Название: Esperanças ocultas - Amores e mentiras
Автор: Heidi Rice
Издательство: Bookwire
Жанр: Языкознание
Серия: OMNIBUS DESEJO
isbn: 9788413752860
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Daisy olhou pela janela do estúdio.
– Santo Deus, são como uma praga de gafanhotos – murmurou.
– Isto é culpa minha – confessou-lhe Juno, horrivelmente envergonhada.
– Porquê? Que se passa? Estás muito pálida. Vem, senta-te um momento.
Juno deixou-se cair no sofá e Daisy sentou-se ao seu lado, tentando acalmar o bebé, que começava a inquietar-se.
– Para de tremer, não se passa nada. Por que não vemos qual o motivo de tudo isto?
Juno abriu a revista e depressa encontrou o que procurava.
Numa das páginas coloridas das centrais, havia uma foto dela e de Mac a beijarem-se na varanda do castelo. Ele tinha uma mão no seu traseiro enquanto ela se agarrava aos seus ombros. O título do artigo era: A estrela de Hollywood Mac Brody e a sua noite de paixão com uma jovem inglesa.
– Ah, mistério resolvido – anunciou Daisy.
Juno atirou a revista, sentindo-se humilhada. Como poderia explicá-lo?
– Eu não queria que isto acontecesse. Deu-me um beijo e... deixámo-nos levar.
– Estou a ver – disse a sua amiga.
– Isto é horrível.
Que típico que o seu momento Gata Borralheira acabasse por ser um desastre.
– Não, não é. Eu acho que é fabuloso, mas tenho que fazer-te duas perguntas muito importantes: a tua noite de paixão com Mac Brody foi tão ardente como parece na foto? E quando vais voltar a vê-lo?
Juno corou.
– Não, eu...
– Esquece a primeira pergunta, já sei a resposta.
– Não penso voltar a vê-lo – disse Juno então. – Foi uma coisa de uma só noite.
– Quem te disse isso, ele?
– Não... além disso, estava a dormir quando deixei o quarto.
Daisy arqueou as sobrancelhas.
– Deixaste-o plantado? A um homem pelo qual milhões de mulheres matariam? Estás louca?
– Não queria acordá-lo – justificou-se Juno. – E deixei-lhe uma mensagem de despedida. Além disso, ele não procurava mais que uma aventura de uma noite e eu também não.
Era a verdade. Embora o seu coração disparasse de cada vez que pensava nele.
Daisy pôs Ronan sobre o seu ombro esquerdo e olhou para Juno com olhos penetrantes.
– E tu como sabes?
– Porque sei. Estou a ser realista.
– Não te escondas por trás dessa tolice realista. Há momentos para ser realista e outros para deixar que a ninfomaníaca que tens dentro enlouqueça. Ter uma aventura com Mac Brody deveria fazer parte desta última ideia – Daisy suspirou. – Não posso acreditar que tenhas deixado escapar essa oportunidade.
– Acabou e não quero falar mais disso.
– Não faças isso a ti mesma, querida. Desde que conheceste Mac que tenho visto uma faceta de ti que nunca tinha visto e é maravilhoso. A sério, tem sido como ver uma borboleta a sair do casulo. Não te dás conta de que, por fim, estavas a recuperar a alegria de viver? Até usaste o vestido de dama de honor... um vestido, pela primeira vez em seis anos. E depois passaste a noite com Mac. Aposto que estavas morta de medo quando chegastes ao quarto, não é verdade?
Juno voltou a corar.
– Talvez um pouco, mas ele foi muito... enfim, foi muito carinhoso.
– E por que o deixaste plantado?
– Porque não queria parecer ridícula – confessou-lhe ela. – Pode ser o irmão de Connor, mas também é uma estrela de cinema. Sai com atrizes e modelos lindíssimas... não queria que se mostrasse condescendente comigo de manhã. Teria morrido de vergonha.
Descobrira algo maravilhoso nessa noite: que o mundo não se afundaria por fazer o que lhe pedia o corpo. Talvez um dia tivesse a coragem suficiente para procurar o que Daisy encontrara, mas iria passo a passo, equilibrando os riscos. Não se ia meter em algo desconhecido nem confiar na sorte para passar depois mais seis anos a apanhar pedaços do seu coração.
– Eu não sou como tu e o Mac não é o Connor. Uma vez arrisquei tudo e foi um desastre. Não posso voltar a fazê-lo.
Daisy apertou-lhe a mão.
– Compreendo, querida, a sério. Tu passaste por algo pelo qual uma rapariga de dezasseis anos nunca deveria ter que passar, mas tens que começar a confiar no teu julgamento no que se refere aos homens se é que queres encontrar a pessoa da tua vida. Não percebes?
– Sim, bem, o meu julgamento diz-me que Mac Brody só estava interessado numa cambalhota.
– Mas não sabes isso com toda a certeza.
– Só dizes isso porque é o irmão do Connor. Não o conheces, Daisy. Sabes por que veio a França?
– Porquê?
– Porque queria ir para a cama comigo – disse Juno.
– Espero que te tenhas sentido lisonjeada.
Sim, tinha-se sentido lisonjeada, mas Daisy não percebia o que queria dizer-lhe.
– Não vês que isso o torna alguém completamente superficial? Não veio para assistir ao casamento do irmão, veio para dormir comigo. Não te ligou nem a ti nem ao Connor... nem sequer se preocupou um segundo com o seu sobrinho. Não sei como podes perdoar-lhe.
Na verdade, também não percebia por que lhe tinha perdoado ela.
– Não deves julgá-lo por isso – disse Daisy. – A situação entre ele e Connor é complicada.
– Sim, bom, contaste-me que tinham tido uma infância difícil, mas isso não justifica...
– Juno, ouve-me – interrompeu-a a amiga. – Não se viam desde que Mac tinha dez anos e Connor acha que passou o resto da sua infância indo de uma de casa de acolhimento para outra – Daisy suspirou. – E não acho que seja tão superficial assim, acho que é precavido.
Juno fechou a boca porque não sabia o que dizer. Não queria pensar em Mac em criança, sozinho no mundo...
– Tu também não o conheces – prosseguiu Daisy. – E o pouco que conheceste dele agradou-te. Por que não ficas com Mac o tempo que durar? Em vez de saíres a correr, deverias ter-te dado a ti mesma uma oportunidade.
– Achas que deveria ter ficado?
– Existe sempre a possibilidade de que Mac não te pusesse fora do СКАЧАТЬ