Название: Caçador Zero
Автор: Джек Марс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Жанр: Шпионские детективы
isbn: 9781094304557
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— Você é membro da Amun — disse Maya. Não era uma pergunta.
— Eu fui uma vez. Mas a Amun não existe mais. Eu ajo sozinho.
O assassino havia confirmado o que ela já temia; que ele era um fanático, alguém que tinha sido doutrinado pela Amun, uma organização terrorista, que parecia uma seita, em acreditar que suas ações não eram apenas justificadas, mas necessárias. Maya foi presenteada com a combinação perigosa de inteligência e curiosidade; ela havia lido muito sobre terrorismo e fanatismo após o bombardeio em Davos e sua especulação era de que a ausência de seu pai no momento do ocorrido significava que ele tinha feito parte de uma ação para parar e desmantelar a organização.
Então, ela sabia muito bem que este homem não podia ser influenciado por pedidos, orações ou súplicas. Ela sabia que não havia como mudar seu pensamento, e estava ciente de que machucar crianças não estava além do que ele fazia. Tudo isso só fortaleceu sua decisão de que ela teria que agir assim que visse a chance.
— Eu tenho que usar o banheiro.
— Eu não me importo — respondeu Rais.
Maya franziu a testa. Ela já havia escapado de um membro da Amun no calçadão de Nova Jersey fingindo a necessidade de usar o banheiro - ela não acreditava na história que seu pai contou para encobrir o caso, sobre o homem ser membro de uma gangue local, nem por um segundo - e conseguira colocar Sara em segurança. Era a única coisa em que podia pensar no momento que lhes permitiria um minuto precioso a sós, mas seu pedido foi negado.
Eles dirigiram por mais alguns minutos em silêncio, indo para o sul, na interestadual, enquanto Maya acariciava o cabelo de Sara. Sua irmã mais nova parecia ter se acalmado a ponto de não chorar mais, ou simplesmente tinha ficado sem lágrimas.
Rais ligou o pisca alerta e guiou a caminhonete para a próxima saída. Maya espiou pela janela e sentiu uma pequena onda de esperança; eles estavam parando em uma parada de descanso. Era pequena, pouco maior que uma área de piquenique, cercada por árvores e um pequeno prédio de tijolos com banheiros, mas já era algo.
Ele as deixaria usar o banheiro.
As árvores, ela pensou. Se a Sara conseguir adentrar a floresta, talvez ela possa despistá-lo.
Rais estacionou o caminhão e deixou o motor inativo por um momento enquanto examinava o prédio. Maya também. Havia dois caminhões ali, grandes caminhões articulados estacionados paralelamente ao prédio de tijolos e ninguém mais. Fora dos banheiros, sob um toldo, havia duas máquinas de venda automática. Ela notou com desânimo que não havia câmeras, pelo menos nenhuma visível, nas redondezas.
— O lado direito é o banheiro feminino — disse Rais. — Eu vou levar vocês até lá. Se tentarem gritar ou chamar alguém, eu matarei aquelas pessoas. Se vocês apenas gesticularem ou sinalizarem para alguém que algo está errado, eu irei matá-los. O sangue deles estará em suas mãos.
Sara estava tremendo em seus braços outra vez. Maya abraçou-a com força em volta de seus ombros.
— Vocês duas vão dar as mãos. Se você se separar, Sara vai se machucar. — Ele se virou parcialmente para encará-las - especificamente Maya. Ele já havia assumido que, das duas, ela seria a mais propensa a lhe causar problemas. — Você entendeu?
Maya assentiu, evitando o olhar de seus olhos verdes selvagens. Ele tinha linhas escuras abaixo deles, como se não tivesse dormido há algum tempo, e seu cabelo escuro era curto no topo de sua cabeça. Ele não parecia tão velho, certamente mais jovem que seu pai, mas ela não conseguia adivinhar sua idade.
Ele ergueu uma pistola preta - a Glock que pertencera ao pai dela. Maya tentou usá-la quando ele invadiu a casa, e ele tirou a arma dela.
— Isso estará na minha mão e minha mão estará no meu bolso. Mais uma vez, vou te lembrar de que problema para mim é problema para ela. — Ele gesticulou para Sara com a cabeça. Ela choramingou levemente.
Rais saiu da caminhonete primeiro, enfiando a mão e a pistola no bolso da jaqueta preta. Em seguida, ele abriu a porta traseira do carro. Maya saiu primeiro, as pernas trêmulas quando seus pés tocaram a calçada. Ela se voltou para o carro em busca da mão de Sara e ajudou sua irmã mais nova a sair.
— Vão. — As garotas andaram na frente dele enquanto se dirigiam ao banheiro. Sara estremeceu. Fim de março na Virgínia significava que o tempo estava começando a mudar, permanecendo entre os dez graus, ou pouco mais que isso, e as duas ainda estavam de pijama. Maya usava apenas chinelos nos pés, calças de flanela listradas e uma blusa preta. Sua irmã usava tênis sem meias, calças de pijama de popelina enfeitadas com abacaxis e uma das velhas camisetas de seu pai, um trapo desbotado com o símbolo de uma banda de que nenhuma das duas jamais ouvira falar.
Maya girou a maçaneta e entrou no banheiro primeiro. Ela instintivamente enrugou o nariz, desgostosa; o lugar cheirava a urina e mofo, e o chão estava molhado por causa de um cano de pia que vazava. Ainda assim ela puxou Sara para o dentro.
Havia uma única janela no lugar, de um vidro fosco no alto da parede que parecia balançar para fora com um bom empurrão. Se pudesse impulsionar sua irmã para cima e para fora, ela poderia distrair Rais enquanto Sara corria...
— Anda. — Maya se encolheu quando o assassino entrou no banheiro atrás deles. Seu coração afundou. Ele não as deixaria sozinhas, nem mesmo por um minuto. — Você, ali. — Ele apontou para Maya e para a segunda cabine dos três. — Você, ali. — Ele instruiu Sara para a terceira.
Maya soltou a mão da irmã e entrou na cabine. Estava imundo; ela não desejaria usá-lo, mesmo se realmente precisasse, mas pelo menos teria que fingir. Ela começou a empurrar a porta, mas Rais a parou com a palma da mão.
— Não — ele disse a ela. — Deixe aberto. — E então ele virou as costas, de frente para a saída.
Ele não está arriscando. Ela lentamente se sentou na tampa fechada do vaso sanitário e respirou entre suas mãos. Não havia nada que pudesse fazer. Ela não tinha armas contra ele. Ele tinha uma faca e duas armas, uma das quais estava na mão, escondida no bolso da jaqueta. Ela poderia tentar pular nele e deixar Sara sair, mas ele estava bloqueando a porta. Rais já tinha matado o Sr. Thompson, um ex-fuzileiro naval que parecia um urso e que teria evitado uma briga a qualquer custo. Que chance ela teria contra ele?
Sara fungou na barraca ao lado dela. Este não é o momento certo para agir, Maya sabia. Ela tinha esperanças, mas teria que esperar novamente.
De repente houve um rangido alto quando a porta do banheiro foi aberta, e uma voz feminina surpresa disse:
— Oh! Desculpe-me... Estou no banheiro errado?
Rais deu um passo para o lado, passou pela cabine e saiu da vista de Maya.
— Desculpe-me, senhora. Não, você está no lugar certo — sua voz imediatamente assumiu um tom de afeto agradável e até cortês. —Minhas duas filhas estão aqui e... Bem, talvez eu seja super protetor, mas você não pode descuidar hoje em dia.
A raiva inchou no peito de Maya com a desculpa. O fato de esse homem СКАЧАТЬ