Название: A Vida No Norte
Автор: Tao Wong
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Жанр: Зарубежная фантастика
isbn: 9788835430698
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Como novo Mundo Masmorra, o vosso planeta foi designado um local de imigração livre. Mundos não desenvolvidos dentro do Conselho Galáctico podem tirar partido desta nova política. Por favor, tentem não cumprimentar os novos visitantes como cumprimentaram o nosso Emissário. A vocês, humanos, dava-vos jeito ter amigos.
Como parte da transição, todos os sujeitos sencientes terão acesso a novas classes e habilidades, assim como à interface de utilizador tradicional, adotada pelo Conselho Galáctico, em 119 CG.
Obrigado pela vossa cooperação e boa sorte! Estamos ansiosos por vos conhecer.
Tempo para a iniciação do Sistema: 59 minutos e 23 segundos
Eu gemo e liberto a mão o suficiente para fazer deslizar a caixa azul que está à frente da minha cara, enquanto abro os olhos. Que sonho estranho. Não bebi assim tanto, foram só uns shots de uísque antes de ir para a cama. Assim que a caixa desaparece, surge outra, que escurece a tenda pequena para duas pessoas na qual estou a dormir.
Parabéns! Surgiste na zona do Parque Nacional de Kluane (Nível 110+)
Recebeste 7500 XP (Com atraso)
De acordo com o Calendário de Desenvolvimento do Mundo das Masmorras 124.3.2.1, os habitantes designados a uma região, com um Nível recomendado de 25 ou superior, acima do nível atual dos habitantes, receberão uma Regalia Pequena.
De acordo com o Calendário de Desenvolvimento do Mundo das Masmorras 124.3.2.2, os habitantes designados a uma região, com um Nível recomendado de 50 ou superior, acima do nível atual dos habitantes, receberão uma Regalia Média.
De acordo com o Calendário de Desenvolvimento do Mundo das Masmorras 124.3.2.3, os habitantes designados a uma região, com um Nível recomendado de 75 ou superior, acima do nível atual dos habitantes, receberão uma Regalia Grande.
De acordo com o Calendário de Desenvolvimento do Mundo das Masmorras 124.3.2.4, os habitantes designados a uma região, com um Nível recomendado de 100 ou superior, acima do nível atual dos habitantes, receberão uma Regalia Superior.
Mas que raio? Salto para a frente e quase caio, emaranhado no saco-cama. Consigo soltar-me e uso os meus 1,73 m para me sentar, ao mesmo tempo que desvio cabelo preto dos olhos para fitar a ofensiva mensagem azul. Muito bem, estou acordado e isto não é um sonho.
Isto não pode estar a acontecer. Quer dizer, claro que está a acontecer, mas não pode ser. Tem de ser um sonho, coisas destas não acontecem na vida real. Contudo, tendo em conta as dores e o desconforto bastante realísticos que sinto da caminhada de ontem, não é mesmo um sonho. Ainda assim, isto não pode estar a acontecer.
Estico o braço para tentar tocar na janela e, por momentos, nada acontece. Mas, quando mexo a mão, a janela parece ficar “presa” e mover-se com ela. Parece uma janela num ecrã tátil, o que não faz sentido, uma vez que isto é a vida real e não há um tablet. Agora que estou concentrado, consigo sentir que a janela tem uma espécie de sensação tátil, como tocar em película aderente que está demasiado esticada, com a exceção de que também tem um toque de eletricidade estática. Olho para a minha mão e para a janela e, depois, faço um movimento rápido e vejo a janela começar a encolher. Isto não faz sentido.
Ainda ontem tinha subido o King’s Throne Peak com todos os meus equipamentos, para ver o lago de cima. Como é início de abril, em Yukon, significa que o cume ainda está coberto de neve. Mas eu estava preparado para isso, apesar de os últimos quilómetros terem sido mais difíceis do que estava à espera. Pelo menos, estar fora de casa fez-me esquecer o estado deplorável em que está a minha vida, desde que fui viver para Whitehorse. Sem trabalho, quase sem dinheiro para pagar a renda do próximo mês e tendo acabado de terminar a relação com a minha namorada, ir-me embora numa terça-feira, na sucata que é o meu carro, foi exatamente o que o médico me prescreveu. Por muito má que a minha vida tivesse sido, tenho quase a certeza de que não estava assim tão perto de perder a cabeça. Pelo menos, não ao ponto de ver coisas.
Fecho os olhos e forço-os a ficar fechados durante três segundos, antes de os voltar a abrir. A caixa azul continua ali, a assombrar-me com a sua realidade. Consigo sentir a minha respiração ficar entrecortada. Os meus pensamentos estão a mil à hora, a tentar arranjar uma explicação para o que está a acontecer.
Para.
Obrigo os meus olhos a fecharem-se novamente e o meu treino e hábitos antigos vêm ao de cima. Ignoro a sensação de pânico que me invadiu a mente, obrigo os pensamentos dispersos a parar de divagar e suprimo os meus sentimentos. Este não é o momento nem o lugar para tudo isto. Enfio tudo numa caixa e fecho-lhe a tampa. Empurro as minhas emoções para o fundo, até sentir apenas uma dormência reconfortante e familiar.
Uma vez, um terapeuta disse que o meu distanciamento emocional é um mecanismo de autodefesa que aprendi. Um mecanismo que foi útil durante a juventude, mas que se tornou um pouco desnecessário, agora que sou um adulto com mais controlo sobre o que me rodeia. A minha namorada, ex-namorada, chamava-me apenas um idiota sem sentimentos. Ensinaram-me mecanismos de defesa melhores, mas quando as emoções começam a surgir, uso os que funcionam. Se estiver num ambiente que não consigo controlar, criar caixas azuis flutuantes na vida real pode ser um deles.
Mais calmo, abro os olhos e releio a informação. A primeira regra: as coisas são como são. Não vale a pena discutir, gritar ou preocupar-me com o porquê ou o como ou se estou maluco. As coisas são como são. Portanto... Tenho regalias. E existe um sistema que oferece regalias e atribui níveis. Também vão existir masmorras e monstros. Estou num maldito MMO, sem a porcaria de um manual, ao que parece. Isto significa que pelo menos alguma da minha juventude desperdiçada vai ser útil. Pergunto-me o que diria o meu pai. Empurro a raiva repentina e familiar que surge ao pensar nele e concentro-me antes no problema atual.
Primeiro, preciso de informações. Ou, melhor ainda, de um guia. Estou a seguir o meu instinto, a fazer o que me parece melhor, em vez do que penso ser o correto, uma vez que o meu lado racional está ocupado a pôr os dedos nos ouvidos e a cantar “lá lá lá lá”.
— Estado? — questiono e surge um novo ecrã.
Quadro de Estatísticas | |||
Nome | John Lee | Classe | Nenhuma |
Raça | Humano (Masculino) | Nível | 0 |
Títulos | |||
Nenhum | |||
Vida | 100 | Resistência | 100 |
Mana | 100 | ||
Estado | |||
Tornozelo torcido (- 5% de velocidade de movimentos) Tendinite (- 10% de agilidade manual) | |||
Atributos | |||
Força | 11 | Agilidade | 10 |
Constituição | 11 | Perceção |
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