Arena Dois . Морган Райс
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Читать онлайн книгу Arena Dois - Морган Райс страница 12

СКАЧАТЬ style="font-size:15px;">      Minhas pernas e pés estão com câimbras de tanto ficar sentada, ficou muito mais frio e estou congelando. Posso ver pelo bater dos dentes de Bree e Rose que elas também estão. Eu gostaria que tivéssemos cobertor ou roupas para dar a elas, ou qualquer coisa que aquecesse. Gostaria que pudéssemos acender uma fogueira – não apenas para nos aquecer, mas também para que pudéssemos nos ver, nos confortar com uns rostos um dos outros. Mas sei que isso está fora de questão. Seria arriscado demais.

      Vejo Ben sentado ali, encolhido, tremendo, e me lembro das calças que eu peguei. Levanto-me,  o barco balança com força quando o faço, dou alguns passos em direção ao saco e tiro as calças de dentro. Eu as jogo para Ben.

      Elas aterrissam em seu peito e ele olha para mim, confuso.

      “Elas devem servir,” eu digo. “Experimente.”

      Ele está usando jeans surrados, cheios de buracos, finos, e molhados com água. Aos poucos, ele se inclina e tira suas botas, então desliza as calças de couro por cima de seus jeans. Elas ficam engraçadas neles, as calças militares do comerciante de escravos – mas, como eu suspeitava, servem perfeitamente. Ele puxa o zíper, calado, enquanto se inclina para trás, e posso ver gratidão em seus olhos.

      Sinto Logan olhando para mim e que ele está com ciúmes de minha amizade com Ben. Ele está assim desde que viu Ben me dar um beijo lá na Estação Penn. É esquisito, mas não há nada que eu possa fazer quanto a isso. Eu gosto dos dois, de diferentes jeitos. Nunca havia conhecido duas pessoas opostas – e, mesmo assim, de algum jeito, eles me lembram um ao outro.

      Eu vou em direção a Bree, ainda tremendo, abraçada a Rose e com Penélope em seu colo, e me sento ao seu lado, coloco um braço em volta dela e a beijo na testa. Ela pousa a cabeça em meu ombro.

      “Está tudo bem, Bree,” eu falo.

      “Estou faminta,” ela me diz baixinho.

      “Eu também,” Rose ecoa.

      Penélope geme baixinho,  e posso falar que ela também está com fome. É a cachorra mais inteligente que já conheci. E corajosa, apesar de seu tamanho. Mal consigo acreditar que ela mordeu Rupert quanto ela o fizera; se não fosse por ela, talvez nós não estivéssemos aqui. Eu me inclino e acaricio sua cabeça, ela me lambe de volta de satisfação.

      Agora que elas falaram de comida, percebo que é uma boa ideia. Eu tenho tentado ignorar as reclamações de meu estômago há tempo demais.

      “Vocês estão certas,” eu digo. “Vamos comer.”

      As duas olham para mim com os olhos arregalados de expectativa e ansiedade. Eu fico em pé, cruzo o barco e vou até um dos sacos. Tiro dois potes grande de geleia de framboesa e entrego um a Bree, tirando a tampa antes.

      “Vocês dividem este vidro,” eu digo a elas. “E nós três iremos dividir o outro.”

      Eu abro o outro pote e o entrego para Logan, que mete um dedo na geleia, pega uma boa quantia e a leva para sua boca. Ele suspira de satisfação – ele devia estar morrendo de fome

      Entrego o pode para Ben, que faz o mesmo e então, eu mesma coloco meus dedos no pote, tiro um pouco de geleia e a experimento. Sinto o açúcar na minha circulação quando sinto o gosto de framboesas na boca. É, possivelmente, a melhor coisa que eu já comi. Sei que não é uma refeição, mas se parece com uma.

      Parece que eu sou a guardiã da comida, então eu me dirijo ao baú e pego o que sobrou dos cookies, então dou um para cada um, inclusive para mim. Eu olho para o lado e vejo Bree e Rose comendo alegremente a geleia; a cada punhado que elas pegam, oferecem um pouco a Penélope. Ela lambe seus dedos como louca, choramingando. A coitadinha deveria estar com tanta fome quanto nós.

      “Ele vão voltar, você sabe,” ouço uma voz sinistra ao meu lado.

      Eu me viro e vejo Logan sentado, limpando sua pistola, olhando para mim.

      “Você sabe disso, certo?” ele pressiona. “Somos presas fáceis aqui.”

      “O que você sugere?” eu pergunto.

      Ele dá de ombros e desvia o olhar, desapontado.

      “Nós nunca deveríamos ter parado. Deveríamos ter seguido em frente, como eu havia dito.”

      “Bom, é tarde demais agora,” eu retruco, irritada. “Pare de reclamar.”

      Estou ficando farta de seu pessimismo o tempo inteiro, cansada de nossa disputa pela liderança. Eu não gosto de tê-lo por perto, tanto quanto eu gosto de sua companhia, ao mesmo tempo.

      “Nenhuma de nossas opções é boa,” ele começa. “Se seguirmos rio acima esta noite, podemos nos encontrar com eles. Podemos arruinar o barco também. Colidir contra um pedaço de gelo flutuante ou algo assim, eles provavelmente nos pegariam. Se partirmos ao amanhecer, eles poderão nos ver à luz do dia. Poderíamos navegar, mas eles também podem esperar por nós.”

      “Então vamos partir de manhã,” eu concluo. “Ao amanhecer. Vamos parar o norte e vamos rezar para que eles tenham dado a volta e estejam indo para o sul.”

      “E se eles não estiverem?” ele questiona.

      “Você tem alguma ideia melhor? Nós temos que nos afastar das cidades, não ir perto delas. Além disso, o Canadá fica ao norte, não é?”

      Ele se vira, olha para outro lado e suspira.

      “Poderíamos ficar por aqui,” ele fala. “Esperar alguns dias. Assegurar-nos que eles passem primeiro por nós.”

      “Com este tempo? Se não arranjarmos abrigo, iremos morrer de frio. E até lá, estaremos sem comida. Não podemos ficar aqui. Precisamos continuar andando.”

      “Ah, agora você quer continuar em frente,” ele cutuca.

      Eu  o encaro – ele está realmente começando a me irritar.

      “Tudo bem,” ele fala. “Vamos partir ao amanhecer. Até lá, se iremos passar a noite aqui, teremos que ficar de guarda. Em turnos. Eu começo, e depois vai você e depois Ben. Vocês dormem agora. Nenhum de nós dormiu ainda e todos nós precisamos. Fechado?” ele pergunta, olhando de Ben para mim e de mim para Ben.

      “Fechado,” eu respondo. Ele esta certo.

      Ben não se manifesta. Ele continua olhando para o nada, perdido em seus próprios pensamentos.

      “Ei,” Logan fala secamente, se abaixando e lhe chutando o pé, “estou falando com você Fechado?”

      Ben lentamente se vira e olha para ele, ainda parece desnorteado, então concorda. Mas não sei dizer se ele realmente o escutara. Eu me sinto tão mal por Ben; é como se ele não estivesse realmente aqui. Obviamente, ele está dominado pela tristeza e culpa por seu irmão. Não consigo nem imaginar pelo que ele está passando.

      “Ótimo” Logan fala. Ele verifica sua munição, apronta sua arma e salta do barco para as docas ao nosso lado. O barco balança, mas não se afasta muito. Logan fica em pé nas pedras secas, examinando os arredores. Ele se senta em um pedaço de madeira e olha para a escuridão, sua arma apoiada em seu colo.

      Eu fico junto com Bree, coloco meu braço ao seu redor. Rose também se aproxima e eu a abraço.

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