Название: O conde de castelfino - Paixões mediterrâneas
Автор: Christina Hollis
Издательство: Bookwire
Жанр: Языкознание
Серия: Ómnibus Geral
isbn: 9788413752761
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– Isso significa que tenho de visitar todas as lojas da lista? – murmurou, olhando para o papel que tinha na mão.
– Talvez não seja assim tão mau – a mulher riu-se.
E aquela frase devolveu-a à realidade.
– Sim, claro, quem me ouvir a queixar-me pensará que é um trabalho muito difícil – Meg sorriu. – Se a única coisa que tiver de fazer para lhe agradar for ver vestidos, não demorarei tempo nenhum.
As coisas não correram exactamente como Meg tinha imaginado. Entrou e saiu da segunda loja a toda a velocidade, mas, à medida que fazia progressos na lista, as visitas eram mais longas. Embora não tivesse encontrado nada tão perfeito como o vestido azul, a verdade era que começava a divertir-se.
Todas as empregadas eram atenciosas com ela, como se fosse uma pessoa importante. Ofereceram-lhe sandes, champanhe, água mineral de todas as marcas, café… e experimentar a roupa começou a ser divertido. Meg aprendeu que as roupas de boa qualidade eram uma coisa de que se devia desfrutar e apreciar, e não uma coisa que se pudesse vestir e despir, como nas lojas baratas.
E, quando chegou à última loja, descobriu, surpreendida, que não queria ir-se embora.
Mas, finalmente, depois de vários cafés e cantuccini, voltou para trás, para comprar o vestido ideal.
Tinha combinado com Gianni na Ponte Vecchio e ele já estava ali, a falar ao telemóvel, mas, assim que a viu, interrompeu a chamada e aproximou-se dela, com um sorriso nos lábios.
– Não demoraste tanto como eu pensava.
Meg estava convencida de que não poderia ter mais calor, mas o brilho dos seus olhos provocou-lhe um incêndio. Estava muito bonito. O contraste entre a sua pele morena e o branco da camisa sempre lhe tinha parecido muito atraente e, naquele dia, além disso, tirara a gravata e desabotoara os dois primeiros botões, deixando ver os pêlos escuros do seu peito.
O pulso de Meg acelerou e teve de fazer um esforço para disfarçar.
– Não te preocupes, Gianni. Já tenho tudo para a festa, exactamente como tu querias. E muito obrigada – disse-lhe. – O mais curioso é que encontrei tudo na primeira loja. Enviá-lo-ão para a propriedade assim que tenham feito alguns pequenos arranjos. Mas, enfim, voltemos para a villa. Estou desejosa de chegar a casa, de tirar as botas e…
Meg ficou calada, apercebendo-se então de que não tinha parado de falar.
– Mulheres! – Gianni riu-se. – Se estiverem em casa, querem ir às compras e, quando vão às compras, só querem voltar para casa. São todas iguais – acrescentou, com uma condescendência tipicamente italiana.
«Não, eu não. Eu adoraria ficar aqui contigo. Se tu soubesses…», pensou ela, mas mordeu a língua. Não era a primeira vez e não seria a única.
Os dias anteriores à festa passaram num redemoinho de preparativos.
– Sabia que tinha tomado uma decisão inteligente ao contratar-te – disse Gianni, enquanto Meg estava de joelhos, a colocar arranjos florais à volta da lareira.
– Então, não foste tu quem ameaçou despedir-me assim que cheguei? – brincou ela.
Gianni, ocupado a verificar a decoração floral da sala principal, não se incomodou em responder.
– Diz-me uma coisa: que homem poderia ter feito arranjos de flores tão fabulosos?
– O meu tio-avô e os seus contemporâneos, por exemplo – respondeu Meg, acrescentando orquídeas minúsculas ao arranjo de líquenes e troncos cobertos de musgo.
Ela tinha desenhado tudo, das misturas de cores das grinaldas aos arranjos exóticos sobre as mesas. E tinha sido um prazer. Os elogios de Gianni eram muito satisfatórios e sorriu, enquanto dava o toque final ao arranjo da lareira.
– Há muitos anos, a arte do enfeite floral fazia parte do trabalho de qualquer jardineiro, por mais rude e masculino que fosse. E se retrocedermos no tempo, era uma habilidade com a qual contavam até os samurais no antigo Japão.
– Eu prefiro as gueixas.
– Sim, imagino – Meg riu-se, olhando-o por cima do ombro.
Mas o que viu deixou-a perplexa. Ainda faltavam alguns minutos para que chegassem os convidados, mas Gianni já vestira o smoking e estava magnífico, um verdadeiro aristocrata, e Meg não conseguia deixar de olhar para ele, espantada.
– Embora a tua expressão seja muito lisonjeadora, não tens tempo para continuar aí agachada – ele sorriu. – Vá, Cinderela, o teu grande momento começa dentro de menos de uma hora. Quero que todos estejam prontos antes que os convidados cheguem.
Meg levantou-se, alisando distraidamente as suas calças. Não queria ir-se embora e Gianni apercebeu-se.
– Tenho a impressão de que não te apetece muito.
– Na verdade, não, para te ser franca.
– A mim, também não, na verdade.
Meg olhou para ele, incrédula. A sua resposta tinha sido tão inesperada que teve de sorrir.
– Mas adoras festas. Como é possível que não te apeteça?
Gianni estava ocupado a tirar uma folha da manga do smoking, mas levantou o olhar.
– Não é uma festa, é uma reunião de trabalho, Megan. E, na minha opinião, uma coisa não combina com a outra. Antes de o meu pai morrer, podia relaxar e divertir-me, mas, agora que sou responsável pela propriedade Castelfino e pelos seus empregados, não posso perder uma oportunidade de fazer negócios.
Parecia tão triste que Meg sentiu pena dele.
– Ainda bem que tenho um trabalho que adoro.
Sorrindo, Gianni aproximou-se para lhe dar uma palmadinha no ombro.
– Não te preocupes, Megan. Vai correr tudo bem, vais ver.
Embora Meg não conseguisse partilhar a confiança de Gianni, não demorou muito a tomar banho e a vestir o vestido que tinha comprado em Florença. Mas então começou a preocupar-se a sério… Não sabia que perfume usar e se devia ou não maquilhar-se. Era o caso clássico de prolongar o assunto para não sair de casa. Só a lembrança do sorriso de Gianni e das palavras consoladoras dele a tiraram do seu santuário.
E, quando saiu do pavilhão, o primeiro veículo já era visível ao longe, a atravessar o portão da propriedade.
– Bravíssimo! Estás linda – ouviu uma voz por cima da sua cabeça.
– Gianni! – quando levantou a cabeça e o viu apoiado no corrimão de uma varanda, recordou que tinha dito que a observava… De modo que aquele devia ser o seu quarto. – O que fazes aí?
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