Minotauro. Sergio Ochoa Meraz
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Название: Minotauro

Автор: Sergio Ochoa Meraz

Издательство: Tektime S.r.l.s.

Жанр: Зарубежные детективы

Серия:

isbn: 9788835416487

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СКАЧАТЬ na força policial, mas ultimamente desesperava-se por se sentir enferrujado. As ocasiões em que era considerado participante de uma operação eram raras, sem falar de uma invasão. Ele não tinha a confiança expressa dos seus chefes; mantinha a sua posição devido aos seus contactos no Distrito Federal (que eram cada vez menos) e por ser o único elemento que cobria férias, ausências e horas extras sem dizer uma palavra.

      Estava há tanto tempo naquele exílio na área de arquivos, que isso o deixou inadvertidamente maluco. Os ruídos que conseguiam filtrar do exterior foram gradualmente transformados numa voz interior desconfortável que o incomodava, que zombava da sua velhice prematura, da sua falta de mérito, da sua solidão; atormentando-o.

      Os murmúrios, o barulho do escritório, os olhares que não eram acompanhados por nenhum som; tudo era suspeito para ele.

      O que antes era o refúgio perfeito agora causava-lhe ansiedade, confundia as suas ideias, alterava-o ao ponto de ter fortes confrontos verbais com os seus colegas. Todos injustificados. Andava irritado; irascível.

      A gota d'água: um talão no para-choques do seu carro.

      Roberto entrou na esquadra a gritar, cheio de raiva, porque precisava encontrar o autor daquela canalhice e fazê-lo pagar por aquilo.

      A explosão de Velarde aumentou de tom até que ele passou de gritar a pontapear o bebedouro, o jarro de vidro caiu e estilhaçou-se no chão.

      A confusão chegou aos ouvidos do comandante que saiu do seu escritório para ver o que acontecia e, quando confrontou a cena, impôs ordem aos gritos, pediu que o local fosse limpo e ordenou que Velarde o acompanhasse.

      - Velarde…Velarde… Capitão Velarde!

      + Sim, Senhor! (Velarde saiu do seu transe e bloqueou).

      - Venha comigo! (gritou).

      Cheio de vergonha e tentando recapitular o que aconteceu, Velarde olhou para o rosto dos seus colegas que não acreditavam no que tinha acontecido: o polícia mais experiente e reservado tinha explodido como um caldeirão, expressando-se de uma maneira que ninguém conhecia, cheio de raiva. Agora, era invadido por um sentimento quase infantil de vergonha, podia-se até dizer que sentia vontade de chorar, como uma criança depois da mais terrível birra.

      No seu interior, ouviu uma voz que celebrava o sucedido - Sim, foi bom! Que fiquem a saber que não estás para brincadeiras!... Estiveste bem! És o Capitão Roberto Velarde! Até o comandante bateu continência, viste?... Idiotas!

      Velarde não ficou surpreso com o aparecimento daquela nova voz interior... não podia deixar de sorrir sadicamente enquanto se dirigia para o escritório do comandante, para receber o seu pedido de atenção.

      Capítulo 7

      Segundo Sonho

      Quando chegou a casa, Jorge estava exausto, o desgaste físico juntou-se à fadiga mental - já eram muitas voltas no mesmo. Adormeceu.

      O seu sono era tão pesado que nem foi capaz de tirar os sapatos, ficou na mesma posição por um longo tempo, mas ao entardecer o seu corpo começou a tremer. Dentro do seu sonho ele apareceu sentado à mesa, onde foi servido um grande banquete. Sorriu enquanto levantava uma taça de vinho; quando a pousou sobre os lábios, tomou um grande gole fechando os olhos, mas quando os abriu, encontrou a loira sentada à sua frente: "Eu disse que voltaria!"

      O sono começou a perturbar o seu corpo, que de repente lutava contra a colcha e contra os travesseiros para dar espaço a si próprio, mas sem despertar. Na sua mente, a cena continuava, mas já noutra luta. A inquietação parou e agora, diante daquela mesa enorme, estava apenas uma garrafa de vinho e duas taças à sua frente. A misteriosa mulher loira já não estava mais à sua frente, mas à parte, numa atitude cordial, embora nunca passiva.

      Pareceu que havia uma certa e confortável familiaridade entre os dois. Jorge bebeu da taça de vinho e olhou para o rosto da mulher que tinha como companheira. Era uma prática habitual, estar ao lado de uma rapariga na mesa, a festejar e a tomar uma bebida... havia uma certa semelhança, embora aquilo fosse um sonho e a postura recetiva de Jorge fosse bastante reverente, de maior respeito, afinal, era uma mulher adulta, mais velha do que ele, mas não velha. Na verdade, o seu rosto era o mesmo que se lembrava de ter em criança... uma blusa branca com gola frisada que servia de tela para um medalhão antigo pendurado ao pescoço, coberto com um casaco tipo blusão vermelho-púrpura escuro, muito parecido com o reflexo que o vinho emitia ao pousar o copo sobre a mesa; um cabelo volumoso, mas bem penteado emitia um brilho imenso, era um resplendor hipnótico. Jorge nunca tinha visto uma mulher tão descaradamente loira e, desta vez, devido à idade dela e da recorrência do assunto, descobriu naquela mulher uma sensualidade que não havia reparado anteriormente.

      Aparentemente, a mulher percebeu como agora era vista por Jorge e não se sentiu desconfortável, pelo contrário, ficou lisonjeada. Serviu os dois copos de uma garrafa que parecia não ter fim e fez vibrar as paredes daquela sala de jantar onírica com uma voz poderosa, carregada de firmeza, presença e calma sugerida:

      - "Boa noite, Jorge, como tens passado?" –

      - Boa noite... bem, obrigado. - Jorge respondeu pontualmente, num tom seco.

      - “Não te preocupes Jorge, bebe mais um pouco e diz-me: O que é feito da tua vida? Gostas de viver aqui, na capital? O que achaste do vinho? Esta variedade de uva é a minha favorita...”

      - Sim. Já estou há muitos anos aqui em Chihuahua e não tenho planos de voltar a Ciudad Juárez. Porque é que vieste?

      - “Ah! É uma pergunta interessante. Não estás para rodeios, hein? Bem, então, deixa-me ser brutalmente honesta contigo... Jorge, o que eu preciso de ti, é realmente pouco, no máximo é um favor... nada que aches estranho ou impossível, mas definitivamente que exige integridade. Eu, de certa forma, sou colecionadora... até nisso somos parecidos, Jorge” – disse a senhora com um rosto sorridente - “Olha, não me tinha percebido! Dei uma volta pela tua casa e que seleção interessante de livros tu tens! Aqueles instrumentos musicais antigos também são muito loucos, o meu favorito é sem dúvida o pequeno acordeão que tens na mesa, aquela que tem algo muito semelhante a uma mandala pintada à mão”.

      O sonho tornou-se nebuloso, um tanto denso. Um véu de fumaça com um perfume de violetas estava presente por toda a sala onde eles estavam e, de um sopro inverso, de algo que poderia ser descrito como uma projeção rápida, a fumaça desapareceu completamente deixando para trás apenas o aroma e a revelação de que eles já não estavam mais num lugar desconhecido, à frente de uma mesa grande! Desta vez, apareceram na sala de estar da casa de Jorge, lugar que ele raramente usava. As suas poltronas eram confortáveis e a iluminação era ideal para uma boa leitura, mas ele preferia sempre ler e escrever na mesa da sala de jantar; era um hábito que mantinha desde criança, talvez porque a casa da sua mãe era pequena.

      Naquela época, o seu sonho era confortável e a cena de família, no final, era a sala de estar da sua casa, pois era mobilada e arrumada, mesmo com um pouco de poeira nos móveis; sinal de que a empregada não vinha há pelo menos algumas semanas. Teria de investigar. - O que aconteceu? - Até se divertiu ao perceber que fazia tanto tempo quanto o tempo que ele próprio não visitava aquela parte da sua casa. Não era necessário. Preferia ir do corredor para o pequeno pátio interno da casa e entrar diretamente na sala de jantar do que atravessar a sala.

      Pôs-se a pensar no momento em que se apercebeu que a mulher, intensamente loira, ainda estava ao seu lado a segurar num copo com a mão esquerda e a apoiar-se tranquilamente na cadeira; e em cima da mesa estava a garrafa СКАЧАТЬ