Название: Uma Corte Para Ladras
Автор: Морган Райс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Жанр: Героическая фантастика
Серия: Um Trono para Irmãs
isbn: 9781640298552
isbn:
"Ajudem-me!" Ela gritou para elas, mas tal não fez qualquer diferença.
Ela conseguia ver os seus pensamentos. Algumas estavam com demasiado medo para se moverem, algumas ainda estavam a pestanejar sem entenderem o que estava a acontecer. Algumas pensavam que ela o merecia; que ela deveria ser punida por infringir as regras.
As freiras despiram o vestido exterior de Sophia. Sophia tentou lutar, mas uma das freiras simplesmente deu-lhe uma bofetada por causa disso enquanto as outras a seguraram no lugar.
"Achas que vais conseguir usar roupas chiques? Uma coisa sem vergonha como tu não merece roupas ricas. Tu mal mereces a vida que a deusa te escolheu dar."
Elas despiram-na completamente até ao seu vestido interior, ignorando a vergonha de Sophia. Elas desmancharam à bruta as tranças dos seus cabelos deixando-os selvagens, não permitindo sequer que ela tivesse grande controlo sobre a sua aparência. Sempre que ela lhes oferecia a mais pequena resistência, elas batiam-lhe com as mãos abertas, deixando-a a contorcer-se. Ainda assim, elas faziam-na continuar a andar.
A Irmã O'Venn era uma das mais ansiosas por o fazer. Ela fazia com que Sophia continuasse a andar, falando sempre alto, tanto que os habitantes observadores do orfanato certamente ouviam.
"Achaste mesmo que estarias lá fora pelo mundo por muito tempo?" ela exigiu saber. "A Deusa Mascarada exige que as dívidas dela sejam pagas! Achaste que uma coisa sem vergonha como tu poderia evitá-lo apenas por se entregar a um homem rico?"
Era aquilo um palpite, ou, de alguma forma, elas sabiam o que Sophia tinha andado a fazer? Em caso afirmativo, como é que elas saberiam?
"Olhem para ela" gritou a Irmã O'Venn para as crianças que assistiam. "Vejam o que acontece com os ingratos e os fugitivos. A Deusa Mascarada dá-vos abrigo aqui, pedindo apenas trabalho em troca! Ela dá-vos a oportunidade de vidas cheias de significado. Se o rejeitarem é este o preço!"
Sophia sentia os muitos pensamentos dos órfãos ao seu redor que juntos formavam uma onda de medo. Alguns consideraram ajudá-la, mas nunca houve uma verdadeira oportunidade para o fazerem. A maioria estava simplesmente agradecida por não serem eles.
Sophia lutava enquanto eles a arrastavam para o pátio, mas isso não fazia qualquer diferença. Talvez Kate se conseguisse ter libertado deles, mas Sophia nunca havia sido uma lutadora. Ela tinha sido a inteligente, só que ela não tinha sido suficientemente inteligente. Ela tinha sido apanhada e agora...
... agora havia um poste a aguardar por ela no centro do pátio, sendo a intenção óbvia.
Algumas crianças que ali estavam zombavam enquanto as freiras levavam Sophia até ao poste, e isso magoava quase mais do que o resto. Ela sabia o porquê de elas o estarem a fazer, porque se ela estivesse lá com elas, ela teria feito o mesmo, só que para garantir que não era escolhida para algum castigo. Mesmo assim, Sophia sentiu lágrimas nos olhos ao olhar em redor para a raiva em alguns dos jovens rostos que assistiam.
Ela ia ser um aviso para eles. Durante o resto das suas vidas, eles iriam pensar nela sempre que pensassem em fugir.
Sophia gritava com os seus poderes enquanto elas a amarravam ao poste, pressionando o rosto dela lá e imobilizando-a com cordas de enforcar ásperas.
Kate ajuda-me! Eles apanharam-me!
Porém, não houve resposta, e as freiras continuavam a amarrar Sophia como um sacrifício para as coisas mais obscuras que as pessoas haviam venerado diante da Deusa Mascarada. Ela gritou por ajuda com todo o esforço mental que ela conseguiu convocar, mas tal não pareceu fazer qualquer diferença.
As freiras demoraram o tempo que precisaram. Isto era obviamente destinado a ser tanto teatro quanto dor. Ou talvez elas simplesmente não quisessem que Sophia cedesse com nenhum dos golpes que se seguiriam de forma a reduzir o tormento delas.
Quando Sophia ficou amarrada, as freiras levaram algumas das crianças mais novas até ali, fazendo-as olhar para ela como se ela fosse uma besta selvagem presa numa jaula.
"Devemos estar agradecidos" disse a Irmã O'Venn. "Devemos ser humildes. Devemos pagar à Deusa Mascarada o que lhe devemos pelas suas dádivas. Se falharem, há um preço. Esta miúda fugiu. Esta miúda foi arrogante o suficiente para se colocar acima da vontade da deusa. Esta miúda foi indisciplinada e orgulhosa."
Ela disse isso como uma juíza a passar uma sentença, mesmo antes de se aproximar de Sophia. Começava a chover agora, e Sophia podia sentir o frio no escuro.
"Arrepende-te" disse ela. "Arrepende-te dos teus pecados e paga à deusa o preço pelo teu perdão!"
Ela irá sofrer de qualquer maneira, mas ela deve escolher.
Sophia conseguia ver o mesmo sentimento nos pensamentos dos outros. Elas queriam magoá-la independentemente do que ela dissesse. Não adiantava nada tentar mentir e implorar perdão, porque a verdade era que mesmo a mais branda das irmãs ali queria magoá-la. Elas queriam fazê-lo como um exemplo para as outras, porque elas genuinamente acreditavam que seria bom para a alma dela, ou simplesmente porque gostavam de ver as pessoas magoadas. A Irmã O'Venn era uma das últimas.
"Lamento" disse Sophia. Ela podia ver as outras ali, a assimilar as suas palavras. "Lamento não ter fugido duas vezes mais rápido! Vocês deviam todos fugir" ela gritou para as crianças que ali estavam. "Elas não vos conseguem deter a todos. Elas não vos conseguem apanhar a todos!"
A Irmã O'Venn atirou a cabeça dela com força contra a madeira do poste de punição e, depois, empurrou um tarugo entre os dentes de Sophia tão grosseiramente que foi um milagre não ter partido nenhum.
"Para que não mordas a tua língua a gritar" ela disse com uma falsa doçura que não tinha nada a ver com as coisas que Sophia conseguia ver na sua mente. Sophia conseguiu entender então o desejo de vingança de Kate, o seu desejo de incendiar tudo em torno delas. Ela teria ateado fogo à Irmã O'Venn sem pensar duas vezes.
A irmã mascarada sacou de um chicote, testando-o onde Sophia conseguisse ver. Era uma coisa com um aspeto cruel, com múltiplos fios de couro, todos com nós ao longo do seu comprimento. Era o tipo de coisa que poderia magoar e rasgar, muito mais duro do que qualquer um dos cintos ou varas que tinham sido usados para espancar Sophia no passado. Ela tentou libertar-se, mas tal não fez qualquer diferença. O melhor que ela conseguia desejar era ficar ali em ar de desafio enquanto a puniam.
Quando a Irmã O'Venn a atingiu pela primeira vez, Sophia quase mordeu o tarugo de madeira de um lado ao outro. A agonia explodiu pelas suas costas, e ela sentiu-as a rasgarem-se sob os golpes.
Por favor, Kate, ela enviou, por favor!
Mais uma vez, ela teve a sensação que as suas palavras flutuavam sem contacto, sem resposta. Teria a sua irmã ouvido? Era impossível saber, quando não havia resposta. Restava-lhe apenas ficar ali pendurada, ter esperança e chamá-la.
Sophia tentou não gritar ao início, quanto mais não fosse para negar à Irmã O'Venn o que ela realmente queria, mas a verdade era que não havia como o evitar quando uma dor como o fogo lhe queimava as costas. Sophia gritou com todos os impactos, até se sentir como se não houvesse nada dentro de si.
СКАЧАТЬ