Название: A Fábrica Mágica
Автор: Морган Райс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Жанр: Героическая фантастика
Серия: Oliver Blue e a Escola de Videntes
isbn: 9781640299283
isbn:
Aquilo despertou seu interesse. Amanhã, decidiu, encontraria a fábrica. E se Armando Illstrom ainda estivesse vivo, ele lhe perguntaria, frente a frente, o que aconteceu com sua máquina do tempo.
Seus pais apareceram do outro lado da cozinha, cobertos de comida.
"Vamos dormir", disse a mãe.
"E quanto aos meus cobertores e roupas?" Oliver perguntou, olhando para a alcova sem nada.
Seu pai suspirou. "Suponho que você quer que eu busque tudo no carro, não é?"
"Seria bom", Oliver respondeu. "Eu gostaria de ter uma boa noite de sono antes da escola amanhã".
A sensação de medo que ele sentia em relação ao dia de amanhã começava a aumentar, refletindo a tempestade que estava se formando. Já sentia que teria o pior dia de sua vida. Pelo menos, gostaria de estar descansado para se preparar. Ele teve tantos primeiros dias horríveis em novos colégios que tinha certeza que amanhã seria mais um para adicionar à lista.
Seu pai saiu relutantemente da casa, e uma lufada de vento entrou rugindo quando ele abriu a porta da frente. Voltou alguns momentos depois, com um travesseiro e um cobertor para Oliver.
"Vamos arrumar uma cama para você em alguns dias", ele disse, enquanto entregava-lhe o cobertor. Estava frio, por passar o dia todo no carro.
"Obrigado", Oliver respondeu, agradecido por ter ao menos algum nível de conforto.
Seus pais saíram e apagaram a luz, deixando Oliver mergulhado na escuridão. Agora, a única luz vinha de um poste na rua.
O vento começou a rugir de novo e as vidraças chacoalharam. Oliver sabia que o tempo estava fechando, que havia algo estranho no ar. Ouviu no rádio que uma tempestade sem precedentes se aproximava. E não podia deixar de estar animado com isso. A maioria das crianças tinha medo de tempestade, mas ele só tinha medo do seu primeiro dia em seu novo colégio.
Foi até a janela, apoiando os cotovelos no peitoril, como havia feito antes. O céu estava quase completamente escuro. Uma árvore espigada e fina soprava ao vento, bastante inclinada para um lado. Oliver se perguntou se ela poderia se soltar. Podia até imaginar agora, o caule fino estalando, a árvore sendo lançada no ar, carregada pelos ventos ferozes.
E foi quando ele os viu. No momento em que estava passando para seu estado de devaneio, notou duas pessoas de pé ao lado da árvore. Uma mulher e um homem que se pareciam muito com ele, como se pudessem ser confundidos com seus pais. Eles pareciam gentis e sorriram para ele enquanto seguravam as mãos um do outro.
Oliver afastou-se da janela, assustado. Pela primeira vez, percebeu que não se parecia nem com seu pai, nem com sua mãe. Ambos tinham cabelos escuros e olhos azuis, assim como Chris. Oliver, por outro lado, era a combinação, mais rara, de cabelos loiros e olhos castanhos.
De repente, ele se perguntou que talvez seus pais não fossem seus pais. Talvez por isso parecessem odiá-lo tanto? Ele olhou pela janela, mas o casal já tinha ido embora. Era apenas sua imaginação. Mas pareciam tão reais. E tão familiares.
Estou sonhando acordado, Oliver concluiu.
Sentou-se contra a parede fria, enfiando-se no canto que agora era seu novo quarto, puxando as cobertas sobre si. Abraçou os joelhos junto ao peito, bem apertado, e sentiu uma repentina sensação estranha, um momento de percepção, de clareza: de que tudo estava prestes a mudar.
CAPÍTULO DOIS
Oliver acordou sentindo-se ansioso. Seu corpo inteiro doía depois de dormir no chão duro. Os cobertores não eram grossos o suficiente para evitar que o frio penetrasse em seus ossos. Ficou surpreso por ter dormido, considerando que era seu primeiro dia de aula.
A casa estava muito silenciosa. Só ele havia acordado. Oliver percebeu que acordou mais cedo do que precisava, graças à suave luz do sol que entrava pela janela.
Levantou-se e espiou pela janela. O vento havia causado estragos durante a noite, derrubando cercas e caixas de correio e espalhando o lixo pelas calçadas. Oliver olhou para a árvore torta e espigada onde tinha visto o simpático casal na noite passada. O homem e a mulher que pareciam com ele e que o fizeram se perguntar se talvez os Blues não eram seus pais biológicos. Mas balançou a cabeça. Era apenas um desejo seu, raciocinou. Qualquer um que tivesse Chris Blue como seu irmão mais velho sonharia em não ter ligação nenhuma com ele!
Sabendo que tinha um pouco de tempo antes de sua família acordar, Oliver saiu da janela e foi até sua mala. Ele a abriu e viu todas as engrenagens, fios, alavancas e botões que havia coletado para suas invenções. Sorriu enquanto olhava para a armadilha de estilingue que usou contra Chris ontem. Mas era apenas uma das muitas invenções de Oliver e não era a mais importante, nem de longe. Sua maior invenção era algo um pouco mais complexo e muito mais importante: ele estava tentando inventar uma maneira de se tornar invisível.
Teoricamente, isso era possível. Havia lido tudo a respeito. Na verdade, eram necessários apenas dois componentes para tornar um objeto invisível. O primeiro era curvar a luz em torno do objeto, para que ele não pudesse projetar uma sombra, semelhante à forma como a água da piscina curvava a luz e fazia com que os nadadores parecessem estranhamente atarracados. O segundo componente necessário para a invisibilidade envolvia eliminar o reflexo do objeto.
Parecia bastante simples no papel, mas Oliver sabia que ninguém tinha conseguido ainda, e por uma boa razão. Mas isso não iria impedi-lo de tentar. Ele precisava desta invenção para escapar de sua vida miserável, e não importava o tempo necessário para chegar lá.
Enfiou a mão no estojo e tirou todos os pedaços de tecido que havia coletado em busca de algo com propriedades refrativas negativas. Infelizmente, ainda não havia encontrado o tecido certo. Então, tirou todas as bobinas de arame fino de que precisava para fazer micro-ondas eletromagnéticas e dobrar a luz artificialmente. Infelizmente, nenhum deles era fino o bastante. Para funcionar, as bobinas precisariam ter menos de quarenta nanômetros, o que era um tamanho tão pequeno que era impossível para a mente humana compreender. Mas Oliver sabia que alguém, em algum lugar, algum dia, teria uma máquina para fazer bobinas finas o suficiente, e um tecido refrativo o bastante.
Nesse momento, do andar de cima, Oliver ouviu o despertador de seus pais tocar. Ele rapidamente guardou seus pertences, sabendo muito bem que eles iriam acordar Chris em seguida, e se o irmão descobrisse o que ele estava tentando fazer, destruiria todo o seu trabalho.
O estômago de Oliver roncou, lembrando-o de que as ameaças de Chris estavam prestes a começar de novo, e que era melhor comer um pouco antes que tudo começasse.
Ele passou pela mesa de jantar ainda quebrada e foi até a cozinha. A maioria dos armários estava vazia. A família ainda não tinha tido tempo de fazer compras para a casa nova. Mas Oliver encontrou uma caixa de cereal que havia vindo com a mudança, e havia leite fresco na geladeira, então ele rapidamente preparou uma tigela de cereal e engoliu tudo. Bem na hora. Alguns momentos depois, seus pais entraram na cozinha.
"Quer café?" a mãe perguntou ao seu pai, com os olhos inchados e o cabelo desgrenhado.
O pai apenas grunhiu um sim. Ele olhou para a mesa quebrada e, com um suspiro, pegou uma fita adesiva. СКАЧАТЬ