Casamento de confiança. Emma Darcy
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Название: Casamento de confiança

Автор: Emma Darcy

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: Sabrina

isbn: 9788413485485

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СКАЧАТЬ de ser a certa para ele. – E suspirou. – Aqui estou eu, vinte e seis anos e toda essa combinação ainda não me aconteceu.

      A mulher assentiu, em cumplicidade.

      – É verdade que não temos domínio sobre isso. Como diz, precisa haver uma combinação de auspiciosas circunstâncias.

      Esta já está, pensou Hannah triunfante.

      – Importa-se de me falar um pouco sobre a sua família, menina O’Neill? Vejo que é descendente de irlandeses.

      Hannah riu. O bom humor encobria muitos defeitos.

      – Irlandês de ambos os lados. O nome da minha mãe é Maureen Ryan. Sou a filha do meio. Somos nove filhos, todos muito desejados e amados.

      – Nove? É uma família muito grande nos dias de hoje.

      – Eu sei. Surpreende muita gente. Alguns desaprovam, chegam, inclusive, a apelidar de procriação igual à dos coelhos. Mas só posso dizer que sempre foi óptimo ter o apoio de uma grande família.

      – Não sentiu a falta deles nesta longa jornada? – perguntou a senhora King, curiosa.

      – Bem, nós também aprendemos a ser independentes. A seguir o próprio destino. Além disso, eles só estão a um telefonema de distância. Reparei que existe um cibercafé em Porto Douglas. A Internet facilita o contacto.

      A senhora assentiu, parecia satisfeita com a descrição da família de Hannah.

      – Também pretende ter muitos filhos? – Indagou.

      Por que é que aquilo era importante? Mas Hannah percebeu que era.

      – No mínimo quatro – declarou, sinceramente. – Se o meu marido concordar e eu não estiver muito velha quando o encontrar.

      – Vinte e seis, vinte e sete – comentou a outra mulher, como se estivesse a contar quantos filhos Hannah poderia ter. – Talvez tenha de se estabelecer, menina O’Neill. Quanto tempo pretende ficar em Porto Douglas?

      – Oh, o tempo que durar o emprego, senhora King.

      Uma aprovação calorosa surgiu na expressão da senhora, o que aumentou a confiança de Hannah. Família era obviamente o factor chave. A jovem não se importava com o porquê, contanto que funcionasse.

      – Reparei que passou a última estação turística a trabalhar na Reserva King Éden Wilderness, em Kimberley – comentou a velha senhora.

      King Eden, King Castle… Uau! Seria tudo filial da mesma família? Os King de Outback e os King dos Trópicos?

      – O que achou? – continuou Isabella Valeri King.

      O entusiasmo de Hannah não podia ser fingido.

      – Na minha opinião, a reserva é a parte mais fantástica de Outback. Foi uma óptima experiência. Assim como ter trabalhado com o chefe de cozinha, Roberto – acrescentou. – Ninguém cozinha peixe como o Roberto. É absolutamente maravilhoso.

      – Aprendeu a cozinhar com ele?

      – Senhora King, dê-me um peixe fresco e terá uma refeição inesquecível.

      – Acredito na sua palavra, menina O’Neill.

      Bastava de comida! Era melhor voltar ao assunto da família.

      – Existe uma ligação entre a família King e os King de Kimberley? – perguntou Hannah.

      – Somos parentes – admitiu a velha senhora, orgulhosa. – O irmão mais velho do meu marido, Edward, desenvolveu a família em King’s Éden.

      Ao recordar-se da maravilhosa propriedade na grande estação de gado, situada como uma coroa no topo de uma montanha com vista para o rio, teve de perguntar:

      – O seu marido construiu este castelo?

      – Não. O meu pai construiu-o. Costumava ser conhecido como Palacete Valeri. Depois do meu pai morrer, o meu filho assumiu as plantações, e a partir daí as pessoas locais começaram a chamá-lo de Castelo King, e é assim até hoje.

      – Plantações? – quis saber Hannah.

      – Naquela época, era apenas cana-de-açúcar. – Fez um gesto para indicar a plantação que se perdia de vista. – Olhe para a pequena baía.

      Campos de cana estendiam-se do mar às montanhas.

      – A minha mãe costumava ver a queima da cana, aqui da torre. Mas agora já não se queimam os campos. A cana é colhida verde com máquinas especiais. O meu neto, Alessandro, administra os negócios da cana. O irmão dele, António, administra as plantações de chá.

      – Chá? – Hannah lembrou-se de ter visto uma plantação de chá em Cape Tribulation.

      Isabella assentiu.

      – Embora ache que o António está mais interessado na sua companhia de viagens. O novo barco, Duquesa, é o orgulho e a alegria dele.

      Então António seria o seu chefe se conseguisse o emprego. António, Alessandro… uma forte influência italiana. Talvez aquilo justificasse as perguntas sobre a família.

      – O seu curriculum diz que trabalhou num barco em Fremantle, no oeste da Austrália – prosseguiu Isabella.

      Hannah assentiu.

      – Serviço de buffet para cruzeiros ao pôr-do-sol – Se é que se podia chamar a bebidas e salgados de serviço de buffet!

      – Então está acostumada a trabalhar num navio?

      – Oh, sim, claro.

      – E não fica enjoada?

      – Nunca fiquei.

      Verdade, mas compraria alguns comprimidos para o enjoo, apenas por precaução.

      – Matteo exige no Duquesa uma excelente selecção de fruta exótica – informou a senhora King. – Terá de aprender as qualidades da mesma. Matteo é o meu neto mais novo. Administra as plantações de fruta tropical.

      Três reis, pensou Hannah. Perguntou-se se tinham esposas.

      – A senhora tem algum bisneto?

      A Isabella King sorriu, os olhos brilhavam encantados.

      – Um menino, o Marco. É filho de Alessandro e de Gina, estão à espera de outro.

      – Os meus parabéns – disse, de coração.

      – Obrigada. Infelizmente, os meus outros dois netos ainda não encontraram… a mulher certa.

      – Não é fácil – concordou Hannah com cumplicidade.

      – O amor é uma dádiva – murmurou a senhora King, com um olhar de satisfação que atiçou outra vez a curiosidade da jovem.

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