Название: Governante, Rival, Exilada
Автор: Морган Райс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Жанр: Героическая фантастика
Серия: De Coroas e Glória
isbn: 9781640298521
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Ulren dirigiu-se para um espaço vazio, despindo o seu manto formal e envolvendo-o folgadamente sobre um braço.
“É por isso que achas que estou apegado a isso?”, perguntou ele. “Queres realmente pôr-me à prova, rapaz?”
“Eu queria-o há anos, mas Irrien estava sempre a dizer-me não”, disse Borion. Ele ergueu a lâmina colocando-a numa postura de um duelista. Ulren sorriu ao ver aquilo.
“Esta é tua última hipótese de viver”, disse Ulren, embora na verdade tal tivesse passado o momento em que o outro homem tinha erguido uma lâmina contra si. “Repara que Kas e Vexa têm mais juízo do que experimentar isto. Coloca a tua arma de lado, e senta-te no teu lugar. Tu até devias ser capaz de subir um lugar.”
“Porquê subir um quando posso matar um homem velho e subir três?”, rebateu Borion.
Ele lançou-se para frente, e Ulren teve de admitir que o rapaz foi rápido. Ulren provavelmente tinha sido mais rápido na sua juventude, mas isso já tinha sido há muito tempo. Porém, ele tinha tido muito tempo para aprender as habilidades da guerra, e um homem que julgava a distância corretamente não tinha de ser rápido. Ele passou em torno o seu manto enrolado, fazendo-o girar e emaranhando-o na espada de Borion.
“É tudo o que tens, velhote?”, quis saber o Quinto Pedregulho. “Truques?”
Ulren riu-se e, em seguida, atacou. Borion foi rápido o suficiente para saltar para trás, mas não sem que a lâmina de Ulren lhe raspasse o peito.
“Não subestimes truques, rapaz”, disse Ulren. “Um homem sobrevive de qualquer maneira que consiga.”
Ele deu um passo para trás, à espera.
Borion apressou-se. Claro que se apressou. Os jovens reagiam, eles movimentavam-se em linha com as suas emoções. Eles não pensavam. Ou eles não pensavam o suficiente. Borion tentou uma medida de astúcia, com fintas que Ulren já tinha visto uma centena de vezes antes. Esse era o perigo de se ser jovem: pensavam que tinham inventado coisas que já tinham matado muitos homens antes.
Ulren afastou-se e atirou o seu manto sobre o homem mais jovem quando ele passou, com o seu verdadeiro golpe. Borion debateu-se com o tecido, tentando afastá-lo, e, nesse momento, Ulren atacou. Ele aproximou-se, agarrando o braço de Borion para que ele não conseguisse agarrar na sua espada e, em seguida, começou a esfaquear.
Ele fê-lo de forma metódica, de forma consistente, com a paciência que tinha acumulado em anos de luta. Ulren podia ver o sangue a escorrer através do seu manto envolvido em torno de Borion, mas ele não parou até o outro homem cair. Ele tinha visto homens a voltar do pior dos ferimentos. Ele não ia arriscar nada.
Ele ficou ali, a respirar com dificuldade. Já tinha sido suficientemente mau ter subido todas as escadas. Matar um homem fê-lo sentir como se os seus pulmões pudessem estourar com o esforço, mas Ulren disfarçou-o. Ele foi até ao lugar de Irrien, posicionando-se atrás dele primeiro.
“Algum de vocês deseja se opor?”, perguntou ele a Kas e Vexa.
“Só à confusão”, disse Kas. “Mas há escravos para tais coisas, acho.”
“Uma saudação ao Primeiro Pedregulho”, disse Vexa, sem nenhum entusiasmo em particular.
Era um momento de triunfo. Mais do que isso, era o momento para o qual Ulren tinha trabalhado durante anos. Agora que tinha acontecido, parecia-lhe estranho sentar-se efetivamente no lugar do Primeiro Pedregulho, baixando-se a si próprio para o granito do mesmo.
“Eu já me encarreguei dos interesses de Irrien”, disse Ulren. Ele acenou com a mão na direção de Borion. “Mas sintam-se à vontade para se servirem do rapaz.”
Eles iriam-se. Ulren não tinha dúvidas de que eles o fariam. Afinal de contas, aquela cidade era mesmo assim.
“E, claro, precisaremos de novos Quarto e Quinto Pedregulhos”, disse Ulren.
Tal deveria ter sido a deixa deles para se desviarem. Porém, nenhum o fez. Eles mantinham os lugares pelos quais eles tinham lutado, deixando o lugar do Segundo Pedregulho vazio. Ulren não tinha a certeza de que gostava disso, mesmo entendendo o medo que estava por detrás. Eles não estavam a ir para o novo lugar dele, mas isso era um sinal de que eles não consideravam aquilo resolvido, e que eles não iam acatar a nova ordem.
Eles estavam relutantes da mesma maneira que ele havia estado quando Irrien chegara ao poder.
Mais do que isso, eles estavam a agir como se aquilo não estivesse acabado.
CAPÍTULO SEIS
Stephania acordou num mundo cheio de agonia. O universo inteiro parecia ter-se emaranhado numa bola de dor embrulhada no estômago dela. Ela sentia-se como se tivesse sido destroçada em pedaços... mas que raio, ela havia sido cortada.
Esse pensamento foi o suficiente para fazê-la gritar novamente, e, desta vez não havia sacerdotes e guerreiros ali para a ouvirem em agonia, apenas o céu aberto acima dela, visível através da neblina das suas lágrimas. Eles tinham-na arrastado para a rua e abandonado-a à sua morte.
Ela precisou de toda a sua força para levantar a cabeça o suficiente para olhar ao redor.
Ao fazê-lo, ela depressa desejou não o ter feito. Ela estava rodeada por lixo, até onde a sua vista alcançava. Havia cerâmica partida, ossos de animais, vidro e muito mais. Todos os detritos da vida da cidade estavam espalhados numa paisagem aparentemente interminável de desespero.
O fedor atingiu-a no mesmo momento, fétido e esmagador, parecendo preencher o espaço ao seu redor. O cheiro da morte estava misturado com aquilo também, e, então, Stephania viu os corpos simplesmente abandonados como se fossem nada. À distância, ela pensou ter visto fogos de funeral, mas duvidava que fossem as piras elegantes de funerais. Seriam simplesmente poços, à espera de corpos e mais corpos para consumir.
Stephania sabia onde ela estava agora, na área do lixo para lá da cidade, onde milhares de restos viam-se esvaziados, e os mais pobres dos pobres escarafunchavam pelo que conseguissem encontrar. Normalmente, os únicos corpos que acabavam ali eram aqueles das pessoas que não podiam pagar uma sepultura, ou que estavam ali para estarem perdidos na morte, vítimas de criminosos.
Stephania sucumbiu novamente para o que parecia um tempo interminável, com o céu a nadar por acima dela em ondas. Só a força de vontade a impedia de ceder e sucumbir à escuridão que ameaçava consumi-la. Ela obrigou-se a levantar a cabeça novamente, ignorando a dor.
Havia figuras movendo-se sobre os montes de lixo. Usavam roupas esfarrapadas e os seus rostos estavam sujos de terra. Muitas delas eram pouco mais do que crianças, com os pés embrulhados com trapos contra bordas afiadas.
“Ajudem... ajudem-me”, Stephania chamou.
Não era que ela tivesse muita fé na generosidade dos outros. Simplesmente não tinha escolha melhor. Depois de tudo o que havia acontecido com ela, não havia maneira nenhuma de ela conseguir СКАЧАТЬ