Название: Uma Nênia Para Príncipes
Автор: Морган Райс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Жанр: Героическая фантастика
Серия: Um Trono para Irmãs
isbn: 9781640298576
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Kate quase que avançou, conseguindo dar uma estocada com um golpe que apanhou um soldado pela axila, mas mal conseguindo defender um golpe da extremidade mais grossa de um mosquete. Cambaleou e o homem ficou em pé sobre si, revertendo a arma e mobilizando uma baioneta.
Então Kate ouviu um rugido, e o gato da floresta passou por ela, indo contra o homem, rasgando-lhe a garganta com seus dentes. A fera rosnou e saltou para cima de outro. Agora os soldados hesitavam, recuando.
Kate teve que se ajoelhar ali e assistir, porque estava exausta demais para fazer mais do que isso. Quando ela viu um dos soldados a apontar uma pistola para o gato, desembainhou um punhal e lançou-o. A arma disparou e ele caiu do barco.
Kate viu o gato pular pela borda, para as docas e, um segundo depois, ouviu um grito quando ele voltou a atacar.
“Levem este barco para o mar!” ela gritou. “Vamos morrer se ficarmos aqui!”
Os marinheiros saltaram para o fazer, e Kate se esforçou para se erguer novamente, tentando preencher o espaço. Alguns lutavam e estavam como defensores num baluarte, empurrando para trás os inimigos que escalavam. O gato da floresta mordia e rosnava, saltando para aqueles que tentavam entrar à força a bordo, atacando com as garras e abocanhando com os dentes afiados. Kate não sabia quando é que sua irmã tinha adquirido um companheiro assim, mas certamente era leal - e mortal.
Se ela estivesse com sua força na plenitude, poderia ter enfrentado os soldados sozinha, movendo-se entre eles, correndo e matando. Mas assim, mal conseguia convocar a energia para os atacar ao lado dos marinheiros. Aqueles passavam por Kate a empurrar, como se a tentassem proteger da luta. Ela só queria que eles se concentrassem em levar o navio para longe das docas.
Lentamente, o navio começou a se mover. Os marinheiros usaram remos e longos bastões para o empurrarem, e Kate sentiu a deslocação do convés sob os esforços deles. Um soldado saltou para o navio, mas caiu entre o barco e as docas.
Kate via abaixo o gato da floresta ainda rosnando e matando, cercado por soldados. Kate suspeitava que sua irmã não quisesse que seu companheiro fosse abandonado e, de qualquer forma, o gato da floresta os salvara. Ela não o podia simplesmente deixar.
“Tu precisas de embarcar” ela gritou, e, depois, percebeu a estupidez de esperar que ele entendesse isso. Em vez disso, ela convocou o pouco poder que lhe restava, envolvendo a necessidade de embarcar com uma imagem do barco a partir e atirou-a para a criatura.
O gato da floresta virou a cabeça, cheirou o ar uma vez e saltou para o barco. Kate viu seus músculos a se juntarem e, depois, ele saltou. Suas garras se enterraram na madeira do navio. Ele levantou-se na direção da borda. A seguir, se instalou no corrimão, empurrando a cabeça contra a mão de Kate e ronronando.
Kate cambaleou para trás, sentindo a solidez de um mastro em suas costas. Ela praticamente deslizou para o convés, sentando-se ali porque não tinha mais forças para ficar de pé. Mas isso já não importava. Eles já estavam bem longe das docas, com apenas alguns tiros espalhados a marcarem a presença de seus atacantes lá.
Eles tinham conseguido. Eles estavam em segurança e Sophia estava viva.
Pelo menos por enquanto.
CAPÍTULO DOIS
Sebastian acordou com dores. Uma dor total e completa. Parecia o cercar, pulsando através de si, absorvendo cada fração de seu ser. Ele sentia a agonia pulsante em seu crânio, onde tinha sido atingido quando caiu. Mas havia outra dor repetitiva magoando-lhe as costelas enquanto alguém o tentava acordar aos pontapés.
Ele olhou para cima e viu Rupert a olhar para si, possivelmente do único ângulo em que seu irmão não parecia um ideal dourado de um príncipe. Sua expressão seguramente não correspondia a esse ideal, parecendo que, se tivesse sido qualquer outra pessoa, teria alegremente cortado sua garganta. Sebastian gemeu de dor, sentindo que suas costelas poder-se-iam ter partido sob o impacto.
“Acorda, seu idiota inútil!” Rupert disse abruptamente. Sebastian conseguia ouvir que a voz dele era de raiva e frustração.
“Estou acordado” disse Sebastian. Até mesmo ele conseguia ouvir que suas palavras eram tudo menos claras. Ele foi inundado por mais dor e por uma espécie de confusão nebulosa que era como se tivesse sido atingido na cabeça por um martelo. Não, não por um martelo; pelo mundo inteiro. “O que aconteceu?”
“Foste atirado de um barco por uma menina. Foi isso que aconteceu” disse Rupert.
Sebastian sentiu que seu irmão o agarrou com brutalidade quando este o arrastou, puxando-o para cima. Quando Rupert o soltou, Sebastian cambaleou e quase caiu de novo, mas conseguiu recompor-se a tempo. Nenhum dos soldados ao seu redor se moveu para o ajudar, mas eles eram homens de Rupert e provavelmente tinham pouco amor por Sebastian depois de ele ter fugido deles.
“Agora é tua vez de me contares o que aconteceu” disse Rupert. “Eu percorri esta aldeia de ponta a ponta e eles finalmente disseram-me que era o barco que tua amada estava a levar.” Ele fez com que soasse como uma palavra de maldição. “Uma vez que foste atirado para fora por uma menina parecida com ela...”
“A irmã dela, Kate” disse Sebastian, lembrando-se da rapidez com que Kate o arremessara da cabina, a raiva com que ela o havia atirado, o querendo matar. Ela tinha pensado que ele...
Ele lembrou-se então, e a imagem disso foi o suficiente para o fazer parar, ficando ali parado num vazio, sem resposta, mesmo quando Rupert decidiu que seria uma boa ideia dar-lhe uma bofetada. A dor disso parecia ser insignificante no meio daquilo tudo. Mesmo as contusões causadas por Kate o ter atirado não pareciam ser nada em comparação com o vazio do buraco de puro sofrimento que ameaçava surgir e o reivindicar a qualquer momento.
“Eu disse, o que é que aconteceu com a menina que te enganou para tu seres seu noivo?” Rupert exigiu saber. “Ela estava lá? Ela escapou com o resto dos outros?”
“Ela está morta!” Sebastian disse bruscamente sem pensar. “É isso que tu queres ouvir, Rupert? Sophia está morta!”
Era como se ele estivesse a olhar para ela de novo, vendo-a pálida e sem vida no chão da cabina, com sangue em volta dela, com o ferimento no peito preenchido por um punhal tão fino e afiado que poderia muito bem ter sido uma agulha. Ele conseguia lembrar-se de como Sophia estava quieta, sem nenhum indício de movimento para marcar sua respiração, nenhuma lufada de ar contra seu ouvido quando ele verificou.
Ele até puxou a adaga para fora, na esperança estúpida e instintiva de que isso tornaria as coisas melhores, mesmo sabendo que os ferimentos não eram assim tão fáceis de anular. Tudo o que tal havia feito tinha sido ampliar a poça de sangue, cobrir suas mãos com sangue e convencer Kate de que ele havia assassinado sua irmã. Era um milagre, colocando as coisas assim, que ela só o tivesse atirado do barco, e não o tivesse cortado em pedaços.
“Pelo menos fizeste uma coisa certa ao matá-la” disse Rupert. “Pode até ajudar a que a mãe te perdoe por teres partido desta maneira. Tens de te lembrar que tu és apenas o irmão sobresselente, Sebastian. O obediente. Não te podes dar ao luxo de incomodar a Mãe assim.”
Sebastian sentiu repulsa naquele momento. Repulsa por seu irmão pensar que ele poderia alguma vez magoar Sophia. Repulsa por ele ver o mundo daquela maneira. Repulsa, francamente, até mesmo por ser da família de alguém СКАЧАТЬ