Название: Perseguida
Автор: Блейк Пирс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Жанр: Современные детективы
Серия: Um Mistério de Riley Paige
isbn: 9781640292796
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Riley guardou a arma. Não ia precisar dela – ainda não.
“Onde está a April?” Gritou. “Onde está Joel Lambert?”
Um homem que tinha acabado de se levantar disse numa voz nebulosa, “Lá em cima.”
Com Bill no seu encalço, Riley subiu a escadaria escura, apontando a lanterna à sua frente. Conseguia sentir os degraus podres a cederem sob o seu peso. Ela e Bill entraram num corredor no topo das escadas. Viram três entradas, uma das quais dava para uma casa de banho infecta, todas sem portas e visivelmente vazias. A quarta entrada ainda tinha porta e estava fechada.
Riley dirigiu-se à porta. Bill tentou alcançá-la para a impedir de entrar.
“Deixa-me entrar primeiro,” Disse Bill.
Riley passou por ele, ignorando-o, abriu a porta e entrou no quarto.
As pernas de Riley quase colapsaram perante o cenário que viu. April estava deitada num colchão, murmurando “Não, não, não” sucessivamente. April contorcia-se febrilmente enquanto Joel Lambert lutava para lhe tirar a roupa. Um homem com excesso de peso estava próximo, à espera que Joel terminasse a sua tarefa. Uma seringa e uma colher repousavam na vela que tremeluzia na mesa-de-cabeceira.
Riley compreendeu tudo. Joel tinha drogado April quase até à inconsciência e estava a oferecê-la como favor sexual àquele homem repulsivo – quer fosse a troco de dinheiro ou de outra coisa qualquer, Riley não sabia.
Riley sacou da arma e apontou-a a Joel. Era tudo o que conseguia fazer para evitar abatê-lo naquele momento.
“Afasta-te dela,” Disse Riley.
Joel percebeu de imediato o estado em que Riley se encontrava. Levantou as mãos e afastou-se da cama.
Indicando o outro homem, Riley disse a Bill, “Algema este filho da mãe. Leva-o para o carro. Agora já podes pedir reforços.”
“Riley, ouve-me…” A voz de Bill sumiu-se.
Riley sabia o que Bill deixara por dizer. Ele compreendia perfeitamente que tudo o que Riley queria era alguns minutos a sós com Joel. Bill sentiu relutância em permiti-lo.
Ainda com a arma apontada a Joel, Riley olhou para Bill com uma expressão implorativa. Bill anuiu lentamente, dirigiu-se ao homem, leu-lhe os direitos, algemou-o e levou-o para o exterior da casa.
Riley fechou a porta. Depois ficou silenciosamente a fitar Joel Lambert com a arma ainda erguida. Este era o rapaz por quem April se apaixonara. Mas não se tratava de um adolescente qualquer. Estava profundamente envolvido no negócio da droga. Ele tinha usado essas drogas na sua própria filha e tinha tentado vender o corpo de April. Esta pessoa não era capaz de amar ninguém.
“O que é que pensa que vai fazer, senhora chui?” Disse Joel. “Eu tenho direitos, sabe.” E presenteou-a com o mesmo sorriso de gozo que mostrara no seu último encontro.
A arma tremeu ligeiramente na mão de Riley. Ansiava premir o gatilho e rebentar com aquele verme de uma vez. Mas não se podia permitir fazê-lo.
Riley reparou que Joel se esgueirava na direção da mesa de apoio. Era robusto e um pouco mais alto do que Riley.Tentava alcançar um taco de basebol encostado à mesa, obviamente à mão para fins de autodefesa. Riley reprimiu um sorriso sinistro. Parecia que ele ia fazer exatamente aquilo que ela queria que ele fizesse.
“Estás preso,” Disse Riley.
Guardou a arma e pegou nas algemas. Tal como esperava, Joel pegou no taco de basebol e arremeteu-o contra Riley. Ela conseguiu desviar-se do golpe e preparou-se para a próxima investida.
Desta vez Joel ergueu o taco mais alto, pretendendo esmagar-lhe a cabeça com ele. Mas quando o braço desceu, Riley agachou-se e apanhou a extremidade do bastão. Agarrou-o e atirou-o para longe dele. Riley apreciou o olhar de surpresa no rosto de Joel quando perdeu o equilíbrio.
Joel tentou apoiar-se na mesa de apoio para evitar cair. Quando a mão se agarrou à mesa, Riley esmagou-a com o taco. Foi audível o som de ossos a partirem-se.
Joel soltou um grito patético e caiu no chão.
“Sua cabra maluca!” Gritou. “Partiu-me a mão.”
Tentando recuperar o fôlego, Riley algemou-o a um dos pés da cama.
“Não o consegui evitar,” Disse ela. “Tu resististe e eu, acidentalmente, entalei a tua mão na porta. Peço perdão.”
Riley algemou a mão sã ao pé de uma cama. Depois pisou a mão partida e apoiou todo o seu peso nela.
Joel gritou e contorceu-se. Esperneava indefeso.
“Não, não, não!” Gritava.
Ainda com o pé em cima da mão de Joel, Riley agachou-se próximo do seu rosto.
Riley repetiu, zombeteiramente, “’Não, não, não!’ Onde é que eu já ouvi estas palavras? Nos últimos minutos?”
Joel estremecia de dor e horror.
Riley pisou-o com mais força.
“Quem o disse?” Perguntou ela.
“A sua filha… ela disse-o.”
“Disse o quê?”
“’Não, não, não…’”
Riley libertou um pouco a pressão.
“E porque é que a minha filha disse isso?” Perguntou.
Joel mal conseguia falar por entre os violentos soluços que soltava.
“Porque… estava indefesa… e a sofrer. Eu percebo. Eu compreendo.”
Riley retirou o pé. Parecia-lhe que ele tinha percebido a mensagem – pelo menos por agora, embora talvez não de vez. Mas aquilo era o melhor – ou o pior – que podia fazer para já. Ele merecia a morte ou pior ainda. Mas ela não podia ser o instrumento dessa vontade. Pelo menos de uma coisa tinha a certeza: aquela mão nunca mais se recomporia.
Riley deixou Joel algemado e correu para junto da filha. Os olhos de April estavam dilatados e Riley sabia que ela não estava a conseguir vê-la bem.
“Mãe?” Disse April num queixume baixinho.
O som daquela palavra soltou um mundo de angústia em Riley. Desatou a chorar ao começar a ajudar April a vestir-se.
“Vou tirar-te daqui,” Disse entre soluços. “Vai correr tudo bem.”
Mas ao proferir aquelas palavras, Riley só rezava para que fossem verdadeiras.