Название: Cativa entre os seus braços
Автор: Carol Marinelli
Издательство: Bookwire
Жанр: Языкознание
Серия: Sabrina
isbn: 9788413484938
isbn:
Sentia-se muito consciente de que, no terreno sexual, estava muito atrás das suas amizades.
Não era por falta de oportunidades. No café em que trabalhava antes, havia muitos clientes que queriam sair com ela. Maggie aceitava um encontro de vez em quando, mas sempre com o mesmo resultado. A soma total do seu repertório sexual era alguns beijos incómodos.
Mesmo assim, embora não tivesse havido atração, fora interessante falar com Hazin. Apesar da sua beleza e dos seus privilégios, parecia um homem pragmático. Normalmente, quando dizia a alguém que não tinha família, mostravam-se compassivos com ela. Hazin sorrira e dissera que tinha sorte, para depois continuar a falar dos seus pais e da frieza com que tinham criado o seu irmão Ilyas e a ele.
Maggie perguntara-lhe se estava muito unido ao irmão e Hazin respondera que ninguém podia estar unido a Ilyas.
Sim, fora interessante e, agora, desejava escrever a Flo e contar-lhe tudo. Fechou a torneira e pegou na toalha.
Por sorte, o creme solar fizera o seu trabalho e só tinha os ombros um pouco rosados. O resto estava tão branco e sardento como sempre.
Era incapaz de se bronzear e há muito que deixara de tentar. De facto, parecia que acabara de sair de um inverno inglês e não de um verão no Médio Oriente.
Vestiu umas calças claras de ioga e uma t-shirt de manga comprida. Embora os dias fossem quentes no deserto, as noites eram frias. Quando voltou ao quarto, viu que Suzanne fazia a mala.
– Preparas-te para esta noite? – perguntou Maggie.
– Não. Houve uma mudança de planos. Vou ter com o Glen ao Dubai.
– Oh! Esta noite?
– Tenho de ir buscar o bilhete ao aeroporto.
– Caramba! Bom, suponho que tenhamos de nos despedir aqui, então.
Suzanne assentiu com um sorriso.
– Foi agradável passar tempo contigo.
– Estou de acordo – confirmou Maggie, com cortesia. Nenhuma das duas se ofereceu para continuar em contacto.
Maggie estava habituada às despedidas. Ainda recordava uma em que fora a correr para casa da nova escola para ver o novo cachorrinho e, em casa, encontrara uma assistente social, que lhe dissera que estava na hora de voltar ao mesmo de sempre.
Maggie nunca esqueceria os olhos azuis frios de Diane quando lhe pedira para ver o cachorrinho.
– Posso despedir-me do Patch? – perguntara.
– O Patch não está aqui – respondera a assistente social.
Maggie não chorara quando punham as malas no carro da assistente social e também não o fizera ao sair daquela casa.
As lágrimas não ajudavam. Se o fizessem, a mãe ainda continuaria viva.
Sim, estava habituada às despedidas e a de Suzanne era um alívio.
– Eh! – exclamou ela, de repente. Abriu a carteira. – Podes usar isto.
Maggie olhou para o bilhete para o passeio daquela noite.
– Tens a certeza?
– Não vou usá-lo. Tencionava deixá-lo na receção e pedir que me devolvessem o dinheiro…
– Não o faças. – Maggie deu-lhe o dinheiro que Tazia lhe dera. – Estou muito abaixo na lista de espera.
– Então, terás de usar o meu nome. Também paguei para andar de camelo. – Suzanne sorriu. – Despacha-te, o autocarro sai às oito.
Maggie tinha o tempo exato para prender o cabelo num rabo de cavalo e fazer uma mala pequena para aquela noite.
– Vou-me embora – disse Suzanne.
– Boa viagem.
– Igualmente. E não te esqueças de que, por esta noite, és a Suzanne.
Capítulo 2
O príncipe herdeiro, o xeque Ilyas de Zayrinia, nascera para ser rei.
E fora só isso.
Os pais não tinham tido nenhum desejo de ser pais e não tinham extraído nenhum prazer do seu filho.
Tinham tido o herdeiro de que o país precisava e, depois, tinham tido outro para o substituir, pelo sim pelo não.
Ilyas vira-os muito poucas vezes fora dos eventos oficiais e fora criado numa zona afastada deles no palácio enorme. Tivera amas que o alimentavam e lavavam e idosos que lhe davam aulas.
Fora uma vida ocupada e totalmente desprovida de afeto.
Quando tinha quatro anos, Hazin nascera, mudando o tio que odiava o pai para o terceiro lugar na linha de sucessão. Dois meses depois, Ilyas aparecera na varanda real ao lado dos pais e só então é que percebera que o bebé que a mãe tinha ao colo era o seu irmão. Virara a cabeça para o ver, mas tinham-lhe dito para olhar em frente.
– Posso vê-lo? – perguntara à mãe, a rainha, quando saíam da varanda.
Mas a mãe abanara a cabeça.
– O Hazin tem de ir comer – declarara, antes de dar o bebé a uma ama –, e tu tens de ir para as tuas aulas, embora o rei Ahmed queira falar contigo primeiro.
Tinham-no levado ao pai, que estava a falar com Mahmoud, o seu vizir.
– Muito bem, Alteza – elogiara Mahmoud, pois congregara-se uma grande multidão fora do palácio para cumprimentar o novo príncipe.
O rei mostrara-se menos impressionado com o comportamento de Ilyas na varanda.
– No futuro, não te mostres tão inquieto – avisara.
– Só queria ver como é o meu irmão.
– É apenas um bebé – replicara o rei. – Lembra-te, no futuro, olha sempre em frente, independentemente do que se passar à tua volta.
Os irmãos tinham estado quase sempre afastados. Tinham considerado que Ilyas estava demasiado avançado nos seus estudos para ser atrasado. Hazin, que era apenas um suplente, acabara numa escola de Inglaterra.
Fora Ilyas que nascera para ser rei.
Nas suas primeiras duas décadas de vida, absorvera os ensinamentos e a sabedoria dos mais velhos e todos presumiam que estava de acordo com eles porque cumpria bem com os seus deveres.
Os pais achavam que a disciplina rígida da sua educação funcionara bem, mas aquilo não era obediência filial. Não entendiam que era o próprio Ilyas que era disciplinado, que escolhera cumprir as regras.
Naquele momento.
Quando СКАЧАТЬ