Название: O Encontro Entre Dois Mundos
Автор: Aldivan Teixeira Torres
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Жанр: Приключения: прочее
isbn: 9788873047841
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Alguns passos adiante, surge, diante de nós, um grande obstáculo. Encontramos com índios Xucurus que nos cercam por todos os lados. Um deles que parece ser o chefe se aproxima, nos prende e nos pergunta em nossa língua o que fazíamos ali. Um pouco sem graça, explicamos que estamos a passeio, numa busca pelo conhecimento e ele meio sem entender nos diz que para continuarmos temos que vencer um desafio. Desconfiado, pergunto qual seria e ele me apresenta um arco e uma flecha. Manda colocar um alvo minúsculo a cerca de quinze metros e diz: —Tem que acertar, se não morre. Tem três chances.
Nervoso e atormentado, fico alguns instantes sem reação. O que seria de nós agora e da nossa aventura? Não tinha nenhuma experiência com este tipo de coisa e se fracassasse, o nosso destino era a morte prematura. Neste momento, lembro dos desafios da gruta, especificamente das três portas que representavam felicidade, fracasso e medo. Tinha aprendido com meus erros, controlado meu medo e assim conseguido escolher e alcançar a porta certa, a felicidade. Tentaria agir da mesma forma agora.
Preparo-me, fico em posição e quando estou seguro, lanço a flecha. Fecho os olhos e quando os abro tenho uma decepção. Nem passara perto e agora só restava duas tentativas. O cerco se fechava a cada momento tendo nossa vida em jogo. O que aconteceria? Seja o que fosse, não perderíamos a esperança nem teríamos medo de tentar mais uma vez.
Preparo-me novamente. Aponto em direção ao alvo, e lanço. Fecho os olhos e ao abrir, nova decepção. Mas desta vez, passara mais perto. A uns dez centímetros de distância. Agora só restava uma tentativa e se errasse, nossa aventura estaria terminada e nossa vida também. O que diriam nosso mestre, nossos familiares, conhecidos, amigos? Sentiriam saudades de nós e de nossas peripécias? Bem, cabia a mim não os fazer sofrer ou deixá-los com saudades. Não estava em meus planos abortar o projeto do vidente.
Animado com uma força e coragem nunca dantes vistas, pego o arco e flecha pela última vez. Sem pretensão nenhuma, aponto na direção, transformo-me no vidente ao pensar nas três portas, concentro-me um pouco e quando estou pronto lanço a flecha, fecho os olhos e ao abrir, dou um grito e corro para abraçar Renato. A meta estava cumprida. O índio chefe me cumprimenta e se afasta com seus subordinados. O caminho agora estava livre para que pudéssemos continuar sonhando com a conquista dos dons.
Depois do abraço, resolvemos retomar a caminhada imediatamente. Avançamos cada vez mais rápido na mata agreste e continuamos superando obstáculos. A cada passo dado, nos sentimos mais confiantes na vitória e no sucesso de nossa empreitada. No entanto, teríamos que ter o maior cuidado porque a cada dom desenvolvido o círculo da passagem se estreitava e por isto tínhamos menos opções.
Algum tempo se passa e finalmente alcançamos o destino. Estamos no oeste do sítio, exatamente sobre as ruínas do que um dia fora a casa do bem aventurado, meu antepassado,Vítor.Observo cada cantinho e parecia que eu já estive naquele lugar, de alguma forma. Toco em vários antigos objetos que estavam espalhados mas não sinto absolutamente nada até que Renato se aproxima, pega no meu braço e me conduz até o quarto. Nós dois tocamos na ruína principal, o chão treme, meus chacras explodem, o mundo escurece e então tenho a compreensão e a visão respectiva do quarto dom: “Era uma vez um jovem chamado Marcelo, residente na zona rural do município de Sertânia-PE. Era integrante duma família simples, todos agricultores, mas foi criado com uma base de valores recheados de princípios éticos e de moral. A cada dia que passava, transmitia esses ensinamentos a seus semelhantes e orgulhava a todos com esta atitude. Além disso, engajava-se nos estudos ,no trabalho, nas causas sociais. Era um ser do bem em todas as instancias. Até que algo mudou. Um certo dia, numa fatalidade, seus familiares perdem a vida. Ele se revolta inicialmente, pois era muito apegado a seus entes. Passa a questionar seus hábitos e se pergunta de que valera seu esforço em ser um bom homem. É neste exato momento que conhece Fabrícia.Descobre com ela o sentido da amizade,cumplicidade,amor,fidelidade .Decide se casar e supera esta primeira perda com o passar do tempo apesar de não esquecê-la. Tem um casamento feliz,filhos,uma boa situação financeira,amigos,enfim tudo estava valendo muito a pena. Até que num certo dia perde a mulher em outra fatalidade.Inconformado,passa dias sofrendo e se perguntando por que a vida lhe aplicara mais um golpe. Entra em depressão.Com a ajuda dos filhos, procura tratamento psicológico, vai superando aos poucos seus traumas e com um certo tempo volta a sua rotina normal:Trabalho,atividades sociais e de lazer, convivência com amigos. Descobre dentro de si um potencial enorme em superar as perdas e adversidades da vida, chamada “Fortaleza”. Era isso. Não se tratava de esquecer as desgraças e sim conseguir superá-las e viver uma vida normal valorizando o que tinha em mãos. E é isto. Marcelo se recuperou, viveria em paz e feliz com sua família o resto dos seus dias. Redescobre o amor com outra pessoa e vive outros momentos felizes. “Fortaleza é um dom essencial para que enfrentemos a vida sempre com esperança de dias melhores e com a força, coragem e garra necessárias para enfrentar as perdas que são inevitáveis, superando-as para que possamos viver a vida em paz. Pois a vida é bela, clara, e deve ser vivida com alegria e felicidade que todos merecemos.”
Pós-desafio
A visão termina. Depois de tudo concluído, saímos das ruínas da casa que era do meu avô ,procuramos a trilha e começamos a fazer o caminho da volta rapidamente antes que a noite caísse. O momento atual requer concentração e calma a fim de assimilar todos os conhecimentos da visão. Focamos nisso durante o trajeto. Além disso, planejamos os próximos passos de nossa aventura inusitada no sítio, conversamos sobre nossos pontos falhos e sobre o treinamento da co-visão que ainda não se realizara. Porém, nossas opiniões entram em conflito em diversos pontos e deixamos para tratar disto com o nosso mestre mais tarde. Assim continuamos avançando na trilha agreste sem maiores preocupações.
No caminho, conhecemos algumas pessoas, e paramos um pouco para trocar ideias. Depois da apresentação, falamos um pouco de nossas vidas e eles da deles (São três jovens que se chamam Soraia, Claudionor e Cássio—Todos irmãos). Conversamos também sobre assuntos gerais, literatura, amizade, relacionamento, política durante aproximadamente meia hora. No final, antes de ir, nos convidam para continuar a prosa em sua casa (no período da noite), e nos explicam como chegar lá. Empolgados, aceitamos e finalmente nos despedimos. Continuamos então a nossa caminhada e com mais alguns passos ultrapassamos um terço do percurso. Neste momento, a ansiedade, o nervosismo e a expectativa aumentam por causa dos fatos anteriores. Então aumentamos o nosso ritmo.
Apesar do ritmo forte, dá tempo de apreciarmos e repassarmos cada centímetro daquele chão, e reconhecemos nele os frutos dos nossos esforços: Galhos retorcidos, nossas pegadas no chão, pedras deslocadas. Já tínhamos ultrapassados os obstáculos daquele trilha em prol dum dom, do universo e em busca dum destino ainda incerto. Nossa motivação era maior a cada momento apesar dos pesares.
Cheios de curiosidade, vez ou outra saímos do caminho principal e descobrimos um mundo inteiramente novo:vegetação, animais, textura da terra, paisagem. Era um descobrir muito valioso. Pena que estávamos com pressa e quase noite, senão aproveitaríamos mais. Quem sabe noutra oportunidade, penso. Então voltamos ao nosso foco principal e avançamos ainda mais. Ultrapassamos dois terços do percurso. Estávamos mais perto de nossa casa provisória.
No restante do percurso, com o cansaço, diminuímos o ritmo do corpo e da mente, ficando mais relaxados. Tínhamos cumprido a quarta etapa com sucesso e isto nos animava bastante. No entanto, sabíamos que havia muito a aprender não só nesta aventura como em outras a realizar. O caminho do vidente era difícil e espinhoso, exigia de nós uma aprimoração contínua. Mas ainda bem que estávamos no caminho certo. Com esta certeza, Caminhamos ainda mais e depois СКАЧАТЬ