A Ascensão Dos Bravos . Морган Райс
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Читать онлайн книгу A Ascensão Dos Bravos - Морган Райс страница 16

СКАЧАТЬ encontrar outros heróis.”

      "E tu?", perguntou Kyra.

      Dierdre olhou para trás, confusa.

      "O que é que queres dizer?"

      "Porque é que procuras para além de ti?", perguntou Kyra.”Não podes ser o teu próprio herói?"

      Dierdre troçou.

      "E porque é que haveria de ser?"

      "Tu és um herói para mim", disse Kyra.”O que tu sofreste – eu não conseguia sofrer. Tu sobreviveste. Mais do que isso – estás novamente em pé e a florescer, mesmo agora. Para mim és um herói.”

      Dierdre parecia contemplar as palavras dela à medida que elas continuavam no silêncio.

      "E tu, Kyra?", perguntou finalmente Dierdre.”Diz-me algo sobre ti."

      Kyra encolheu os ombros, pensando.

      "O que que gostavas de saber?"

      Dierdre limpou a garganta.

      "Conta-me do dragão. O que é que aconteceu lá? Eu nunca vi nada assim. Porque é que ele veio atrás de ti?” hesitou ela.”Quem és tu?"

      Kyra ficou surpreendida ao detetar medo na voz da amiga. Ela ponderou as palavras, a querer responder a verdade, e gostava de ter a resposta.

      "Eu não sei", respondeu ela finalmente, com sinceridade.”Eu suponho que é o que eu vou descobrir."

      "Não sabes?", pressionou Dierdre.”Um dragão desce do céu para lutar contigo, e tu não sabes por quê?"

      Kyra pensou sobre o quão louco aquilo soava, mas ela só podia sacudir a cabeça. Ela olhou num reflexo para os céus, e entre os galhos retorcidos, apesar de toda a esperança, ela esperava por um sinal de Theos.

      Mas não viu nada, apenas tristeza. Ela não ouviu nenhum dragão, e o seu sentido de solidão aprofundou-se.

      "Sabes que és diferente, não sabes?", pressionou Dierdre.

      Kyra encolheu os ombros, com as suas maças do rosto a corarem, sentindo-se consciente de si mesma. Ela perguntou a si mesma se sua amiga olhava para ela como se ela fosse algum tipo de aberração.

      "Eu costumava ter tanta certeza de tudo", respondeu Kyra.”Mas agora … honestamente já não sei."

      Eles continuaram a cavalgar durante horas, voltando a cair num silêncio confortável, às vezes a trotear quando a floresta se abria, outras vezes a floresta era tão densa que precisavam de desmontar e levar os seus animais. Kyra sentia-se a todo o tempo no precipício, sentindo que poderiam ser atacadas a qualquer momento, nunca sendo capaz de relaxar neste bosque. Ela não sabia o que a magoava mais: o frio ou as dores de fome que rasgavam o estômago dela. Doíam-lhe os músculos, e ela não conseguia sentir os lábios. Ela sentia-se miserável. Ela mal podia conceber que a sua missão mal tinha começado.

      Passadas algumas horas, o Leo começou a gemer. Era um ruído estranho – não era o seu gemido habitual, mas sim o gemido que ele reservava para momentos em que lhe cheirava a comida. No mesmo instante, Kyra, também, cheirou algo – e Dierdre virou-se na mesma direção e ficou a olhar.

      Kyra perscrutou a floresta, mas não viu nada. Quando pararam para escutar, ela começou a ouvir um som desmaiado de algo a mexer-se algures mais à na frente.

      Kyra estava simultaneamente entusiasmada pelo cheiro e nervosa pelo que que aquilo poderia significar: outros estavam a partilhar com eles este bosque. Ela lembrou-se do aviso do seu pai, e a última coisa que ela queria era um confronto. Não aqui e não agora.

      Dierdre olhou para ela.

      "Estou esfomeada", disse Dierdre.

      Kyra também sentiu espasmos de fome.

      "Quem quer que seja, numa noite como esta", Kyra respondeu, "tenho a sensação de que não vai estar disposto a partilhar."

      "Nós temos imenso ouro", disse Dierdre.”Talvez eles nos vendam algum."

      Mas Kyra abanou a cabeça, com uma sensação negativa, enquanto Leo gemeu e lambeu os seus lábios, claramente famintos também.

      "Não acho que seja sensato", disse Kyra, apesar das dores no estômago.”Devemos manter-nos no nosso caminho."

      "E se não encontramos comida?", insistiu Dierdre.”Podíamos todos morrer aqui de fome. Os nossos cavalos também. Podiam ser dias, e esta pode ser a nossa única hipótese. Além disso, temos pouco a recear. Tu tens as tuas armas, eu tenho as minhas, e nós temos Leo e Andor. Se precisares, podes colocar três flechas em alguém antes de ele pestanejar – e nessa altura já podíamos estar longe.”

      Mas Kyra hesitou, pouco convencida.

      "Além disso, eu duvido que um caçador com um espeto de carne nos cause algum mal", acrescentou Dierdre.

      Kyra, sentindo a fome de todos, e o desejo de a perseguirem, não conseguiu resistir mais.

      "Eu não gosto disto", disse ela.”Vamos devagar e vamos ver quem é. Se sentirmos que há problemas, vocês têm de concordar em sair antes de nos aproximarmos.”

      Dierdre assentiu.

      "Eu prometo ", ela respondeu.

      Todos eles partiram, cavalgando rapidamente pelos bosques. À medida que o cheiro ficava mais forte, Kyra viu um brilho impercetível mais à frente, e enquanto cavalgavam na sua direção, o coração dela começou a bater mais rápido enquanto ela se perguntava quem poderia estar ali.

      Eles abrandaram quando se aproximaram, a cavalgar com mais cautela, entrelaçando-se entre as árvores. O brilho ficou mais brilhante, o barulho mais alto, a comoção maior, quando Kyra sentiu que eles estavam na periferia de um grande grupo de pessoas.

      Dierdre, menos cautelosa, deixando a fome apoderar-se dela, cavalgava mais rápido, indo à frente e a ganhar um pouco de distância.

      "Dierdre!" Kyra assobiou, instando-a de volta.

      Mas Dierdre continuava a andar, aparentemente subjugada pela sua fome.

      Kyra apressou-se para conseguir acompanhá-la, e quando o fez, o brilho tornou-se mais forte quando Dierdre parou à beira de uma clareira. Quando Kyra parou ao lado dela, olhou por cima dela para uma clareira na floresta, e ficou chocada com o que viu.

      Ali, na clareira, havia dezenas de porcos a assar em espetos, grandes fogueiras que iluminam a noite. O cheiro era cativante. Também na clareira havia dezenas de homens, e quando Kyra focou o olhar, o coração dela caiu ao ver que eram soldados da Pandesia. Ela ficou chocada ao vê-los aqui, sentados ao redor de fogueiras, rindo, gracejando uns com os outros, segurando sacos de vinho, as mãos cheias de pedaços de carne.

      Do outro lado da clareira, o coração de Kyra caiu ao ver um conjunto de carruagens de ferro com grades. Dezenas de rostos magros olhavam esfomeadamente, os rostos de meninos e homens, todos desesperados, todos prisioneiros. Kyra percebeu imediatamente o que era aquilo.

      "As Chamas", assobiou ela para Dierdre.”Eles estão a trazê-los para As Chamas."

      Dierdre, ainda a uns bons quinze pés à frente, não voltou СКАЧАТЬ