Название: Atraídas
Автор: Блейк Пирс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Жанр: Современные детективы
Серия: Um Mistério de Riley Paige
isbn: 9781640292017
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Ele sorriu. “Bem-vinda à América,” Disse.
“Obrigada. Até agora estou a adorar.”
Ele apontou para o motor.
“Espere lá,” Disse o homem. “O que é aquilo?”
A mulher inclinou-se para ver melhor. E ele soltou o apoio e bateu o capô contra a sua cabeça com estrondo.
De seguida, abriu o capô, esperando que não tivesse que lhe bater novamente com ele. Felizmente, a mulher já estava inconsciente com o rosto e tronco estirados contra o motor.
Olhou à sua volta. Ninguém à vista. Ninguém vira o sucedido.
Estremeceu com prazer.
Pegou na mulher ao colo, reparando que o rosto e vestido estavam agora manchados com óleo. Era leve como uma pena. Contornou o carro e deitou-a no banco de trás.
E ao fazê-lo teve a certeza de que esta iria servir bem os seus propósitos.
*
Quando Meara começou a recuperar a consciência, ouviu um ruído ensurdecedor. Parecia uma mistura infindável de sons. Gongos, sinos, chilreares e diversas melodias que pareciam sair de dezenas de caixas de música. Todos os sons pareciam deliberadamente hostis.
Abriu os olhos, mas não conseguiu ver nada. A cabeça explodia de dor.
Onde estou? Pensou.
Algures em Dublin? Não, não perdera a noção de tempo. Viera de lá há dois meses e começara a trabalhar mal se instalara. Estava no Delaware. Com algum esforço lembrou-se de ter parado o carro para ajudar um homem. Depois algo acontecera. Algo mau.
Que lugar era aquele com todo aquele ruído horrível?
Apercebeu-se que estava a ser levada ao colo como uma criança. Ouviu a voz do homem que a transportava, uma voz que se sobrepunha ao barulho.
“Não te preocupes, chegámos a tempo.”
Os seus olhos começaram a distinguir o que a rodeava. A sua visão abarcava um inacreditável número de relógios de todos os tamanhos, formas e estilos. Viu gigantescos relógios de pé rodeados de relógios de menores dimensões, alguns relógios de cuco, outros exibindo pequenas paradas de pessoas mecânicas. Espalhados nas prateleiras, avistavam-se ainda relógios mais pequenos.
Estão todos a bater a hora certa, Pensou.
Mas no meio de todo aquele barulho, não conseguia distinguir o número de gongos e sinos.
Virou a cabeça para ver quem a levava. Ele olhou para ela. Sim, era ele – o homem que lhe pedira ajuda na estrada. Tinha sido uma idiota em parar. Caíra na sua armadilha. O que iria ele fazer-lhe?
Quando o ruído dos relógios se diluiu, Meara ficou impossibilitada de ver as coisas que a rodeavam. Não conseguia manter os olhos abertos. Sentiu-se a perder a consciência.
Tens que ficar acordada, Pensou para si.
Ouviu um barulho metálico, depois sentiu que o homem a pousava com cuidado numa superfície fria e dura. Outro barulho se seguiu, seguido de passos e, finalmente, ouviu uma porta a abrir e fechar. A imensidade de relógios continuava o seu persistente tique-taque.
Depois ouviu vozes femininas.
“Está viva.”
“Pior para ela.”
As vozes eram roucas e sussurradas. A custo, Meara conseguiu abrir os olhos. Percebeu que o chão era de cimento. Virou-se dolorosamente e viu três formas humanas sentadas no chão junto a si. Ou pelo menos pensou tratarem-se de seres humanos. Pareciam ser jovens, adolescentes, mas estavam descarnadas, pouco mais do que esqueletos, com os ossos a sobressaírem visivelmente debaixo da pele. Uma parecia quase inconsciente, a cabeça pendurada para a frente e os olhos fixos no chão cinzento. Aquelas figuras lembravam-lhe fotografias que vira de prisioneiros de campos de concentração.
Estariam realmente vivas? Sim, tinham que estar vivas. Acabara de as ouvir falar.
“Onde estamos?” Perguntou Meara.
Mal ouviu a resposta sussurrada.
“Bem-vinda,” Disse uma delas, “ao inferno.”
CAPÍTULO UM
Riley Paige não se apercebeu do primeiro soco. Ainda assim, os seus reflexos responderam bem. Sentiu o tempo a abrandar quando o primeiro golpe quase a atingiu no estômago. Desviou-se sem problemas. Depois um gancho esquerdo apontava à sua cabeça. Saltou para o lado e esquivou-se. Quando ele se aproximou para lhe acertar com um golpe final no rosto, defendeu-se e o soco atingiu-lhe as luvas.
Depois o tempo retomou o seu ritmo normal. Ela sabia que a combinação de golpes viera em menos de dois segundos.
“Ótimo,” Disse Rudy.
Riley sorriu. Agora Rudy estava mais do que preparado para o seu ataque. Riley sacudia-se, fingia, tentava fazê-lo adivinhar qual seria o seu próximo movimento.
“Não é preciso teres pressa,” Disse Rudy. “Pensa bem. Encara isto como um jogo de xadrez.”
Ela sentiu-se algo aborrecida ao manter o seu movimento lateral. Ele estava a facilitar. Porque é que ele tinha que facilitar?
Mas ela sabia que era indiferente. Esta era a sua primeira vez no ringue de boxe com um opositor real. Até à data, ela testara combinações num saco. Não se podia esquecer que era apenas uma principiante nesta forma de luta. O melhor era mesmo não se apressar.
A ideia de experimentar o boxe fora de Mike Nevins. O psiquiatra forense que colaborava com o FBI, também era um grande amigo de Riley. Tinha-a acompanhado em várias crises pessoais.
Queixara-se recentemente a Mike que tinha dificuldades em controlar os seus impulsos agressivos. Perdia as estribeiras com frequência. Sentia-se no limite.
“Tenta o boxe,” Aconselhara-a Mike. “É uma ótima forma de libertar tensões.”
Naquele momento, ela tinha a certeza absoluta de que Mike tinha razão. Sabia bem pensar com os pés bem assentes na terra, lidar com ameaças reais e não com ameaças imaginárias, e era relaxante lidar com ameaças que não colocavam a sua vida em risco.
Também fora uma boa ideia frequentar um ginásio que a afastasse da sede do FBI em Quantico. Passava demasiado tempo por lá. Era uma mudança bem-vinda.
Mas já perdera demasiado tempo. E conseguia ver no olhar de Rudy que ele se preparava para um novo ataque.
Escolheu mentalmente a sua próxima combinação. Saltou abruptamente na direção do adversário. O seu primeiro golpe foi uma esquerda da qual Rudy se desviou, ripostando com uma direita cuzada que atingiu o seu capacete. Ela respondeu em menos de um segundo com um golpe de direita que ele recebeu com a luva. Rapidamente Riley desferiu um gancho de esquerda do qual ele se desviou guinando para o lado.
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