Um Sonho de Mortais . Морган Райс
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Читать онлайн книгу Um Sonho de Mortais - Морган Райс страница 9

СКАЧАТЬ a altura das armaduras que aqueles homens estão usando. Aquela é a armadura mais intrincada que ela já tinha visto, forjada em prata, platina e algum outro metal que Gwen não consegue reconhecer, exibindo marcações intrincadas e com armamentos de igual qualidade. Aqueles homens são claramente soldados profissionais. A visão faz Gwen recordar os dias em que ela ainda era uma jovem menina e tinha o costume de acompanhou seu pai em campo; ele tinha tido o hábito de mostrar-lhe os soldados e ela havia gostado da oportunidade de vê-los alinhados com tal esplendor. Gwen se pergunta como tal beleza pode existir e como aquilo tudo pode ser possível.

      Ela pensa que talvez ela tenha morrido e aquela seja a sua versão do céu, mas então ela ouve um deles dar um passo à frente, ficando na frente dos outros, remover seu capacete e olhar para ela, seus brilhantes olhos azuis cheios de sabedoria e compaixão. Ele parece ter trinta anos e sua aparência é assustadora, sua cabeça é completamente calva e ele exibe uma barba loura. Claramente, ele é o oficial no comando.

      O homem volta sua atenção para os nômades.

      "Eles estão vivos?" Ele pergunta.

      Um dos nômades, em resposta, estende seu longo cajado e gentilmente cutuca Gwendolyn, que começa a se mover no mesmo instante. Ela quer mais do que qualquer coisa poder se sentar e conversar com eles para descobrir quem eles são, mas ela está muito cansada e com a garganta seca demais para responder.

      "Incrível," diz outro cavaleiro, dando um passo adiante com as esporas tilintando à medida que cada vez mais cavaleiros se aproximam, reunindo-se em torno deles. Claramente, eles são todos objetos de grande curiosidade.

      "Não é possível," afirma um deles. "Como eles podem ter sobrevivido ao Grande Deserto?"

      "Eles não fizeram isso," responde outro cavaleiro. "Eles devem ser desertores e devem ter de alguma forma atravessado a cordilheira, se perdido no deserto e decidido voltar."

      Gwendolyn tenta responder para dizer-lhes tudo o que havia acontecido, mas ela ainda está exausta demais para conseguir pronunciar as palavras.

      Depois de um breve silêncio, o líder dá um passo adiante.

      "Não," ele responde com confiança. "Olhe para as marcas nas armaduras dele," ele pede, cutucando Kendrick com o pé. "Esta não é a nossa armadura e também não é a armadura do Império."

      Todos os cavaleiros se aglomeram ao redor, parecendo atordoados.

      "Então, de onde eles são?" Pergunta um deles, claramente perplexo.

      "E como é que eles sabem onde nos encontrar?" Pergunta outro.

      O líder se vira para os nômades.

      "Onde vocês os encontraram?" ele indaga.

      Os nômades guincham sua responde e Gwen vê o líder arregalar os olhos.

      "Do outro lado do muro de areia?" Ele pergunta. "Você tem certeza?"

      Os nômades guincham de volta.

      O comandante se vira para o seu povo.

      "Eu não acho que eles sabiam que estávamos aqui. Eu creio que eles tiveram sorte, os nômades os encontraram e, em busca de uma recompensa, os trouxeram até aqui, confundindo-os com um de nós."

      Os cavaleiros se entreolham e fica claro que eles nunca haviam se deparado com uma situação como aquela antes.

      "Nós não podemos acolhê-los," afirma um dos cavaleiros. "Você conhece as regras. Se você os deixar entrar, deixaremos um rastro. Não devemos deixar rastros. Nunca. Nós temos que mandá-los de volta para o Grande Deserto."

      Um longo silêncio se segue, interrompido por nada, exceto o uivo do vento, e Gwen pode sentir que eles estão debatendo o que fazer com eles. Ela não gosta de quanto tempo eles permanecem em silêncio.

      Gwen tenta se sentar para protestar, para dizer-lhes que eles não podem mandá-los embora. Ela sabe que eles simplesmente não sobreviverão – não depois de tudo pelo qual eles haviam passado.

      "Se nós fizermos isso," explica o líder, "significará a morte de todos eles. Nosso código de honra exige que ajudemos os desamparados."

      "E, no entanto, se nós os acolhermos," responde um cavaleiro, "todos nós poderemos morrer. O Império seguirá o rastro deles e descobrirão o nosso esconderijo. Nós estaremos colocando em risco todo o nosso povo. Você prefere que alguns estranhos morram ou que todo o nosso sofra as consequências?"

      Gwen pode ver o líder pensando, dilacerado pela angústia diante de uma decisão difícil. Ela entende qual é a sensação de enfrentar decisões difíceis. Ela está muito fraca para resignar-se a qualquer coisa, exceto permitir-se ficar à mercê da bondade de outras pessoas.

      "Pode ser que sim," diz finalmente o líder com um tom de resignação em sua voz, "mas eu não condenarei pessoas inocentes a morte. Eles ficarão conosco."

      Ele se vira para seus homens.

      "Levem eles para o outro lado", ele ordena com a voz firme, demonstrando toda a sua autoridade. "Vamos levá-los para o nosso Rei e ele decidirá o destino dessas pessoas."

      Os homens ouvem a ordem e começam a partir para a ação, preparando a plataforma do outro lado para a descida ao mesmo tempo em que um dos homens volta a olhar para o líder, parecendo incerto.

      "Você está violando as leis do rei," o cavaleiro diz. "Nenhum estranho está autorizado a acessar a Cordilheira. Jamais."

      O líder olha para ele com firmeza.

      "Nenhum forasteiro jamais chegou até aqui," ele responde.

      "O Rei pode prendê-lo por isso," rebate o cavaleiro.

      O líder não vacila.

      "Essa é uma possibilidade que eu estou preparado para enfrentar."

      "Você fará isso por estranhos? Inúteis nômades do deserto?" pergunta o cavaleiro com surpresa. "Nós ainda não sabemos quem são essas pessoas."

      "Toda a vida é preciosa," o líder responde, "e minha honra vale mais do que mil vidas na prisão."

      O líder acena para seus homens, que permanecem à espera, e Gwen de repente é erguida nos braços de um cavaleiro e sente sua armadura de metal contra suas costas. Ele a pega no colo sem esforço, como se ela fosse uma pluma, e começa a caminhar ao mesmo tempo em que os outros cavaleiros recolhem os outros. Gwen percebe que eles estão andando em uma ampla e plana plataforma de pedras no cume da montanha, com aproximadamente cem metros de largura. Eles caminham sem parar e ela se sente à vontade nos braços daquele cavaleiro, mais à vontade do que ela havia se sentido em muito tempo. O que ela quer, mais do que qualquer outra coisa, é dizer-lhe obrigado, mas ela está exausta demais sequer para abrir a boca.

      Eles chegam ao outro lado dos parapeitos e, à medida que os cavaleiros se preparam para colocá-los em uma nova plataforma e levá-los para o outro lado do cume, Gwen olha para fora e vê de relance para onde eles estão indo. Aquela é uma visão que ela nunca será capaz de esquecer, uma visão que lhe tira o fôlego. O cume da montanha, erguendo-se acima do deserto como uma esfinge, tem, ela percebe, a forma de um grande círculo, tão grande que desaparece de vista no meio das nuvens. Aquele é um muro de proteção, ela percebe, e do outro lado, lá em baixo, Gwen vê um lago azul СКАЧАТЬ