Название: Um Trono para Irmãs
Автор: Морган Райс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Жанр: Героическая фантастика
Серия: Um Trono para Irmãs
isbn: 9781640294905
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Era um detalhe doido e tolo para se inventar, mas a costureira pareceu engoli-lo. Ela acreditava que talvez fosse o tipo de extravagância que uma nobre pudesse ter. Fosse como fosse, ela fez os ajustes tão rapidamente que Sophia mal podia acreditar, entregando-lhe finalmente um pacote embrulhado num papel padronizado.
“A despesa vai para a conta de Milady?” perguntou a costureira. Havia uma nota de esperança ali, como se Sophia pudesse ter o dinheiro consigo, mas Sophia apenas pôde assentir. “Claro, claro. Eu acredito que Milady D'Angelica ficará satisfeita.”
“Eu tenho a certeza que sim” disse Sophia. Ela praticamente correu para a porta.
Na verdade, ela tinha certeza de que a nobre ficaria furiosa, mas Sophia não planeava estar por perto para essa parte.
Ela tinha outros lugares para ir, por um lado, e outros pacotes para 'recolher' em nome da sua 'senhora'.
Num sapateiro, ela recolheu botas do mais fino couro pálido, realçadas com linhas gravadas que mostravam uma cena da vida da Deusa sem Nome. Num vendedor de perfumes, ela adquiriu um pequeno frasco que cheirava como se o seu servo tivesse de alguma forma destilado a essência de tudo o que era bonito numa combinação perfumada.
“É o meu trabalho mais extraordinário!” ele proclamou. “Espero que Lady Beaufort goste.”
Em cada paragem, Sophia escolhia uma nova nobre da qual ser serva. Isso era simples pragmatismo: ela não conseguia garantir que Milady D'Angelica estivesse estado em todas as lojas da cidade. Em algumas das lojas, ela escolheu os nomes através dos pensamentos dos donos. Noutras, quando o seu talento não chegava, ela tinha de manter a conversa a pairar até eles fazerem suposições ou, num caso, até ela conseguir olhar furtivamente de cima a baixo para um livro de registo no balcão da loja.
Parecia ser cada vez mais fácil, quanto mais ela roubava. Cada peça precedente da sua roupa roubada servia como uma espécie de credencial para a próxima, porque, obviamente, aqueles outros lojistas não teriam dado coisas à pessoa errada. Quando ela chegou à loja onde vendiam máscaras, o lojista estava praticamente a pressionar as suas mercadorias para as mãos dela antes de ela atravessar as portas. Era uma meia máscara de ébano esculpido, cena após a cena da Deusa Mascarada que buscava hospitalidade realçada com penas ao redor das bordas e pontos de joias ao redor dos olhos. Elas provavelmente foram concebidas para parecer que os olhos de quem as usava estava a brilhar com a luz refletida.
Sophia sentiu um pequeno lampejo de culpa quando a levou, acrescentando-a à pilha de pacotes não negligenciáveis nos seus braços. Ela estava a roubar de tantas pessoas, levando coisas que elas haviam trabalhado para produzir, e que outros haviam pago. Ou pagariam, ou não teriam exatamente pago; Sophia ainda não tinha considerado as formas como os nobres pareciam comprar coisas sem pagar por elas.
Porém, era apenas um breve lampejo de culpa, porque todos eles tinham tanto em comparação com as órfãs na Casa dos Não Reclamados. As joias desta máscara teriam sido suficientes para mudar as vidas deles.
Por enquanto, Sophia precisava de mudar de roupa, e não podia entrar na festa ainda imunda por dormir à beira do rio. Ela caminhou ao redor das casas de banho, esperando até encontrar uma com carruagens à espera à porta e que anunciasse banhos separados para senhoras de qualidade. Ela não tinha moedas para pagar, mas, de qualquer maneira, dirigiu-se até às portas ignorando o olhar que o proprietário grande e musculado lhe deu.
“A minha senhora está lá dentro” disse ela. “Ela disse-me para ir buscar tudo para quando ela terminasse de tomar banhar, ou haveria problemas.”
Ele olhou para ela de cima abaixo. Mais uma vez, os pacotes nas mãos de Sophia pareciam funcionar como um passaporte. “Então, é melhor entrares, não é? Os vestiários ficaram à tua esquerda.”
Sophia foi até eles, colocando os seus prémios roubados numa sala que estava quente com o vapor dos banhos. As mulheres iam e vinham enroladas nas toalhas que serviam para as secar. Nenhuma delas olhou duas vezes para Sophia.
Ela despiu-se, embrulhando-se numa toalha e dirigindo-se aos balneários. Eles tinham um estilo que favorecia a água, com múltiplas piscinas quentes, mornas e frias, com massagistas no lado e servos à espera.
Sophia estava muito ciente da tatuagem no tornozelo proclamando o que ela era, mas havia ali servas contratadas com as suas senhoras para massajá-las com óleos perfumados ou para lhes pentear o cabelo. Se alguém notasse a marca, obviamente assumiriam que Sophia estava ali por essa razão.
Mesmo assim, ela não aproveitou o tempo para se deleitar nos banhos que ela poderia ter. Ela queria sair dali antes que alguém fizesse perguntas. Ela mergulhou sob a água, esfregando-se com sabão e tentando tirar o pior da sujidade de si. Ao sair do banho, ela certificou-se de que a sua toalha chegava até aos seus tornozelos.
De volta ao vestiário, ela juntou o seu novo ser num passo de cada vez. Ela começou com meias de seda e saiotes, depois colocou o espartilho e outras saias exteriores, luvas e mais.
“A minha senhora precisa de ajuda com o seu cabelo?” perguntou uma mulher, e Sophia viu do outro lado uma serva a olhar para si.
“Se faz favor” disse Sophia, tentando lembrar-se de como os nobres falavam. Ocorreu-lhe que isto seria mais fácil se ninguém pensasse que ela era dali, então ela acrescentou um toque do sotaque dos Estados Mercantis que tinha ouvido na costureira. Para sua surpresa, ele apareceu facilmente, com a sua voz a ajustar-se tão depressa quanto o resto se tinha ajustado.
A miúda secou e entrançou os seus cabelos num nó elaborado que Sophia mal conseguiu seguir. Quando terminou, ela colocou a máscara no lugar, depois dirigiu-se para fora, fazendo o caminho entre as carruagens que ali estavam até encontrar uma que não estivesse ocupada.
“Tu aí!” disse ela, com a sua nova voz a parecer estranha aos seus ouvidos naquele momento. “Sim, tu! Leva-me ao palácio imediatamente e não pares no caminho. Estou com pressa. E não comeces a pedir o dinheiro. Podes enviar a conta para Lord Dunham e ele pode dar-se por satisfeito de ser tudo o que eu lhe estou a custar esta noite.”
Ela nem sabia se havia um Lord Dunham, mas o nome pareceu-lhe bem. Ela esperava que o motorista da carruagem discutisse, ou pelo menos regateasse a tarifa. Em vez disso, ele simplesmente fez uma vénia.
“Sim, minha senhora.”
O passeio de carruagem pela cidade foi mais confortável do que Sophia poderia ter imaginado. Foi mais confortável do que saltar para a parte de trás dos vagões, certamente, e muito mais curto. Em questão de minutos, ela viu os portões a aproximarem-se. Sophia sentiu-se apreensiva porque era ainda o mesmo servo que estava lá a trabalhar. Será que ela iria conseguir? Será que ele a iria reconhecer?
A carruagem abrandou, e Sophia forçou-se a debruçar-se, esperando parecer como deveria.
“O baile já está em plena atividade?” quis ela saber com o seu novo sotaque. “Cheguei no momento certo para causar um impacto? Mais diretamente ao ponto, como é que eu estou? Os meus servos dizem-me que isto é adequado para a tua corte, mas eu sinto que pareço uma prostituta das docas.”
Ela não conseguiu resistir àquela pequena vingança. O servo do portão fez uma vénia acentuada.
“A minha senhora não poderia ter chegado em melhor altura” assegurou ele, com o tipo de falsa sinceridade que Sophia СКАЧАТЬ