Название: A próxima porta
Автор: Блейк Пирс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Жанр: Современные детективы
Серия: Um mistério psicológico de Chloe Fine
isbn: 9781640296008
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Pinecrest não era apenas a cidade de Chloe, mas também dos pais de Steven. Eles haviam se mudado para lá cinco anos antes, na verdade para uma pequena cidade chamada Elon, ao lado de Pinecrest. Além do trabalho de Steven, essa fora uma das razões pelas quais Chloe e seu noivo haviam decidido se mudar para Pinecrest. Ele trabalhava como desenvolvedor de softwares para um fornecedor do governo, e havia recebido uma proposta boa demais para ser recusada. Já Chloe era, atualmente, estagiária do FBI, e estava trabalhando em seu mestrado em Justiça Criminal. Pela proximidade com a sede do FBI em Baltimore, tudo fazia perfeito sentido.
Mas Chloe já estava arrependida de morar tão perto dos pais de Steven. Wayne não incomodava quase nunca. Mas Sally Brennan era, para não exagerar, uma perua folgada que adorava colocar o nariz onde não era chamada.
Os Brennan, enquanto casal, eram pessoas muito bacanas. Ambos aposentados, bem de vida e quase sempre felizes. Mas eles mimavam Steven. Filho único, Steven já admitira várias vezes para Chloe que seus pais haviam o estragado. Mesmo agora, quando ele já tinha vinte e oito anos, eles tratavam ele como criança várias vezes. E isso acabava gerando uma superproteção. Essa era a principal razão pela qual Chloe se revirava internamente sempre que eles queriam se meter nos planos do casamento.
E, infelizmente, eles aparentemente queriam se meter na janta. Sally não perdera tempo em reclamar da escolha do menu para a recepção e perguntar também sobre outros assuntos.
- Então, como está a casa? – Wayne perguntou, ansioso para que Chloe mudasse de assunto.
- Está bem – Chloe disse. – Vamos terminar de mexer nas caixas em poucos dias.
- Ah, e olhem só – Steven disse. – Uma mulher que Chloe conheceu no ensino médio mora na mesma rua, duas casas de distância. Não é loucura?
- Talvez não seja tão louco quanto parece – Wayne disse. – Essa cidade é muito pequena. Você vai trombar com alguém que você conhece toda hora.
- Especialmente nesses bairros onde as casas ficam uma em cima da outra – Sally disse com um sorriso, demonstrando sua opinião nada positiva sobre mais essa escolha deles.
- Nossas casas não são uma em cima da outra – Steven disse.
- Pois é, temos uma varanda de um tamanho bem decente – Chloe acrescentou.
Sally encolheu os ombros e tomou outro gole de vinho. Depois, pareceu pensar em seu próximo comentário. Ela quase decidiu ficar quieta, mas acabou falando.
- Sua amiga da escola não é a única em Pinecrest, certo? – Ela perguntou. – Sua irmã também mora por aqui. Se eu me lembro bem.
- Sim, ela mora.
Ela respondeu de uma forma firme, mas sem ser rude. Sally Brennan nunca escondera seu desgosto por Danielle—mesmo que elas só tivessem se encontrado duas vezes. Sally era, infelizmente, uma dessas donas de casa clichê, entediadas, que viviam procurando por escândalos e fofoca. Então, quando descobriu que Chloe tinha uma irmã com um passado obscuro, havia ficado chocada e intrigada.
- Não vamos falar sobre isso, mãe – Steven disse.
Chloe queria ter se sentido defendida pelo comentário, mas sentiu-se no máximo desprezada. Geralmente, quando o assunto Danielle vinha à tona, Steven acabava ficando do lado de sua mãe. Ele tinha o bom senso de parar de falar, mas sua mãe geralmente não.
- Ela vai ser dama de honra? – Sally perguntou.
- Sim.
Sally não virou os olhos para o comentário, mas sua expressão mostrou o que ela pensava daquilo.
- Ela é minha irmã – Chloe disse. – Então sim, eu convidei ela para ser dama de honra.
- Sim, faz sentido, – Sally disse, - mas eu sempre achei que a dama de honra tem que ser escolhida com cuidado. É uma grande honra e responsabilidade.
Chloe precisou segurar-se na mesa para não responder de um jeito mal educado. Percebendo a tensão, Steven fez o melhor que pode para acalmar a situação.
- Mãe, calma aí – ele disse. – Danielle vai fazer tudo certo. E mesmo se algo der errado, nós vamos dar um jeito. É o meu casamento, mãe. Não vou deixar nada errado acontecer.
Agora fora Chloe quem quase virara os olhos. Novamente, aquele fora o jeito dele ficar do lado dela, mas sem irritar seus pais. Chloe gostaria que, pelo menos uma vez, ele defendesse Danielle de verdade. Ela sabia que Steven não tinha problemas sérios com ela, mas que eles estava fazendo de tudo para minimizar o sentimento de sua mãe sobre a cunhada. Era meio nojento.
- Chega dessa conversa sem noção – Wayne disse, pegando mais um pouco de batatas assadas. – Vamos falar de futebol. Chloe... Você torce para os Redskins, certo?
- Meu deus, não! Giants.
- São ruins igual – Wayne disse, rindo.
E assim, o assunto chato da noite foi varrido para debaixo do tapete. Chloe sempre admirara a ousadia de Wayne em conseguir ignorar as besteiras de sua mulher, sempre puxando outro assunto, estando o tópico anterior terminado ou não. Era uma característica que Chloe queria que Steven tivesse copiado de seu pai.
Mesmo assim, quando a noite chegou, Chloe não pode deixar de tentar imaginar se a preocupação de Sally fazia sentido. Danielle não era do tipo que se arrumava, ficava quieta e se portava bem na frente das pessoas. Ela iria sair da zona de conforto no casamento e Chloe imaginava o que poderia acontecer.
Enquanto suas preocupações rondavam sua cabeça, Chloe pensou nas pequenas garotas de muitos anos antes, sentadas na frente do prédio enquanto o saco com o corpo era carregado para fora do apartamento. Ela conseguia lembrar com facilidade o olhar vazio no rosto de Danielle. Sabia que algo havia acontecido com ela naquele momento. Sabia que, da noite para o dia, havia perdido sua irmã.
E suspeitara que, daquele momento em diante, Danielle nunca mais seria a mesma.
CAPÍTULO QUATRO
Estava chovendo quando Chloe e seu superior no trabalho chegaram ao local. Ela sentiu-se apequenada quando saiu do carro e sentiu a chuva. Enquanto estagiária, ela precisava sempre sair com seu instrutor em turnos com outros estagiários, e eles não eram designados para casos importantes. Esse, por exemplo, parecia ser um típico caso de abuso doméstico. E mesmo que os detalhes do caso não parecessem brutais, apenas as palavras abuso doméstico já a faziam tremer.
Isso porque ela havia escutado aquelas palavras muitas vezes depois da morte de sua mãe. O instrutor sabia de seu passado—ou do que acontecera com seus pais—mas não mencionara nada naquela manhã, quando eles haviam saído.
Eles estavam na cidade de Willow Creek naquele dia, um pequeno local a cerca de vinte e cinco quilômetros de Baltimore. Chloe estava estagiando no FBI para, mais tarde, fazer parte da Equipe de Evidências, e enquanto eles caminhavam em direção a uma casa simples de dois andares, o instrutor deixou-a liderar a situação. Seu instrutor era Kyle Greene, um agente de quarenta e cinco anos que havia sido retirado de sua função anterior após romper o ligamento cruzado na caçada a um suspeito. Ele nunca se recuperara СКАЧАТЬ