A Deusa Do Oriente. Barbara Cartland
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Название: A Deusa Do Oriente

Автор: Barbara Cartland

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: A Eterna Colecao de Barbara Cartland

isbn: 9781782136132

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СКАЧАТЬ Amelie escrevera:

      “ Tenho certeza de que não aceitariam dinheiro por seu trabalho, pois o considerariam um ato de caridade. Você deve dar à pessoa que escolheu, um presente adequado, a fim de que ela recompense aquelas senhoras por sua bondade.”

      No escritório da companhia P&O, Brucena relatou uma história um tanto diferente.

      –Tenho de viajar até a Índia para ficar com meus parentes, mas infelizmente a senhora que deveria me acompanhar adoeceu. Os senhores não fariam a gentileza de encontrar alguém que pudesse tomar conta de mim durante a viagem?

      O funcionário olhou para o rostinho bonito de Brucena e achou que era absolutamente necessária a presença de uma acompanhante para uma garota tão atraente.

      Havia sempre oficiais de volta à pátria, de licença. Lidar com romances nascidos a bordo era uma das tarefas menos árduas com que um Comissário se via a braços.

      Algumas vezes, no entanto, a situação tornava-se traumatizante quando os passageiros se envolviam demais e então surgiam dificuldades inesperadas…

      Ele, entretanto, dispôs-se a colaborar no que pudesse, vindo portanto de encontro às expectativas da Sra. Sleeman.

      –Acho que tenho precisamente a pessoa de que necessita, Srta. Nairn. O pastor Grant e sua mulher, estão de regresso a Bombaim e tenho certeza de que a Sra. Grant colaboraria de muito bom grado, quando eu lhe explicar as circunstâncias.

      –Seria muita bondade de sua parte.

      Notou pela expressão do funcionário que ele removeria céus e terras a fim de ajudá-la.

      A Sra. Grant e o pastor revelaram-se pessoas extremamente prestimosas, porém muito aborrecidas… cercaram Brucena com uma aparência de respeitabilidade, mas não interferiram em sua vida e ela passou grande parte da viagem lendo.

      Também apreciava os divertimentos a bordo e à noite transformava-se no centro de atração dos homens que queriam todos dançar com ela, para grande despeito das outras passageiras.

      Era a primeira vez na vida que se sentia livre e sem ser continuamente censurada, como acontecia o tempo todo em casa.

      Sentia uma grande alegria em poder exprimir uma opinião sem ser reprimida e uma alegria ainda maior em saber que, quaisquer que fossem os sentimentos de seu pai em relação ao que ela acabara de fazer, não havia nenhuma atitude que ele pudesse tomar.

      Havia gasto uma quantia apreciável com as roupas e a passagem, mas ainda lhe sobrava algum dinheiro.

      Agora que havia tomado a decisão e deixado sua casa, sabia, no fundo do coração, que jamais regressaria, e se os Sleeman não a quisessem, encontraria alguma outra casa onde pudesse trabalhar.

      Havia telegrafado para eles antes da partida do navio, dizendo:

      “Encontrei pessoa solicitada. Seguem detalhes.

      Afetuosamente,

      Brucena.”

      Omitiu deliberadamente a data da chegada e deixou de explicar que ela própria iria, em lugar da babá que prima Amelie havia pedido.

      Era urna precaução necessária, pois sentia que talvez eles não a quisessem e não poupariam esforços para enviá-la de volta para casa, assim que chegasse a Bombaim.

      –Haverão de pensar que a babá chegará dentro de um mês e que na carta, que aliás não tenho a menor intenção de escrever, explicarei quem é ela e por que penso que é uma pessoa recomendável.

      Voltou a refletir profundamente sobre o assunto e certificou-se de que quando chegasse disposta a fazer tudo aquilo que se esperava de uma babá, os Sleeman achariam extremamente difícil mandá-la embora.

      –Vão ter de manter-me em sua companhia pelo menos durante alguns meses– pensou Brucena.

      Ao mesmo tempo, a despeito de ter certeza de que seria uma babá muito mais competente do que aquelas rudes moças escocesas, não podia deixar de sentir que estava se impondo junto a pessoas que talvez não a quisessem.

      O primo William tinha sido sempre muito gentil com ela.

      Lembrava-se de que quando criança ele lhe inspirava um grande respeito e até mesmo um certo receio, pois lhe parecia um jovem muito inteligente.

      Tinha cabelos alourados, olhos azuis e uma fronte ampla e quando ele os visitou pela segunda vez, anos mais tarde, tinha domínio do árabe, do persa e do urdu.

      Nascera na Cornualha, a exemplo de sua mãe, e suas famílias tinham sido vizinhas durante anos a fio.

      Devido a sua inteligência, por volta dos trinta anos foi dispensado de seu regimento, ingressando na administração pública. O General Nairn ficara impressionado com o fato de que ele havia se tornado um magistrado e um administrador regional na Índia Central muito antes dos homens de sua idade.

      Há três anos, uma carta do Capitão Sleeman dirigida ao General comunicava que ele tinha sido nomeado pelo novo Governador-Geral, Lord William Bentick, para ocupar um cargo muito importante.

      –É o homem certo para o posto certo– dissera o General sentenciosamente enquanto lia a carta durante o café da manha.

      –E de que cargo se trata, papai?

      –O título dele é superintendente para a supressão da seita Thuggee, mas você não entenderia se eu lhe dissesse do que se trata.

      Ele se exprimia em tom perentório, não somente como um homem que acha que o intelecto de uma mulher não pode se expandir alem dos limites da cozinha ou do quarto das crianças, mas também porque não apreciava a curiosidade de Brucena, que a levava a formular perguntas que ele teria apreciado ouvir de um rapaz e não de uma menina.

      –Já li a respeito dos Thugs , papai– replicou Brucena–, trata-se de uma sociedade secreta, que culta Kali e acha que é um dever sagrado estrangular as pessoas.

      –Você não devia se informar a respeito dessas coisas– disse o General com profundo desagrado–, mas, dentro em breve, William controlará essa gente abominável.

      –E como pretende agir?

      –Deram-lhe cinquenta soldados da cavalaria e quarenta sipaios, pertencentes à infantaria. É mais do que suficiente. Gostaria eu mesmo de empreender esta tarefa, se fosse mais jovem.

      Havia dezenas de perguntas que Brucena queria fazer a seu pai, mas ele saiu do quarto levando a carta de William Sleeman e ela sabia que sua curiosidade não seria satisfeita.

      Assim sendo, tentou averiguar tudo o que pudesse a respeito dos Thuggee, mas sem grande sucesso. Mesmo em Edimburgo os livros que conseguiu comprar não lhe disseram muito mais do que aquilo que ela já sabia.

      Enquanto o Major Huntley a encarava com um brilho de suspeita no olhar, ela disse:

      –Meu primo pediu que arranjasse uma babá, mas como não consegui encontrar a pessoa de que eles necessitavam… resolvi me apresentar.

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