O conde de castelfino - Paixões mediterrâneas. Christina Hollis
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Название: O conde de castelfino - Paixões mediterrâneas

Автор: Christina Hollis

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: Ómnibus Geral

isbn: 9788413752761

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      Meg fez uma careta. Já tinha conseguido convencê-lo uma vez a não a despedir, mas, se discutisse com ele por causa daquele assunto, Gianni poderia mudar de ideias… De modo que o seu medo das empregadas das lojas de marca lutava contra o seu medo de ficar sem dinheiro no banco.

      Com o seu salário em Castelfino, poderia enviar dinheiro aos seus pais todos os meses. Embora o viveiro Imsey estivesse a trabalhar bem agora, Meg sabia como a linha entre o sucesso e o desastre era ténue. Os seus pais tinham percorrido essa linha muitas vezes no passado e ela queria que tivessem recursos suficientes para suportar qualquer problema que a vida lhes pusesse à frente.

      Aquele emprego era uma oportunidade magnífica para fazer algumas economias e, dessa forma, não teria medo da ruína.

      – Não, claro que não… E é o que me preocupa – confessou-lhe. – Eu preciso de cada cêntimo que ganho aqui. Mas, nessas lojas, de certeza que cobram até por olharmos para a montra.

      Gianni inclinou-se um pouco para a frente, arqueando os sobrolhos.

      – É para isso que servem as contas, Megan. Cobrar-me-ão o que comprares, tu não terás de pagar um cêntimo.

      Meg deixou escapar um suspiro de alívio. Mas então pensou que poderia estar a cair numa armadilha. O engodo era doce e apetecível, mas ela tinha uma boa razão para não o provar. Esperaria Gianni que lhe agradecesse? Queria aproximar-se dele, não tinha dúvidas disso, e aquela seria a oportunidade ideal para o fazer. E, por isso, estava decidida a ser precavida. A sua relação com Gavin tinha-lhe mostrado como eram alguns homens. Ela sabia por experiência que um homem que gastava dinheiro com uma mulher acreditava que podia controlar a vida dela. Aceitar o dinheiro de Gianni poderia levar a todo o tipo de coisas…

      Voltou a olhar para aqueles olhos cheios de sensualidade. Não aconteceria nada por aceitar a generosidade dele, dizia-lhe o seu corpo traidor.

      – Isso é mais do que eu poderia esperar e é muito amável da tua parte – disse-lhe. E foi recompensada por uma gargalhada que pareceu envolvê-la como um campo de força e que lhe daria coragem para enfrentar a curiosidade dos seus assistentes quando saísse do escritório.

      Pensando que a reunião tinha acabado, Meg levantou-se, mas, quando se virou, Gianni olhou para o seu relógio.

      – Espera, estou prestes a ir para Florença, portanto, eu mesmo levo-te. Enquanto me reúno com os meus sócios, podes ir às compras. Combinaremos depois em algum sítio para voltarmos para casa.

      Meg parou, nervosa. Estar a sós com Gianni no escritório era uma coisa, mas viajar com ele era outra muito diferente.

      – Tenho de mudar de roupa – disse-lhe.

      – Não há tempo para isso. Estás bem assim – anunciou ele, sem sequer olhar para ela.

      – Mas não posso desaparecer, sem dizer a ninguém que me vou embora. Não podes esperar um minuto, enquanto vou dar instruções ao meu pessoal?

      Gianni, sorrindo, tirou umas chaves do bolso.

      – Não, nada disso. Eu conheço bem as mulheres. Se não te mantiver debaixo de olho, far-me-ás esperar uma hora, portanto, irei contigo.

      De modo que a seguiu até ao jardim. Ela sabia que estava a admirá-la. De facto, só deixava de o fazer quando ela virava a cabeça.

      – Como está o viveiro Imsey enquanto estás aqui? – perguntou-lhe, enquanto iam para o carro.

      – Telefono todos os dias para casa, para saber como estão as coisas. Do telemóvel, é claro! – explicou Meg, para que não pensasse que utilizava o telefone da villa. – Os meus pais dizem que está tudo bem, mas eu continuo preocupada. Não sei se me contam tudo… Foi o que aconteceu da última vez.

      – Pois, parece-me estranho que tenhas aceitado um emprego tão longe de casa, quando estás tão preocupada com eles – Gianni arrancou uma espiga e esfregou os grãos entre os dedos.

      – Tinha de o fazer – disse ela. – Quando o teu pai me ofereceu o emprego, pensei que era a oportunidade perfeita para mim. Assim, podia ajudar financeiramente a minha família e começar a abrir caminho sozinha no mundo profissional.

      Meg pensou então no que realmente tinha dado início à sua nova vida: a Feira de Flores de Chelsea, quando conhecera Gianni. Durante semanas, tinha fantasiado com ele. Depois, a sua vida ficara de pernas para o ar com a oferta para trabalhar em Castelfino e agora estava a passear por uma propriedade na Toscana, ao lado dele. Era um sonho tornado realidade… Ou quase.

      Meg tentou não reparar no brilho do sol sobre o seu cabelo preto ou nas suas feições bonitas. Mas começava a ser francamente difícil que o trabalho continuasse a ser a sua prioridade, tendo aquele homem ao seu lado.

      – Depois de pagar as dívidas do viveiro, pensei que estava na altura de refazer a minha vida – disse-lhe, voltando à realidade. – E então, de repente, recebi uma carta do teu pai, na qual me oferecia a possibilidade de trabalhar aqui… Estivemos a conversar durante muito tempo na feira de flores, mas eu não sabia que eram aparentados. Claro que agora que penso nisso… Ah, o bloco que me mostraste! Era a letra do teu pai, não era?

      – Sim, claro. Ele mandou-me ir à tua banca, de modo que deve ter ficado impressionado.

      Meg assentiu com a cabeça.

      – Os meus pais disseram-me que já não precisavam da minha ajuda no viveiro e é por isso que estou aqui.

      Tinham chegado à entrada da casa, onde um Ferrari preto estava estacionado.

      – Nunca tinha visto um desportivo de perto até ter chegado a Itália.

      – Queres conduzi-lo?

      – Eu não… Neste país, não, impossível! Teria medo de me enganar na faixa. Sabes que nós conduzimos pela esquerda.

      – Então, está na hora de praticares um pouco.

      Sem dizer mais nada, Gianni atirou-lhe as chaves.

      – A sério que queres que conduza o teu Ferrari? – perguntou Meg, atónita.

      – É melhor que pratiques um pouco, mas só te deixarei conduzir pela propriedade. Quando chegarmos à estrada, devolver-me-ás o carro, não sou assim tão louco.

      – E se tiver um acidente?

      Gianni olhou para ela, como se tivesse perdido a cabeça.

      – Pedirei à fábrica que me envie outro, é claro! E não mudes de assunto, estávamos a falar de ti. Pensei que tinhas dito que eras feliz em casa, mas vejo que não te custou muito seguir o caminho da fama e da fortuna.

      – Se me tivesses ouvido atentamente, saberias o que queria dizer – replicou Meg, enquanto entrava no carro e tentava ficar cómoda.

      – Ah, eras feliz, mas não totalmente, então! Faltava qualquer coisa na tua vida.

      «Alguém», pensou ela, sentindo uma dor sob as costelas que a impedia de respirar. Era a mesma sensação que tinha experimentado em Inglaterra cada vez que via ao longe alguém que se parecia com Gianni. O seu coração ficava louco СКАЧАТЬ