Uma Canção Para Órfãs . Морган Райс
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Читать онлайн книгу Uma Canção Para Órfãs - Морган Райс страница 6

СКАЧАТЬ se tratava da tentativa de Rupert para forçá-la a ser sua amante, ela também não queria falar disso, nem pensar nisso, nem ter de lidar novamente com isso de nenhuma maneira.

      Porém, tratando-se da gravidez, era diferente. Isso era sobre ela e Sebastian, e isso era algo grande, complicado e potencialmente maravilhoso. Era só que também era um desastre potencial, para ela e para todos os que a rodeavam.

      "Colocas isto na água" disse Cora, explicando o que ela devia fazer com o pó, "e depois bebes. De manhã, já não estarás grávida."

      Ela fê-lo parecer tão simples quando o passou para Sophia. Mesmo assim, Sophia hesitou em aceitar o pó. Ela estendeu a mão, e só de lhe tocar ela sentiu-se como que a trair algo entre ela e Sebastian. De qualquer forma, ela aceitou-o de Cora, sentindo o peso da bolsa na sua mão, olhando para aquilo como se, de alguma forma, lhe desse as respostas que ela precisava.

      "Não tens de o fazer" disse Emeline. "Talvez tenhas razão. Talvez este teu príncipe venha. Ou talvez tu encontres outra maneira."

      "Talvez" disse Sophia. Ela não sabia o que pensar naquele momento. A ideia de que ela teria um filho com Sebastian poderia ser uma coisa maravilhosa noutras circunstâncias, poderia preenchê-la com a alegria de criar uma família, assentar, estar em segurança. Aqui, porém, parecia um desafio que era pelo menos tão grande quanto qualquer coisa que elas haviam enfrentado em direção ao norte. Ela não tinha a certeza de que fosse um desafio que ela conseguisse enfrentar.

      Onde é que ela poderia criar uma criança? Ela não tinha propriamente um lugar para viver. Sophia nem sequer tinha uma tenda sua de momento, apenas o abrigo parcial do vagão para evitar os chuviscos que caiam na escuridão e humedeciam os seus cabelos. Elas até tinham roubado o vagão, portanto elas tinham de se sentir um pouco culpadas de cada vez que comiam ou bebiam por causa da forma como o tinham adquirido. Sophia poderia passar toda a sua vida a roubar? Ela conseguiria fazer isso enquanto criava o seu filho?

      Talvez ela conseguisse chegar à grande casa no coração de Monthys, que ficava mesmo adiante. "E depois?" Seria ruínas, impróprias para qualquer habitação humana, e muito menos um lugar seguro para criar uma criança. Ou isso, ou já lá haveria pessoas, e seria muito difícil para Sophia provar quem ela era.

      E mesmo depois disso, o que aconteceria? Será que ela achava que as pessoas simplesmente aceitariam uma miúda com a máscara da deusa tatuada na barriga da perna para mostrar que ela era uma das Não Reclamadas? Será que ela achava que as pessoas a iriam acolher, e dar-lhe um espaço para criar o seu filho ou ajudá-la de alguma forma? Não era o que as pessoas faziam com pessoas como ela.

      Ela iria conseguir trazer uma criança a um mundo assim? Era correto trazer algo tão indefeso como uma criança a um mundo que tinha tanta crueldade? Sophia não sabia propriamente nada sobre ser mãe, nem tinha nada útil para ensinar ao seu descendente. Tudo o que ela tinha aprendido enquanto criança tinha sido sobre a crueldade que vinha da desobediência, ou a violência que era perfeitamente justa para algo tão perverso quanto um órfão podia esperar.

      "Nós não precisamos de tomar nenhuma decisão agora" disse Emeline. "Isto pode esperar até amanhã."

      Cora abanou a cabeça. "Quanto mais esperares, mais difícil será. É melhor se..."

      "Pare" disse Sophia, detendo o potencial argumento. "Chega de conversa. Eu sei que ambas estão a tentar ajudar, mas isso não é algo que vocês possam decidir por mim. Nem sequer é algo que eu tenha a certeza que consiga decidir, mas vou ter de o fazer, e eu vou ter de o fazer sozinha."

      Isto era o tipo de coisa que ela desejava conversar com Kate, mas ela continuou sem resposta quando a chamou durante a noite com os seus pensamentos. Em qualquer caso, a verdade era que Kate provavelmente era melhor em problemas que envolviam inimigos para lutar, ou perseguidores para escapar. Este era o tipo de coisa que ela não tinha tido de enfrentar, não mais do que Sophia tinha tido.

      Sophia foi para o outro lado da carroça, levando o pó de Cora com ela. Ela não lhes disse o que ia fazer a seguir, porque, naquele momento, nem ela tinha a certeza de o saber. Sienne levantou-se para segui-la, mas Sophia afastou o gato da floresta com um piscar de pensamento.

      Ela nunca se tinha sentido tão sozinha quanto naquele momento.

      CAPÍTULO TRÊS

      A última vez que Angélica tinha ido aos aposentos da Viúva, tinha sido porque ela havia sido convocada. Nessa altura, ela tinha ficado bastante preocupada. Agora, indo por vontade própria, Angélica estava aterrorizada, e ela odiava isso. Ela odiava a sensação de impotência que sentia, apesar de ela ser uma das nobres mais grandiosas do reino. Ela podia fazer o que quisesse com os servos, com os ditos amigos, com a metade dos nobres do reino, mas a Viúva ainda a poderia mandar matar.

      Era ainda pior que tivesse sido Angélica a dar-lhe esse poder. Ela tinha-o feito no momento em que tinha tentado drogar Sebastian. Este não era um reino no qual o monarca podia simplesmente estalar os dedos e ordenar uma morte, mas com ela... não havia um júri de nobres que chamasse ao que ela havia feito nada para além de traição, se a Viúva escolhesse levar tal até esse ponto.

      Então ela forçou-se a parar ao chegar às portas dos aposentos da Viúva, compondo-se. Os guardas que ali estavam não disseram nada, ficando simplesmente à espera que Angélica se decidisse a entrar. Se tivesse tido mais tempo, Angélica teria enviado um servo para solicitar essa audiência. Se ela tivesse tido mais confiança no seu poder aqui, ela teria repreendido os homens por não lhe mostrarem a deferência adequada.

      "Eu preciso ver sua majestade" disse Angélica.

      "Nós não fomos informados que a nossa rainha ia receber visitas" disse um dos guardas. Não havia desculpas para isso, nenhuma da cortesia que era devida a Angélica. Silenciosamente, Angélica decidiu ver o homem a pagar por isso a seu tempo. Talvez se ela conseguisse encontrar uma maneira de o mandar para a guerra?

      "Eu não sabia que seria necessário fazê-lo até há pouco tempo" disse Angélica. "Pergunta-lhe se ela me poderá ver, por favor. É sobre o filho dela.

      O guarda assentiu com a cabeça e dirigiu-se lá dentro. A menção a Sebastian foi suficiente para o motivar, já que a posição de Angélica não o conseguiu. Talvez ele simplesmente soubesse o que a Viúva já havia deixado claro para Angélica: que, quando se tratava dos seus filhos, havia pouco que ela não fizesse.

      Isto era o que dava a Angélica a esperança de que isto podia funcionar, mas era também o que o tornava perigoso. A Viúva poderia virar-se e impedir que Sebastian partisse, mas poderia com a mesma facilidade mandar matar Angélica por não ter conseguido seduzi-lo tão bem quanto lhe havia sido dito. Mantem-no feliz, tinha-lhe dito a velha morcega, não o deixes pensar noutra mulher. Tinha sido suficientemente óbvio o que ela tinha querido dizer.

      O guarda reapareceu suficientemente depressa, segurando a porta para Angélica entrar. Ele não se curvou como deveria ter feito, e nem sequer a anunciou com o seu título completo.

      "Milady d'Angélica" ele gritou em vez disso.

      Então, mais uma vez, que títulos é que Angélica tinha que poderiam enfrentar uma rainha? Que poder é que ela possuía que não se desvanecia em insignificância ao lado do da mulher que estava na sala de estar dos seus aposentos, sendo o seu rosto uma máscara cuidadosamente composta.

      Angélica fez uma vénia, porque não se atrevia a fazer mais nada. A Viúva gesticulou impacientemente para que ela se erguesse.

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