por tanto tempo. Realmente precisava dormir numa cama de verdade, pra variar!

      Enquanto caminhava até a porta, se perguntou sobre a lembrança, sobre a voz misteriosa que ouvira falar com seu pai. Desvendar o mistério do desaparecimento do seu pai era algo em que vinha trabalhando desde sua chegada na casa. Mas agora, com Chantelle aqui, sua mente se ocupara com outras coisas. Ela queria olhar para a frente e planejar o futuro, não para trás, para um passado que já não existia.

      Enquanto fechava a porta do quarto de Chantelle e caminhava pelo corredor, Emily se perguntou o que sua nova vida iria trazer, como seria agora que tinha uma família. Estava surpresa, pois havia gostado muito daquele dia, sentia-se feliz e realizada. Cada um dos pequenos momentos, quando Chantelle havia procurado-a em busca de conforto e segurança, tinham um gostinho de vitória. Sua única preocupação era Daniel. Ele não tinha aceitado tudo tão naturalmente. Precisaria de mais tempo.

      Enquanto pensava nisso, chegou na grande janela no topo da escada. Do lado de fora, só havia escuridão, a lua de um branco sólido e as estrelas cintilando. Não havia muita luz, mas o suficiente para Emily distinguir Daniel de pé ao lado de sua moto. Emily observou, sua alegria rapidamente se transformando em angústia enquanto ele colocava o capacete, subia na moto e acelerava pelo caminho em frente à casa, até desaparecer de vista.

      CAPÍTULO TRÊS

      Emily estava de pé no terraço, esperando ansiosamente pela volta de Daniel. Retorcia as mãos enquanto seus piores medos dançavam em sua mente. Ele havia prometido não fazer isso, não sair em sua moto sem avisar. Se estava quebrando aquela promessa, seria porque estava fugindo delas? Será que o dia que ele passou com Chantelle foi tão difícil que havia decidido abandoná-la para Emily cuidar? Não queria pensar coisas tão terríveis, queria confiar nele, mas ele já a havia decepcionado daquela forma antes.

      Emily se apoiou na porta buscando apoio, com a respiração entrecortada. Quando Daniel chegou, na noite anterior, parecia um soldado voltando da guerra. Agora, enquanto Emily esperava por ele com um nó cada vez maior no estômago, sentia que estava esperando por aquele soldado mais uma vez.

      Nesse instante, ouviu o som do motor de uma moto ao longe. Ela se esforçou para ouvir, com cada vez mais esperança. O som foi se tornando mais alto, até que ela se convenceu de que era realmente Daniel voltando para casa. Fechou bem os olhos com alívio e deu um profundo suspiro.

      A moto apareceu na esquina e subiu a rua na direção dela, iluminando-a com a luz do farol, fazendo-a espremer os olhos. Então, ele parou. O motor parou e o silêncio os envolveu.

      Emily desceu os degraus apressada, enquanto Daniel tirava o capacete. “Está acordada”, ele disse, com um sorriso. “Não sabia se você já havia se deitado.” Então, seu sorriso desapareceu ao ver a expressão de Emily.

      “Seu idiota”, ela rosnou. “Onde estava?”

      Daniel franziu o cenho. “Fui abastacer a moto. Só saí por uns 15 minutos”.

      “Não pode fazer isso”, Emily gritou. “Sumir assim. Não tinha ideia de onde estava”.

      “Desculpe”, Daniel balbuciou. “Você tinha caído no sono. Pensei em abastecer a moto rapidamente, no posto de gasolina”.

      Emily respirou fundo, tentando se acalmar. Sentiu Daniel СКАЧАТЬ